O governo da presidente Dilma Rousseff pode ser estigmatizado por inúmeros acontecimentos políticos e econômicos que ocorreram nos últimos dois anos, como a faxina ministerial, o silêncio sobre o mensalão, a inflação alta, o intervencionismo e a truculência. Mas, talvez, nenhum desses feitos fique mais latente na memória da população do que o Produto Interno Bruto (PIB) quase estagnado – o famoso ‘pibinho’. O crescimento econômico médio da gestão Dilma até 2012 deve ficar em 1,8% – o pior resultado desde o governo Collor e o crescimento mais baixo desde a era Vargas, segundo dados da consultoria MB Associados.

Poucos cidadãos, inteirados ou não sobre economia, conhecem a fundo os detalhes das Contas Nacionais, que serão anunciadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dentro de algumas horas. Mas todos, certamente, engolirão a seco a sensação frustrante de viver em um país cujo PIB, nos últimos dois anos, insiste em não crescer – justamente no momento em que a crise mundial dá sinais de melhora.

A oferta em baixa, os investimentos no campo negativo e as dificuldades enfrentadas pela indústria devem fazer com que o Brasil apresente, em 2012, um dos piores resultados anuais do PIB desde 2009, quando o país ainda sofria os impactos imediatos da crise econômica mundial – que foi difundida a partir da crise imobiliária nos Estados Unidos. Apesar de as estimativas mais otimistas para o crescimento econômico no quarto trimestre de 2012 levarem a um resultado anual de 1%, ainda fica abaixo do que especialistas projetavam no começo do ano – algo em torno de 3% – muito aquém dos 4,5% esperados pelo governo à época. (Veja)