Roberto Jeferson e José Dirceu

Recluso há uma semana em sua casa no interior fluminense, onde espera a ordem de prisão do Supremo Tribunal Federal, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) decidiu voltar ao ataque.Em entrevista à Folha por telefone, ontem, ele criticou o desafeto José Dirceu e classificou como “absurda” a postura do ex-ministro de se apresentar como preso político.

 “É a mesma coisa que ele dizer que foi cassado por um Congresso de exceção. Não tem cabimento”, afirmou o autor da denúncia do mensalão, em 2005.

Jefferson disse que o Brasil é uma democracia e que 8 dos 11 ministros do STF foram nomeados por governos do PT. Acrescentou que a corte respeitou o direito de defesa dos réus e transmitiu o julgamento ao vivo, pela televisão.

O petebista sugeriu que corre risco de vida se for preso no complexo da Papuda, em Brasília. Disse que sua relação com os réus petistas, como Dirceu, é “complicada”. E que o presídio abriga homens condenados pelo assassinato de um juiz, em julgamento do qual ele participou como assistente de acusação.

Oito anos depois, Jefferson disse não se arrepender de ter denunciado o mensalão –o que lhe custou o mandato e, agora, a liberdade. Ele foi cassado na Câmara e condenado a sete anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele nega os crimes.