Tramita no Congresso a PEC 51/03, que reconhece a caatinga como patrimônio nacional brasileiro. Quem informa é Teresa Perosa, na coluna política da revista ISTOÉ. Tereza diz que no bioma, encontrado apenas no Brasil, já foram catalogadas 340 espécies exclusivas de lá, além de outras 1900 registradas. A campanha pela PEC e o esforço no mapeamento da caatinga são uma iniciativa da Associação Caatinga, que acaba de completar 15 anos.

A Associação foi criada pela norte-americana SC Johnson, que explora a carnaúba, planta encontrada apenas na caatinga, na fabricação de seus produtos de limpeza.

Além da Associação, a SC Johnson já investiu US$1,5 bilhão num fundo destinado ao estudo e proteção do bioma. Hoje, a fundação é considerada a principal autoridade de proteção da região e tem como principal função manter a Reserva Natural Serra das Almas, localizada em Crateús, no Ceará, reconhecida pela UNESCO como Posto Avançado da Reserva da Biosfera. A Associação Caatinga espera que a votação da PEC 51/03 na Câmara ocorra ainda na próxima semana.

O bioma predominante no semiárido potiguar, a caatinga – que no Rio Grande do Norte ainda possui 53% de área remanescente – o que equivale quase ao tamanho do estado de Alagoas) pode ser uma fonte de renda permanente e lucrativa para o sertanejo. De forma legal e planejada, é possível tirar o sustento do corte da vegetação nativa, seja para uso residencial, da indústria ou do comércio, sem causar desmatamento e erosão. Essa alternativa tem nome: manejo florestal sustentável.

“O consumo de lenha em nosso país e, principalmente, no Nordeste é uma realidade e tem que continuar existindo, mas é possível continuar cortando lenha, de forma legalizada, ordenada e sustentável”, afirma o chefe da Unidade Regional Nordeste do Serviço Florestal Brasileiro, Newton Duque Estrada Barcellos. Ele anunciou que, na semana passada, o SFB, órgão do Ministério do Meio Ambiente, começou a selecionar áreas do Seridó e da Chapada do Apodi para implantar projetos de manejo florestal comunitário na caatinga.

Com o manejo sustentável, o bioma da Caatinga será uma nova alternativa econômica para as populações do semiárido do Estado

Por Margareth Grilo

Federação da Agricultura e Pecuária participa da 1ª Conferência Regional do Bioma Caatinga

Nesta quarta-feira, 15, às 08h, será promovida a “Oficina Bioma Caatinga Potiguar”, no Auditório do CTGás, em Natal. O evento, aberto ao público, foi desenvolvido pela Comissão Bioma Caatinga Potiguar, criada a partir da Pré-Conferência Estadual de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga.

No evento, haverá palestras, oficinas e debates, que serão divididos em vários temas. Entre eles, estão às discussões sobre a recuperação das áreas degradadas e bacias hidrográficas, manejo sustentável da caatinga e energias renováveis.

No encontro, a Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), enviará o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Lajes, César Militão, como representante da Instituição no evento. “Será uma oportunidade para discutirmos com maior profundidade essa questão do Bioma. A Faern participará da conferência e fará parte da coordenação dos trabalhos. Acredito que nossa colaboração ajudará no resultado final dos debates”, ressaltou César Militão.

Documento

A partir destas oficinas será elaborado um documento formalizando os compromissos a serem assumidos pelos governos e demais setores da sociedade para a promoção do desenvolvimento sustentável desse Bioma. Tal proposta, intitulada “Declaração da Caatinga”, é uma iniciativa do Instituto de Difusão Social do Conhecimento – Instituto Nordeste XXI, e tem a coordenação do Banco do Nordeste do Brasil, com a participação de representantes de diversos setores da sociedade (governo, poder legislativo, terceiro setor, privado, movimentos sociais, comunidade acadêmica e entidades de pesquisa), e deverá ser enviada à organização da Conferência Rio + 20.

Rio +20

Em junho o Brasil sediará a Rio+20, conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) que reunirá líderes do mundo todo para discutir meios de transformar o planeta em um lugar melhor para se viver. O evento será realizado no Rio de Janeiro, 20 anos depois da Eco92.

Um dos temas-chave da Rio+20 serão as fontes limpas e renováveis de energia, que enfrentam obstáculos para ganharem o espaço dos combustíveis fósseis na matriz energética mundial. “Por tudo isso. Pela variedade de temas e a sua importância mundial, a Federação da Agricultura não poderia deixar de participar das mesas de debate da I Conferência Regional do Bioma Caatinga, que apontará novos dados para a Rio +20”, finalizou o presidente da Faern, José Álvares Vieira.

Serviço:

Oficina Bioma Caatinga Potiguar

15/02/2012 – quarta-feira

Auditório do CTGás – Avenida Capitão Mor Gouveia, 1480, Lagoa Nova

Das 08h00 às 17h30

PROGRAMAÇÃO

CREDENCIAMENTO / APRESENTAÇÃO CULTURAL 08h00 30min

ABERTURA DA REUNIÃO BNB, Instituto Nordeste XXI, SEMARH, Procuradoria Geral do Estado e Assembléia Legislativa do RN. 08h30 – 20min.

HISTÓRICO SOBRE AS DISCUSSÕES DA TEMÁTICA NO ESTADO A PARTIR DA PRÉ-CONFERÊNCIA ESTADUAL DO BIOMA CAATINGA. Marco Antonio Araujo Vieira – Gerente Executivo da Superintendência Estadual do Banco do Nordeste – RN. 08h50 – 15min.

PALESTRA DE ABERTURA SOBRE O BIOMA CAATINGA BRASIL. Francisco Campelo – Diretor Nacional do Combate à Desertificação. 09h05 – 40min.

PALESTRA SOBRE O BIOMA CAATINGA POTIGUAR. Benedito Vasconcelos – UFERSA. 09h45 – 40min.

Cafezinho 10h25 – 15min.

PROGRAMA DE AÇÃO ESTADUAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E MITIGAÇÃO DOS EFEITOS DA SECA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – PAE/RN. Josivan Moreno – Consultor da SEMARH. 10h40 – 40min.

MESA REDONDA. Mediadora, Marjorie Madruga – PGE. 11h20 – 40mim.

ALMOÇO. 12h00 – 13h30.

APRESENTAÇÃO DO GRUPO DE CHORINHO DO SESC-RN. 13h30 – 20min.

PALESTRA SOBRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O BIOMA CAATINGA. João Artur Soccal Seyffarth – Analista Ambiental do MMA. 13h50 – 40min.

OFICINAS TEMÁTICAS E DEBATES. Ramiro Camacho (UERN) e Marília Estevão (IFRN) – Coordenadores das oficinas e debates. 14h30 – 30min.

REALIZAÇÃO DAS OFICINAS TEMÁTICAS. 1) Energias Renováveis – Geraldo Pinto – Coordenador. 2) Manejo Sustentável da Caatinga – Newton Barcellos/Leonel Generoso – Coordenadores. 3) Recuperação de áreas degradadas – Ramiro Camacho – Coordenador. 4) Bacias hidrográficas – Josemá Azevedo – Coordenador. 15h00 – 01h.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DOS GRUPOS (15 minutos para cada grupo) 16h00 – 01h.

APRESENTAÇÃO DA DECLARAÇÃO DO BIOMA CAATINGA POTIGUAR. 17h00 – 30min.

ENCERRAMENTO. 17h30