Não houve batalha campal

O que era temível em Curitiba, ontem, no cara a cara do ex-presidente Lula com o juiz federal Sérgio Moro – um possível conflito de militantes do PT com apoiadores da operação Lava-Jato – felizmente não ocorreu. Diferente do que se previa – a tensão provocar uma guerra campal – a cidade viveu um dia mais tranquilo do que se imaginava. Tudo graças ao forte aparato policial montado para evitar a presença de manifestantes nos arredores do prédio da justiça federal.

A guerra foi evitada, sobretudo, porque os grupos pró-Lava-Jato se renderam ao apelo de Sergio Moro. Num vídeo gravado no último fim de semana, o juiz pediu que os apoiadores do seu trabalho evitassem qualquer tipo de concentração nas proximidades do prédio da justiça federal, onde tomou a oitiva de Lula. Ninguém arredou o pé as ruas. A única exceção foi um pequeno grupo exibindo o boneco Pixuleco nas proximidades do museu Oscar Niemeyer.

De sua parte, os militantes do PT e integrantes dos movimentos sociais, impedidos de chegar até ao prédio da justiça federal, resolveram concentrar os protestos de rua previamente organizados na praça central da cidade. Lá, enquanto Lula depunha, senadores, deputados federais e lideranças petistas e sindicais se revezavam no palanque com fortes discursos em defesa do ex-presidente Lula.

Entre os senadores, o pernambucano Humberto Costa, líder da oposição no Senado, Gleisi Hoffman e Lindbergh Farias. Humberto fez uma fala contundente. Afirmou que os golpistas já tiraram Dilma do poder e agora tentam um novo golpe, marcado pelo jogo sujo de inviabilizar a candidatura de Lula, que, segundo ele, lidera todas as pesquisas, imbatível na disputa de 2018.

Na Praça Santos Andrade, os aliados de Lula fizeram muito barulho, cantaram, dançaram e ecoaram o grito Fora, Temer. Também agrediram fortemente o juiz Sérgio Moro. Numa das faixas, o chamaram de canalha. Após depor ao juiz federal Sérgio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de ato político na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba. Ele discursou por cerca de 20 minutos e se defendeu das acusações de corrupção.

Segundo a PM, cinco mil pessoas participaram do ato. Os organizadores estimaram o público em 50 mil. Lula depôs por quase cinco horas na Justiça Federal do Paraná em processo sobre o triplex no Guarujá. Ele é réu na ação. No ato público, ele se defendeu dizendo não haver provas de que o triplex é dele. “Eu quero que alguém diga que o apartamento é meu”, afirmou. Disse ainda que prestaria quantos “depoimentos forem necessários”. Além de Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também falou no ato.

Fonte: Blog do Magno