Hospital da Mulher tem baixo índice de gestantes infectadas com HIV

     No próximo sábado (01) é comemorado o Dia Mundial de Luta contra a Aids, doença transmitida pelo vírus HIV, que ataca o sistema imunológico, tornando o organismo fragilizado, com maior risco de ser contaminado com o vírus de outras enfermidades. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 8% das gestantes soropositivas transmitem a doença para o bebê no Brasil. No Hospital da Mulher Parteira Maria Correia, três gestantes soropositivas já deram à luz. O número é considerado baixo, devido à quantidade de partos realizados, cerca de 1080.

Com um simples exame de sangue realizado durante o pré-natal é possível diagnosticar se a gestante tem HIV positivo. A enfermeira responsável pelo setor de Vigilância Epidemiológica do Hospital da Mulher, Janine Pinto, explica que destes três casos notificados, duas mães já sabiam que eram soropositivas e tomavam medicação durante o pré-natal. “Já o outro caso foi um pouco mais complicado, pois a mãe descobriu no próprio hospital, prestes a dar à luz, que tinha HIV positivo. Descobrimos, inclusive, que o pai também tinha e não sabia. Por isso todas as gestantes devem realizar testes para identificação da infecção pelo vírus HIV. É um exame de rotina fundamental na avaliação pré-natal”, orienta.

Em casos assim, o obstetra e ginecologista do Hospital da Mulher, Francisco Ricardo Gadelha, explica que apesar do diagnóstico tardio, há chances de o bebê não sofrer a contaminação. “Quando a oportunidade de profilaxia no início da gestação é perdida, pode ser iniciada em qualquer idade gestacional, inclusive no momento do parto, evitando ao máximo que o recém-nascido seja contaminado. O importante é iniciar o tratamento o mais rápido possível”, afirma.

 

Como evitar o contágio


Segundo o obstetra e ginecologista, existem procedimentos para que o contágio entre mãe e filho seja evitado. “Para evitar a transmissão vertical do vírus, quando a mãe contamina o bebê durante a gestação ou no parto, um coquetel de remédios que reduz a carga viral deve ser tomado desde o início da gravidez até a hora do parto. Outra questão importante é que o parto deve ser preferencialmente cesáreo e o corte imediato do cordão umbilical, para o risco de contaminação ser o menor possível”, explica Gadelha, ressaltando que após o nascimento, o bebê passa a ser assistido por um neonatologista que também receitará medicamentos ao bebê.    Como a amamentação é contraindicada no caso específico de mães soropositivas, após a confirmação de HIV positivo, a mulher recebe um kit contendo seis latas de leite especial para o recém-nascido. Após receber a alta, o Hospital da Mulher encaminha a mãe e o bebê para a unidade de saúde responsável. “Ela tem toda a assistência antes, durante  e pós-parto no próprio hospital. Depois é encaminhada para o Hospital Rafael Fernandes, especializado em doenças infectocontagiosas”, esclarece a enfermeira Janine Pinto.