Há sete anos, a revelação de um suposto esquema de compra de apoio parlamentar no governo deu início à maior crise política da era Lula e manchou a história do PT, partido que chegou ao poder com o discurso da ética.

Os réus do chamado mensalão serão julgados no Supremo Tribunal Federal (STF) a partir da próxima quinta-feira, no mais importante processo da área política na história da Corte.

Trinta e oito réus, dos 40 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), serão julgados por envolvimento no suposto esquema, que veio à tona em 2005. Eles são acusados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta e formação de quadrilha e fraude.

O alegado esquema funcionaria, segundo a denúncia da PGR, com o desvio de recursos públicos que seriam usados para a compra de apoio entre parlamentares da base governista no Congresso. Segundo a defesa de alguns réus, os valores representavam caixa dois de campanha.

O escândalo foi o pior momento político de Luiz Inácio Lula da Silva. Em pronunciamento à nação em meio à crise, o então presidente disse se sentir “traído por práticas inaceitáveis”, às quais afirmou não ter conhecimento, e pediu desculpas em nome do governo e do PT pelas denúncias.

O conhecimento de Lula nunca foi provado, mas o governo foi atingido em seu âmago pelas denúncias que alcançaram o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, responsável pela construção da coalizão que elegeu o petista em 2002 e uma espécie de primeiro-ministro do Executivo federal à época.

Outros nomes próximos ao presidente foram envolvidos: o então ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e a cúpula do PT à época: o presidente José Genoíno, o tesoureiro Delúbio Soares, e o secretário-geral Sílvio Pereira.

Fonte: Agora MS