A nau de Dilma

O economista Maurício Romão fez umas continhas, ontem, em cima da espetacular queda de 27% de Dilma na pesquisa Datafolha e constatou que ela perdeu nada menos do que 29 milhões de votos em apenas três meses.Só em junho, segundo ele, 22 milhões de eleitores abandonaram o barco da presidente. Boa parte dos analistas políticos da mídia nacional já avalia que Dilma se inviabilizou.

Nem a vitória do Brasil sobre a Espanha, dando ao País o título da Copa das Confederações, animou os brasileiros. Ao redor do Maracanã, uma grande manifestação foi realizada.Crescendo para baixo feito rabo de cavalo e temendo levar outra estrondosa vaia, a presidente foi orientada a não dar as caras no jogo. As manifestações que continuam a pipocar no País sitiam Dilma em Brasília.

O PT entrou em pânico, clama pela volta de Lula. Quanto mais se prolongarem os protestos, mais pontos a presidente tende a cair. E se mais na frente ela não se recuperar não são os eleitores do PT que abandonarão o barco dela, mas os partidos da sua base de sustentação no Congresso.

Por enquanto, como o cenário da sua recuperação é de incerteza os partidos e lideranças dirão que estão com ela, mas a partir de outubro, faltando um ano para a eleição, a conversa será diferente.Com a presidente sem perspectiva de reeleição, pré-candidatos que hoje não têm aderência por falta de tempo na televisão, como Eduardo Campos, passarão a ser encarados com outro viés. O viés da competitividade, porque Dilma já não será mais bicho papão, o jogo praticamente será zerado.