Deu na Agência Estado

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, alertou neste sábado que as políticas de austeridade na Europa não estão funcionando e que, a menos que os países se concentrem em encontrar novas formas de crescer, a recessão só vai se aprofundar. “O Brasil defende que uma consolidação fiscal exagerada e simultânea na Europa não é a melhor resposta à crise mundial e pode até levar a um agravamento da recessão”, afirmou a presidente, em seu discurso na abertura da 22ª Cúpula Ibero-Americana, realizada na cidade costeira de Cádiz.

 “Sem crescimento, será muito difícil para as nações obterem êxito com a sua consolidação fiscal”, acrescentou Dilma. Ela disse ainda que a economia brasileira foi afetada pela crise europeia, porque o comércio internacional desacelerou. A presidente exortou os países que não estão enfrentando déficit e dívida elevados a investir mais e aumentar importações para ajudar a promover o crescimento. As informações são da Dow Jones.

O evento será realizado nesta sexta-feira (16) e no sábado (17). Dilma Rousseff foi a primeira presidente latino-americana a chegar nesta quinta-feira a Cádiz, na Espanha, para a sua estreia na Cúpula Ibero-Americana. Dilma chegou de avião a Jerez, cidade próxima a Cádiz, ao lado do chanceler, Antonio Patriota. Em Cádiz também já estão o rei Juan Carlos 1º, da Espanha, e o chanceler cubano, Bruno Rodríguez. Será a primeira reunião ibero-americana da qual participará o atual premiê espanhol, Mariano Rajoy, que quer debater o papel dos países na crise na zona do euro e deixar claro o seu compromisso com a América Latina, a importância estratégica da região e o reconhecimento de seu crescente papel na economia mundial.

Nos últimos meses, foram contínuos os contatos entre os representantes do governo espanhol e dos países latino-americanos para garantir uma presença em massa de chefes de Estado em Cádiz. É certa, porém, a ausência do presidente do Paraguai, Federico Franco, que quer evitar problemas com os membros do Mercosul e da Unasul, que lhe vetaram após a destituição de Fernando Lugo. (Agências)