Por Clóvis Rossi / Folha

O que chama a atenção no caso da prisão de Carlos Arthur Nuzman, o eterno cacique do Comitê Olímpico Brasileiro, não é apenas a corrupção exposta, mas o grau de empulhação que as autoridades — as políticas e as esportivas — conseguem vender para o público, que, por sua vez, a aceita bovinamente.

Um pouco de memória: quando o Brasil foi escolhido para ser, sucessivamente, sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, a tese vendida pelos dirigentes políticos e esportivos era a de que o país mudara de patamar, estava encaixado entre os grandes do mundo.

UMA POTÊNCIA – Não era apenas a nação alegre e musical que o mundo admira, mas também uma potência perfeitamente capaz de organizar os dois eventos que mais atenção concitam no planeta. O então presidente Lula, no discurso em que defendeu a candidatura do Rio, disse que havia participado fazia pouco da cúpula do G20, na qual havia sido desenhado “um novo mapa econômico mundial”. Completou: “O Brasil conquistou o seu lugar” (nesse suposto novo mundo). Escolhido o Rio, Lula chorou, Sérgio Cabral, então governador do Rio, chorou, a delegação brasileira emocionou-se, Nuzman também chorou.

Pena que, como se vê agora, o Brasil não conquistou seus Jogos Olímpicos por ter entrada em um suposto novo mapa-múndi econômico, mas por ter praticado seu ancestral esporte favorito, a corrupção. Comprou os jogos, para ser breve.

PORTEIRA ABERTA – Como se fosse pouco, a compra dos Jogos abriu a porteira para uma série de obras nas quais, como aparece na investigação em curso, houve o tradicional superfaturamento e as propinas, esquemas em que o prisioneiro Sérgio Cabral ganha medalhas de ouro — mesmo em um país em que elas são mais comuns do que arroz-com-feijão.

O povo alegre e musical divertiu-se, no entanto, com a dupla escolha. Desandou a cantar “sou brasileiro/com muito orgulho/com muito amor”. Passados apenas oito anos do que Lula chamara de “momento mágico”, os dois máximos dirigentes do esporte brasileiro (Nuzman e José Maria Marin, da CBF) estão presos, o que só comprova o óbvio: os caciques do esporte não poderiam ser diferentes dos caciques políticos, uma penca destes também na cadeia ou denunciados ou condenados, mas ainda soltos (caso de Lula, por exemplo).

MUITA VERGONHA – O “muito orgulho” da canção foi substituído pela vergonha, mostrou o Datafolha em junho: 47% dos brasileiros entrevistados à época afirmaram ter vergonha de serem brasileiros.

Na noite de quinta-feira (dia 5), cruzei nos corredores da ESPN com Juca Kfouri, um Quixote quase solitário na denúncia dos desmandos das cúpulas do esporte. Juca acaba de lançar um livro de memórias cujo título diz tudo: “Confesso que perdi”.Disse-lhe: “Ânimo, Juca, você ainda é novo o suficiente para ver um dia um país melhor“. E ele: “Nem meus filhos verão. Quem sabe os netos“. Que pelo menos os netos, os meus e os dele, não sejam tão facilmente enganados já seria um progresso.

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (5) o presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, e Leonardo Gryner, seu braço direito no comitê organizador da Rio-16. Os dois são suspeitos de atuarem na compra de votos para a escolha da cidade para sediar os Jogos.

A operação é um desdobramento da Operação “Unfair Play”, que investiga a compra do voto de Lamine Diack por US$ 2 milhões. O empresário Arthur César Soares de Menezes, foragido há um mês, foi o responsável por pagar a quantia semanas antes da escolha, em outubro de 2009, em Copenhague.

Nuzman é investigado sob suspeita de ter feito a “ponte” entre o esquema de corrupção do governo Sérgio Cabral (PMDB) e os membros do COI. A propina ao senegalês foi debitada, segundo a Procuradoria, da devida pelo empresário Arthur César de Menezes Soares, o “Rei Arthur”, ao peemedebista. O empresário obteve mais de R$ 3 bilhões em contratos com o Estado

Gryner admitiu em depoimento ao Ministério Público que encontrou com Soares e discutiu com ele o patrocínio de eventos da IAAF, entidade comandada por Lamine Diack. A reunião foi intermediada por Cabral, afirmou o executivo em depoimento.

Folha de São Paulo.

 

 

06
ago

1ª medalha do Brasil nas Olimpíadas 2016

Postado às 18:21 Hs

O tiro esportivo, modalidade que rendeu a primeira medalha do Brasil em Olimpíadas, deu aos brasileiros também a sua primeira nos Jogos Olímpicos Rio 2016 para Felipe Wu, que ficou com a prata na final da prova de pistola de ar 10 metros.

Wu, que chegou aos Jogos como número um do ranking mundial, superou o chinês Wei Pang, que terminou com o bronze. O vietnamita XuanVinh Hoang conquistou o ouro, na prova disputada no Centro Olímpico de Tiro, no Parque de Deodoro.

A primeira medalha do Brasil em Olimpíada foi conquistada no tiro esportivo por Afrânio da Costa nos Jogos Olímpicos de 1920, na Bélgica.

04
ago

AGENDA OLÍMPICA

Postado às 9:00 Hs

Confira os jogos e transmissões desta primeira rodada no futebol masculino:

13h – Jogos Olímpicos: Iraque x Dinamarca (futebol masculino) – RECORD NEWS, SPORTV, ESPN e FOX SPORTS2

15h – Jogos Olímpicos: Honduras x Argélia (futebol masculino) – SPORTV2, ESPN e FOX SPORTS2

16h – Jogos Olímpicos: Brasil x África do Sul (futebol masculino) – GLOBO, BAND, RECORD, SPORTV, ESPN BRASIL, FOX SPORTS e BANDSPORTS

17h – Jogos Olímpicos: México x Alemanha (futebol masculino) – SPORTV2 e FOX SPORTS2

18h – Jogos Olímpicos: Portugal x Argentina (futebol masculino) – RECORD NEWS, SPORTV2, ESPN BRASIL, FOX SPORTS e BANDSPORTS

19h – Jogos Olímpicos: Suécia x Colômbia (futebol masculino) – SPORTV3, ESPN e FOX SPORTS2

20h – Jogos Olímpicos: Fiji x Coreia (futebol masculino) – SPORTV2, ESPN+ e BANDSPORTS

22h – Jogos Olímpicos: Nigéria x Japão (futebol masculino) – BAND, RECORD NEWS, SPORTV2, ESPN+, FOX SPORTS2 e BANDSPORTS

abr 26
sexta-feira
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