Seminário destaca a importância do Braille para inclusão social

 

Ressaltar a importância da acessibilidade como inclusão social das pessoas cegas nos sistemas de ensino básico e superior, e difundir informações sobre a acessibilidade material pela aplicação de novas tecnologias. Com essa proposta a Universidade Federal Rural do Semi-Árido, por meio da Coordenação Geral de Ação Afirmativa, Diversidade e Inclusão Social – CAADIS, realiza desde a última segunda-feira, atividades para marcar o Dia Nacional do Braille, comemorado em 08 de abril. Na tarde desta quinta-feira, 11, a data foi celebrada com o seminário “Braille: a leitura na ponta dos dedos” com a presença de professores, alunos e servidores da Ufersa, além de professores da educação básica e a comunidade em geral.

Durante a roda de acolhimento, o reitor da Ufersa, professor José de Arimatea de Matos, parabenizou a CAADIS pela organização do evento e ressaltou a importância da acessibilidade na universidade. “Com eventos como esse discutimos e trabalhamos para o planejamento de uma universidade que esteja adequada para receber alunos e servidores docentes e técnico-administrativos com necessidades especiais”, destacou.

Para o pró-reitor de graduação, Augusto Pavão, a diversidade e a inclusão fazem parte da construção da universidade. “Universidade e diversidade são palavras que rimam, que estão conectadas. É na universidade que trabalhamos com a diversidade de conhecimentos e também com a diversidade humana e de ideias.”

A questão da inclusão tem permeado o crescimento e o planejamento da Instituição, considerou o pró-reitor adjunto de planejamento, Moacir Franco. “A Ufersa já vem trabalhando com a questão da diversidade há algum tempo. Hoje, nossos prédios são construídos tendo em vista a questão da acessibilidade e os antigos estão sendo adaptados”, afirmou.

Além do planejamento físico, a Instituição também terá um documento que orienta a política de inclusão. “Até o final deste mês entregaremos ao reitor um documento com as diretrizes das ações de inclusão da Instituição”, ressaltou a professora Ady Canário, coordenadora da CAADIS.

O evento teve continuidade com a formação de uma roda de diálogos e debate mediada pela Assistente Social da Ufersa, Lúcia de Fátima de Oliveira. Na ocasião, Raul Santos, professor e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB – Subseção de Mossoró, enfatizou a importância de alguns documentos para a política nacional de inclusão, entre eles o artigo 5° da Constituição Federal ao afirmar que todos são iguais perante a lei, a Lei 7.853/89 que dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de necessidades especiais e sua integração social, e o projeto que transita no Senado que trata do Estatuto das pessoas portadoras de necessidades especiais.

 

O professor Raul também destacou a importância do Braille para o acesso à informação. “O direito essencial de qualquer pessoa é o direito à informação e a pessoa com deficiência visual tem acesso a essa informação pelo sistema Braille”.

A importância da comunicação também foi ressaltada por Karla Demoly, professora da Ufersa. “O que nos faz humanos é estar na linguagem, conversar com o outro”, afirmou, acrescentando que o Braille é o único sistema que permite o aprendizado silencioso dos cegos.

 

Durante a roda de diálogo, João Zacarias de Souza Neto, jornalista, instrutor e tradutor de Braille do Centro de Apoio ao Deficiente Visual e do Departamento de Apoio à Inclusão da UERN, contextualizou historicamente o surgimento do Braille e falou sobre importância do sistema devido à sua simplicidade e adaptação para todas as línguas e grafias.

 

“Quando comecei a aprender Braille tive uma vida nova”, afirmou Francisco de Assis Morais, estudante do curso de História da UERN, que observou a sua vida se transformar após conhecer o sistema que utiliza 63 sinais obtidos pela combinação metódica de seis pontos. “A importância do Braille é a autonomia que ele proporciona, pois você pode tanto escrever como ler o que escreveu”, disse o estudante que também agraciou os presentes com uma apresentação musical ao violão.

Fonte: Assessoria