A onda de protestos anti-governo continuaram ontem (17) na Líbia, Barhein, Iêmen e Iraque, causando grande número de mortes e preocupando a comunidade internacional.

Um grande protesto começou ontem na Líbia, matando pelo menos sete pessoas e ferindo vários outros.

As manifestações na capital do Iêmen, Sana’a, entraram no 7º dia ontem e causaram conflitos violentos. Pelo pelos uma pessoa morreu e 25 ficaram feridas.

A polícia anti-violência do Barhein dissipou os protestantes na capital do país. Segundo um funcionário local, três pessoas foram mortas a tiros e outras 200 ficaram feridas.

No Iraque, milhares de curdos protestaram em várias cidades em busca de melhoria do padrão de vida e pelo controle da corrupção.

A greve nacional continuou no Egito. A oposição planeja realizar manifestações hoje (18) no Cairo em comemoração à despedida do ex-presidente Mohammed Hosni Mubarak.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu ontem que os líderes e os povos da região reúnam as forças para resolver o problema. Ele disse ainda que a ONU quer oferecer ajuda a esses países.

Depois de 18 dias de protesto contra o governo do Egito, o presidente do país, Hosni Mubarak, de 82 anos, renunciou hoje (11) ao cargo. Ele passou quase três décadas no poder. A decisão foi anunciada em um comunicado na rede estatal de televisão.

Celebração
A notícia da renúncia, exigida pelos manifestantes, foi imediatamente celebrada com festa nas ruas do Cairo e das outras grandes cidades do Egito.

Por volta das 18h locais (14h de Brasília), na lotada Praça Tahrir, que foi o centro nervoso dos protestos, manifestantes cantavam: ‘o povo derrubou o governo’.

Manifestantes se abraçavam, e algumas pessoas desmaiaram de emoção.

Fortuna:Na véspera, Mubarak havia anunciado a transferência de seus poderes a Suleiman, mas reafirmou que ficaria no governo até as eleições marcadas para setembro, em um processo gradual de transição.

Isso não satisfez os oposicionistas.

O governo da Suíça anunciou que vai congelar os possíveis bens de Mubarak no país, segundo a chancelaria.

A fortuna de Mubarak e de sua família chegaria a US$ 70 bilhões, segundo um levantamento publicado pelo diário britânico “Guardian”. Mas este número foi contestado pela revista “Forbes”, que publica rankings dos homens mais ricos do mundo.

Em Brasília, a Embaixada do Egito no Brasil informou que não prestará esclarecimentos sobre a renúncia de Mubarak nem sobre como será o funcionamento do governo provisório. De acordo com a assessoria da representação diplomática, se houver algum tipo de manifestação, ela será feita por meio de comunicado enviado aos veículos de imprensa por e-mail.

Oposição
O oposicionista Muhamed ElBaradei, uma das principais figuras dos protestos, disse que o Egito “esperou por décadas” por este dia. Ele afirmou esperar que povo e Exército governem juntos durante a transição.

A Irmandade Muçulmana, principal grupo opositor, parabenizou o povo e o Exército do Egito pela notícia. Eles celebraram o fato de que o Exército “cumpriu suas promessas”.

O blogueiro Wael Ghonim, um cibermilitante que passou 12 dias preso e virou ícone do movimento no Egito, escreveu no seu Twitter: “Parabéns ao Egito, o criminoso deixou o palácio”.

Faltam ainda outros ditadores aqui perto Raul Castro(Cuba) e Hugo Chavez (Venezuela) se tocarem e ver o que o povo pode fazer contra governos autoritários.

Fonte: Portal G1