Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) estão tentando encontrar uma maneira de convencer Lula a escolher o próximo procurador-geral da República entre os eleitos na lista tríplice da categoria.

Os governos petistas sempre escolheram um PGR entre as opções da lista. Recentemente, porém, Lula disse em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo que “não pensa mais” em lista tríplice. Contudo, no Palácio do Planalto, assessores de Lula dizem que o presidente ainda não se decidiu. As informações são do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.

A estratégia dos integrantes do MPF, agora, passou a considerar a opção de tentar fazer com que os nomes pelos quais Lula esteja interessado apareçam na lista, embora ninguém no MPF tenha clareza de quais nomes entre os que vão concorrer na lista tríplice seriam palatáveis ao petista.

Adotar essa estratégia seria uma maneira de manter a força da lista como meio de escolha do PGR. Só Bolsonaro não a seguiu desde 2003, quando Lula foi o primeiro presidente da história a respeitá-la.

Os candidatos na lista

Na disputa pela lista, provavelmente estarão os subprocuradores Mario Bonsaglia, Luiza Frischeisen e José Adonis Callou de Araújo. Há uma eleição interna entre procuradores do MPF para fechar os nomes. Enquanto isso, o subprocurador Antônio Carlos Bigonha, crítico da atuação do MPF na Lava Jato, tem procurado integrantes do Executivo e até conselheiros e amigos do presidente para viabilizar seu nome. Bigonha já esteve com o presidente da Fiesp, Josué Gomes, que é filho do vice-presidente de Lula nos dois primeiros mandatos, José Alencar (1931-2011).

O subprocurador Paulo Gonet, próximo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, também tem feito campanha por fora. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) seguirá insistindo em convencer Lula da importância da lista, e solicitou uma audiência com o presidente, ainda não marcada.

Na prática, porém, a declaração de Lula deve fazer com que não exista mais diferença entre os que fazem campanha “para fora” e “para dentro”. Todos devem se movimentar nos próximos meses, para se tornarem um nome do agrado de Lula, inclusive os que concorrerão como candidatos na lista.