Mais de 9,6 milhões de pessoas na região Nordeste vivem hoje com renda mensal de até R$ 70, valor limite da linha da pobreza extrema traçada pelo governo federal.

Elas correspondem a 59% dos 16.267.197 de brasileiros que deverão ser atendidos pelo programa Brasil sem Miséria.

Os dados preliminares foram divulgados nesta terça-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), uma semana após o anúncio da nova linha de pobreza extrema, divulgada pela ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social) na semana passada.

De acordo com o IBGE, 8,5% da população do país se encontra abaixo dessa linha.

A Bahia é o Estado com maior número absoluto de beneficiários do programa. Mais de 2,4 milhões dos mais de 14 milhões de habitantes do Estado –17% do total– vivem em situação de extrema pobreza.

Também está no Nordeste o Estado com maior número relativo de futuros participantes do programa: no Maranhão, 25,7% da população total está abaixo da linha da pobreza extrema traçada pelo governo.

DESIGUALDADE

A extrema pobreza atinge 18,3% da população da região Norte e 18,1% dos habitantes da região Nordeste do Brasil. No outro extremo, os dados do IBGE mostram que apenas 2,6% dos brasileiros que vivem na região Sul vivem com até R$ 70 e, portanto, atendem os critérios do programa Brasil sem Miséria.

No Sudeste, 3,3% da população poderá se beneficiar da transferência de renda, e 3,9% dos moradores do Centro-Oeste também se encontram na mesma situação de miséria.

Em São Paulo, o Estado mais populoso do país, um milhão de pessoas poderão ter acesso ao programa, o que representa 2,6% dos 41 milhões de paulistas.

O Estado com menor porcentagem de pessoas vivendo em situação de extrema pobreza é Santa Catarina, onde apenas 1,6% dos 6,2 milhões de habitantes vivem com renda mensal de até R$ 70. Atrás dele vem o Distrito Federal, com 46 mil dos 2,5 milhões de habitantes incluídos no cálculo. (Folha)