A CPI da Covid do Senado ouve, hoje, como testemunha, o empresário Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do Palácio do Planalto.

Será o quinto dia de depoimentos da comissão parlamentar de inquérito, que apura ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia de Covid e eventual desvio de verbas federais enviadas a estados e municípios.

Na condição de testemunha, o depoente se compromete a dizer a verdade, sob o risco de incorrer no crime de falso testemunho. Até agora, já prestaram depoimento os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich; o atual ministro, Marcelo Queiroga; e o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres.

Fabio Wajngarten deixou a Secretaria de Comunicação do governo em março deste ano, após quase dois anos no cargo. Senadores querem que o empresário explique a declaração dada à revista “Veja” na qual disse que a “incompetência” do Ministério da Saúde causou atraso na compra de vacinas contra a Covid-19.

Senadores que integram a tropa de choque governista na comissão foram ao Planalto em busca de informações sobre a fala do ex-secretário e orientações de como proceder. Ouviram que o conteúdo do depoimento de Wajngarten é uma incógnita.

Os congressistas também ouviram que Wajngarten é considerado por auxiliares próximos do presidente como um aliado confiável. Por outro lado, há estranhamento pelo distanciamento recente.

Uma das desconfianças é que o ex-secretário de Comunicação teme ser acusado de ter atuado indevidamente durante as negociações com a Pfizer e agora estaria com receio de ser implicado.

Por isso, dizem pessoas próximas de Bolsonaro, o temor é que Wajngarten use seu depoimento para se defender, não importando se isso vai representar implicar o governo e o próprio presidente.

Na entrevista à Veja, Wajngarten tentou poupar Bolsonaro ao direcionar a Pazuello a culpa por não ter fechado acordo com a Pfizer. A estratégia, no entanto, não deixa de atingir o mandatário, avaliam aliados.