O economista brasileiro Ilan Goldfajn foi eleito presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). É a primeira vez que o Brasil vai presidir a instituição, que financia grandes projetos de infraestrutura na América Latina.

Goldfajn foi eleito na primeira rodada de votação com 80% de apoio. Ex-presidente do Banco Central no governo Michel Temer, o economista foi indicado para a vaga pelo governo Jair Bolsonaro.

Na sexta-feira, o ex-ministro Celso Amorim, da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, disse à CNN que o novo governo “nem apoiava, nem vetava” o nome de Goldfajn. A sinalização foi vista em Washington como um apoio velado.

Na semana passada, o ex-ministro Guido Mantega chegou a mandar um e-mail para a ex-secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, pedindo para adiar a eleição para a presidência do BID. O pedido provocou mal-estar e reação dentro da frente ampla que apoia Lula. Mantega deixou à equipe de transição.

Goldfajn é visto como um nome técnico sem ligação com o bolsonarismo. Guedes, inclusive, superou divergências pessoais para indicá-lo

Por Pedro do Coutto

Numa entrevista a Mariana Carneiro, Marli Prado e Ricardo Baltazar, Folha de São Paulo deste sábado, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que o consumo, e não o investimento, puxou a recuperação lenta da economia nos últimos meses, acentuando ter sido interrompido o ciclo de uma profunda recessão herdada pelo governo Michel Temer. A afirmação do presidente do Banco Central impressiona, a meu ver, por sua incursão no reino da mágica, isso porque um alta taxa de desemprego e retração dos salários, como é que o consumo pode subir ao ponto de influir na aceleração da economia? Esta pergunta deve ser respondida prelo autor da tese, que também recorreu à influência do saque das contas inativas do FGTS.

 ALGO EPISÓDICO – Mesmo aceitando como válida a explicação, é importante considerar que o saque do FGTS é algo episódico, não podendo, portanto, ser analisado como um fator permanente da recuperação econômica. O próprio presidente do BC sustenta que a confiança na recuperação da economia não tem impulsionado a atividade como se pensava no início do ano. Acrescentou que a capacidade ociosa permanece muito grande e que a economia ainda se recente dos erros cometidos pelo governo Dilma Rousseff. A que capacidade ociosa se refere ele? Não pode ser a redução da força de trabalho refletida na existência de quase 14 milhões de desempregados.

Acrescentou também que a economia se recente do excesso de gasto, de empréstimos e de endividamento das pessoas. Endividamento que, como foi divulgado esta semana, envolve 56 milhões de pessoas. Mas neste ponto mais uma contradição: se houve excesso de gastos, como apresentar positivamente o crescimento do consumo. Mas esta é outra questão. Os gastos do governo são uma coisa. As despesas da população outra. Há que separar os dois planos. Para os gastos do governo tem que se incluir o desembolso com o pagamento de juros da dívida interna.

 RECEITA EM QUEDA – Mas as dificuldades não preocupar o presidente do BC. Por falar em banco, uma revelação importante. Reportagem de Eduardo Rodrigues e Idiana Tomzelli, O Estado de São Paulo, também de sábado, destaca a queda da arrecadação de tributo federais no mês de julho. Foi de 109,9 bilhões de reais menor na escala de 0,3% do que a do mês anterior. O principal fator do recuo da receita, incluindo a correção inflacionária, decorre do recolhimento menor do Imposto de renda da empresas, principalmente dos bancos. O recolhimento dos bancos, pela lei, tem base nas estimativas para seus resultados no mês seguinte. Pela retração, parece que as expectativas não são favoráveis. Mas como acreditar nisso se os bancos fecharam seus balanços com lucros muito altos, como foi o caso do Itaú e do Bradesco?

Entretanto como a base do imposto, para eles, está na expectativa, é possível que tais expectativas não se concretizem na prática. Mas valem para o cálculo do imposto a pagar.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, negou ontem (20) que os bancos públicos voltarão a ser usados para baratear o custo do crédito no Brasil. “Não vamos cometer os mesmos erros do passado”, afirmou ele, em referência à decisão, tomada durante o governo Dilma Rousseff, de pressionar por redução de juros praticados por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal como forma de forçar uma queda nas taxas dos bancos privados. A volta dessa prática voltou a ser aventada nas últimas semanas como forma de enfrentar a crise de crédito no país, responsável pela demora na recuperação da economia. De acordo com Goldfajn, haverá uma ação conjunta de bancos públicos e privados para solucionar o problema. “Eles [bancos públicos] vão participar com os bancos privados em solução conjunta com ações para reduzir o custo de crédito”, afirmou. “A resposta é não, não vamos repetir práticas passadas”, disse, ao ser questionado sobre o tema.Maquininhas

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou nesta terça-feira (17) que o novo presidente do Banco Central será o economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn. Ele foi escolhido para entrar no lugar do atual presidente, Alexandre Tombini. Goldfajn já exerceu o cargo de diretor de Política Econômica do Banco Central entre 2000 e 2003, quando trabalhou com Armínio Fraga e, depois, com Henrique Meirelles. Entre 1996 e 1999, trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI).

Equipe econômica

O presidente interino Michel Temer, que assumiu após o Senado permitir o prosseguimento do processo de impeachment de Dilma Rousseff, está montando uma nova equipe econômica sob o comando de Meirelles. O outro nome já confirmado na nova equipe econômica é o de Tarcísio Godoy, que será secretário-executivo do Ministério da Fazenda

Godoy já ocupou o mesmo cargo até o final de 2015, na gestão do ex-ministro Joaquim Levy. Antes disso, em dezembro de 2006, foi designado Secretário do Tesouro Nacional. Entre 2007 e 2010, foi presidente da Brasilprev. De 2010 a 2014, foi diretor da Bradesco Seguros.

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