O secretário estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse nesta segunda-feira que o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, preso na quinta-feira, pode ajudar a elucidar casos de corrupção envolvendo policiais civis e militares. Em depoimento à Polícia Federal logo que foi preso, Nem disse que metade do seu faturamento ia para o pagamento de propina a policiais da banda podre.

Em entrevista à TV Globo na manhã desta segunda, Beltrame disse que o depoimento do traficante Nem pode ser uma “oportunidade importantíssima” para elucidar casos de corrupção. O secretário estuda oferecer ao traficante uma medida judicial para que Nem contribua com a Justiça e a polícia. Para o secretário, a Operação de Choque foi “um trabalho de inteligência e não de guerra”.

Beltrame destacou o planejamento como um dos trunfos da ação. “Antes você entrava nessas áreas sem um objetivo específico e isso, muitas vezes, trazia o confronto, o que não é bom para ninguém. A polícia não quer confronto”, disse o secretário. “Você precisa planejar, deixar muito claro o que quer, fazer um trabalho definitivo.”

Questionado sobre a importância da retomada da Rocinha, a maior favela da América Latina, Beltrame afirmou: “Abrimos uma janela de oportunidade. Isso só vai funcionar se atendermos a dignidade daquelas pessoas que estão lá. Cabe ao estado fazer uma invasão social. A porta da rocinha está aberta à sociedade e ao estado desde ontem.”