Por Merval Pereira
O Globo

A reunião no Supremo Tribunal Federal, marcada para a tarde desta terça-feira (dia 20), a pedido do ministro Celso de Mello para discutir a prisão em segunda instância, foi vista como uma espécie de golpe branco, elegante, em cima da presidente do Tribunal, e por isso acabou não acontecendo. A presidente Cármen Lúcia não confirmou presença e não estava disposta a comparecer, então os ministros recuaram.

Ninguém está querendo fazer uma afronta a ela, mas querem demovê-la da ideia de não botar em julgamento nenhuma ação que discuta a tese da segunda instância.

PRISÃO DE LULA – A ministra alega que o assunto foi discutido e decidido há pouco tempo e uma rediscussão daria a sensação à opinião pública de que visa, unicamente, evitar a prisão do ex-presidente Lula. Mas ela deixou claro que um habeas corpus especifico tem prioridade e pode ser colocado, desde que o relator faça o pedido. E o único que existe é habeas do Lula, do qual Edson Facchin é o relator.

Na verdade, ninguém quer assumir a responsabilidade de levar à votação o habeas corpus do Lula, que já foi rejeitado pelo STJ. Na ONU, 193 dos 194 países filiados têm prisão em primeira ou segunda instância.