O Brasil desdenhou da ameaça do Paraguai de parar de ‘ceder’ a energia de Itaipu para empresas brasileiras e considera que o presidente Federico Franco repete o discurso nacionalista dos antecessores para se fortalecer politicamente. ‘Eles [o governo de Federico Franco] já estão amenizando o falatório’, disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. ‘Nós apenas tomamos nota [da ameaça de Franco], nem consideramos’, acrescentou o porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes, informando que o chanceler Antonio Patriota e a embaixada em Assunção não se deram ao trabalho de reclamar com o governo do país vizinho.
Ele acrescentou que o Brasil bancou sozinho a construção de Itaipu, uma empresa binacional que estará totalmente paga em 2023: ‘Valerá então US$ 60 bilhões, 50% para cada sócio. O Paraguai terá um patrimônio líquido de US$ 30 bilhões. E quanto eles investiram? Zero’. Franco assumiu com a queda de Lugo, e as eleições serão em abril. Assim, o governo brasileiro classifica de ‘vazia’ e de ‘lance de política interna’ a ameaça de enviar ao Congresso projeto impedindo o país de ‘ceder’ energia excedente ao Brasil.