O sertanejo conhece: do cajueiro aproveita-se praticamente tudo. Da amêndoa da castanha-de-caju, localizada no interior próprio da castanha, até os restos dos galhos podados, passando pela casca da castanha até o fruto propriamente, a utilização espalha-se pela indústria química de tintas e vernizes, lubrificantes, agronegócio e alimentação animal. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), cientistas buscam patentear uma nova aplicação com a utilização de resina de cajueiro, a goma de caju, para implementar o processo de composição de ferritas nanoestruturadas, substâncias que apresentam grande relevância na aplicabilidade das tecnologias modernas, como memórias magnéticas, chips, placas de eletrônicos e imãs. “Embora as ferritas nanoestruturadas sejam bastante conhecidas na literatura, o grande foco do trabalho foi a utilização de um produto nativo brasileiro, mais especificamente localizado no Nordeste do Brasil como a goma de caju, o que serve de exemplo que produtos locais podem ser de suma importância para a economia, ao agregarmos um valor econômico”, colocou Evanimek Bernardo Sabino da Silva, um dos pesquisadores envolvidos no desenvolvimento da tecnologia.