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A posse de Joaquim Barbosa como primeiro presidente negro do Supremo Tribunal Federal (STF) foi uma das mais concorridas das recentes cerimônias na mais alta corte do país. Além da presença da presidenta Dilma Rousseff e dos presidentes da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), dos governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e de Minas Gerais, Antônio Anastasia, cantores a artistas de televisão estiveram presentes.

No total, foram convidadas 2 mil pessoas. Boa parte deles compareceu à cerimônia, iniciada com Hamilton de Holanda tocado o Hino Nacional Brasileiro no bandolim. Entre as celebridades, estiveram presentes os atores Lázaro Ramos, Milton Gonçalves e Regina Casé, os músicos Djavan e Martinho da Vila, assim como o ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet.

O ministro Joaquim Barbosa assumiu na quinta-feira, 22, a presidência do Supremo Tribunal Federal com discurso a favor de um Judiciário “sem firulas, sem floreios, sem rapapés”, mais célere, que dê acesso a todos sem privilégios e com juízes protegidos de influência política.

No discurso de 16 minutos, testemunhado entre outras autoridades pela presidente da República, Dilma Rousseff, além de artistas e celebridades, Barbosa falou da necessidade de julgamentos realizados em tempo razoável, criticou o excesso de recursos judiciais e a existência de quatro instâncias no Judiciário.

Aos 58 anos de idade, natural de Paracatu, cidade mineira, Barbosa tornou-se o primeiro negro a presidir o Supremo e o Conselho Nacional de Justiça – seu antecessor é Carlos Ayres Britto, aposentado compulsoriamente no domingo ao completar 70 anos.

Indicado para o tribunal pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não foi à cerimônia, Barbosa construiu sua carreira no Ministério Público. No Supremo, obteve destaque com a relatoria do julgamento do mensalão, caso no qual a antiga cúpula do PT e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foram condenados por compra de votos entre 2003 e 2005, primeiro mandato de Lula.

Em seu discurso de estreia como presidente do Judiciário, fez afirmações em prol da valorização dos juízes, “figura tão esquecida”, nas palavras de Barbosa. Seu vice no Supremo será Ricardo Lewandowski, justamente o revisor do mensalão e quase seu antagonista no julgamento.