A presidente Dilma Rousseff desistiu da recriação da CPMF, o imposto sobre movimentações financeiras, ao menos para o próximo ano. A decisão foi tomada neste sábado à tarde, em reunião em Brasília com os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Pesou para o recuo da presidente a forte repercussão negativa em torno da volta da CPMF e o anúncio de oposição à medida por parte de políticos e governadores, além das críticas de empresários, num momento em que o país já está em recessão e o clima de confiança na economia só piora.

O governo havia divulgado na semana que passou a intenção de propor a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, com o intuito de reforçar a arrecadação federal em até 80 bilhões de reais no próximo ano, de acordo com estimativas preliminares, e ajudar no reequilíbrio das contas públicas. A medida seria incluída na proposta para o orçamento do governo federal em 2016, que será encaminhada nesta segunda-feira, dia 31, ao Congresso.

LULA DIZ QUE CPMF NÃO DEVERIA TER SIDO ELIMINADA

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado que a CPMF, o imposto que incidia sobre operações financeiras, não deveria ter sido extinto. O fim da contribuição foi uma das principais derrotas de Lula no Congresso durante seu segundo mandato. Setores do PT, do governo federal e governadores da base da presidente Dilma Rousseff no Nordeste já defenderam que seja instituída uma nova cobrança para financiar o Sistema Único de Saúde (SUS), o que equivaleria a uma volta da CPMF. “Gostaria de saudar o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Não sei se é verdade que defendeu a CPMF, que não deveria ter sido tirada, porque precisa de dinheiro para a saúde”, disse Lula.(Agências de Notícias )