O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco

Pacheco diz que é preciso haver respeito às divergências

Por Gustavo Maia e Marcella Mattos / Veja

Parabenizado por Jair Bolsonaro por conta do avanço de uma proposta sobre “a questão do desequilíbrio entre os Poderes” no Senado, Rodrigo Pacheco respondeu há pouco a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PT, que o acusou nesta terça de estar “fazendo um serviço para a extrema direita”. E Jair Bolsonaro fez questão de dar os parabéns ao presidente do Congresso.

Isso porque, segundo a petista, “a maneira açodada” com que vem tramitando a PEC 8/2021 — que limita poderes do STF — “parece retaliação que diminui o Senado”.

RESPEITO ÀS DIVERGÊNCIAS – “Tenho uma trajetória marcada pelo respeito às divergências. Mas tentar rotular uma proposta legislativa como de direita ou de esquerda para desqualificá-la, além de simplista, é um erro. Esse é o grande mal recente da história nacional que venho combatendo, pois esse tipo de argumento retroalimenta a polarização, que só interessa a alguns (os extremistas)”, afirmou o presidente do Senado, em nota de resposta a Gleisi.

“Sempre defendi a harmonia entre os Poderes. E o estabelecimento de leis e regras constitucionais cabe ao Poder Legislativo, do qual faço parte e tenho a honra de servir. A PEC tramita desde 2021, está na pauta na forma regimental, e ficará pelo tempo necessário para a sua maturação”, disse, acrescentando:

“Não há pressa, nem atropelo. Ela serve para aprimorar a Justiça, cujas instâncias sempre foram por mim defendidas publicamente, de juízes a ministros, da Justiça Comum à Justiça Eleitoral. Continuarei fazendo-o, mas sem negar a minha prerrogativa de bem legislar”, complementou Pacheco.

GLEISI CRITICOU – À tarde, Gleisi usou suas redes sociais para dizer que a PEC que foi incluída na pauta do plenário do Senado não é um bom caminho para alcançar o necessário objetivo de fazer com que os Poderes da República atuem em harmonia.

“Especialmente numa conjuntura em que o Supremo vem tendo papel destacado na defesa da Democracia. A busca da harmonia se dá pelo diálogo e o fortalecimento dos poderes, pelo exercício cotidiano do papel constitucional de cada um. A maneira açodada com que a PEC 08 vem tramitando parece retaliação que diminui o Senado. Infelizmente o senador Rodrigo Pacheco está fazendo um serviço para a extrema direita”, afirmou a presidente do PT.

A Proposta de Emenda à Constituição proíbe decisões monocráticas (individuais) de ministros do STF que suspendam a validade de leis ou atos dos presidentes da República, do Senado, da Câmara e do Congresso Nacional. E estabelece também um prazo de seis meses, prorrogável por mais quatro meses, para a concessão de pedido de vista coletivo, com tempo maior de análise de uma ação.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O Democratas (DEM) vai priorizar a eleição para presidência do Senado e busca o apoio do PSD, segunda maior bancada da Casa, para o candidato do partido, senador Rodrigo Pacheco (MG). As negociações estão avançadas e líderes do PSD já dão como quase certa a aliança entre as duas legendas.

Rodrigo Pacheco é o candidato escolhido pelo atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para sucedê-lo no posto. Hoje, nas contas de aliados de Alcolumbre, se o PSD fechar com o senador mineiro ele já teria um pouco mais de 40 votos garantidos. Ele precisa de mais de 41 votos.

Nome levado por Alcolumbre ao presidente Jair Bolsonaro para ter o apoio do governo, Rodrigo Pacheco tem sido aconselhado a traçar uma estratégia em que mostre não ser um candidato nem governista nem contra o Palácio do Planalto, mas voltado aos interesses do país e dos senadores de todas as legendas.

A cúpula do DEM acredita que Rodrigo Pacheco tem chances reais de se eleger e espera a definição do MDB para definir novas estratégias em busca de apoio. O plano ideal para o Democratas é o MDB não lançar candidato, mas essa possibilidade é vista como algo impossível.

Maior bancada do Senado, o MDB quer voltar a comandar a Casa e tem quatro pré-candidatos. Dois são líderes do governo, os senadores Eduardo Gomes (TO) e Fernando Bezerra (PE). Outro é o líder da bancada no Senado, Eduardo Braga (AM), além da senadora Simone Tebet (MS).

A avaliação de aliados de Rodrigo Pacheco é que o MDB pode sair, mais uma vez, rachado na definição do seu candidato, o que acabaria favorecendo o senador mineiro. O mesmo aconteceu na última eleição, quando Davi Alcolumbre venceu Renan Calheiros (AL).

Blog do Valdo Cruz – G1

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