Combustíveis:

 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou novos aumentos nos combustíveis no curto prazo para aliviar a situação da Petrobrás. “Esse ano já teve dois reajustes do diesel e da gasolina. Não dá para ficar pensando toda hora em reajuste”, disse. Mantega é presidente do conselho de administração da estatal. A seguir trechos da entrevista ao Estadao.

O senhor reduziu a sua projeção do PIB para 2%, mais pessimista que os 2,5% do Banco Central. Quais foram os motivos dessa revisão?

É preciso fazer a leitura correta dessa revisão, que contabiliza a média do ano. Somos obrigados a fazer isso no relatório que mandamos para o Congresso e tem implicações orçamentárias. Dá a falsa ideia de que estamos em desaceleração. Em relação a uma estimativa antiga, reduzimos o crescimento. Mas isso não altera a minha projeção de que a economia vai virar o ano crescendo 4%. Quando interpretarem esse dado, não esqueçam da segunda parte.

Juros do cartão de crédito:

Ele afirmou que os bancos estão cobrando taxas “escorchantes” no cartão de crédito, que são injustificáveis. “Esses disparates têm de desaparecer”, afirmou, em entrevista ao ‘Estado’, na sexta-feira à tarde, em seu escritório em São Paulo. “Estamos preocupados com os cartões de crédito. E, se nós estamos, é bom que eles (os bancos) também se preocupem.”

Os spreads bancários se tornaram uma das principais brigas do governo Dilma Rousseff, que quer ver chegar ao consumidor o efeito do forte corte promovido na taxa Selic, utilizada como referência para os empréstimos no País. Normalmente comedido ao falar dos rumos da Selic, Mantega, dessa vez, foi categórico. “Não há necessidade de alta de juros”, disse.

O ministro está seguro de que os preços vão se manter sob controle no ano que vem, apesar da recuperação da economia e ao contrário do que projetam consultorias renomadas. Não só a crise global vai elevar a oferta de produtos internamente a preços baixos, diz o ministro, como também as medidas adotadas pelo governo vão ajudar.

 

Para o titular da Fazenda, a desoneração da folha de pagamentos, a redução do custo da energia e o corte de IPI para carros colaboram para manter os preços estáveis. “E também não pode levar em consideração choque de oferta”, frisou, referindo-se ao aumento do preço dos grãos, provocado pela quebra da safra americana. “Não adianta elevar juro para diminuir preço nos Estados Unidos.