* * *  Dilma Rousseff conversou pessoalmente com Hélder Barbalho e exigiu que ele conseguisse os votos de sua mãe, Elcione Barbalho, e de Simone Morgado, atual mulher de seu pai, Jader, para que Leonardo Picciani reconquistasse a liderança da bancada, perdida na semana passada para Leonardo Quintão. A estratégia deu certo. As duas assinaram a nova lista de apoio que devolveu o poder a Picciani. A nova lista traz, inclusive, a assinatura de Aníbal Gomes, o que mostra que Renan Calheiros também se empenhou na recondução de Picciani. Por fim, quem também se empenhou no processo foi o governador Fernando Pimentel. Ele conseguiu o voto de Silas Brasileiro ameaçando lhe tirar da Câmara caso não apoiasse Picciani. Como é suplente , ele só está no mandato devido ao fato de Pimentel ter colocado em seu secretariado deputados eleitos para a Câmara. (Vera Magalhães – Veja) * * *

* * * A Operação Lava Jato está no centro da discórdia entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e Michel Temer. Calheiros está convencido de que o vice-presidente tentou ajudar políticos com quem tem estreita ligação a se livrarem das investigações, pouco se importando com o destino do próprio senador. De acordo com interlocutores credenciados tanto de Michel Temer quanto de Renan Calheiros, o desentendimento começou quando o vice-presidente teve conversa reservada com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ainda no ano passado. Temer teria questionado Janot sobre políticos como Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que depois assumiu o Ministério do Turismo, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na época, Calheiros afirmou a interlocutores que Temer pressionou Janot para que Cunha e Alves fossem excluídos das investigações. As declarações do senador vieram a público e jamais foram desmentidas por ele. Assessores e amigos de Temer dizem que ele apenas pediu informações a Janot, sem tentar interferir nos processos contra Cunha e Henrique Eduardo Alves. Tanto é assim que os dois seguem investigados e inclusive foram alvo das operações de busca e apreensão que a Polícia Federal fez nesta semana. E Temer pretende tirar alguns dias de férias.(Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo) * * *

* * * Blog do Kennedy /    O STF (Supremo Tribunal Federal) comete um grave erro ao jogar para fevereiro a decisão sobre eventual afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara e do cargo de deputado federal. A assessoria do STF informou que o tema será discutido em fevereiro. No pedido procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estão descritos os elementos que justificariam uma decisão em caráter emergencial. Ao empurrar tamanho problema com a barriga, o STF virá sócio da elite política que conduz o Brasil ao abismo. É inacreditável que no dia 17 de dezembro a maior corte de Justiça do Brasil diga que só vai tratar do pedido de Janot em fevereiro. O Supremo tinha a obrigação de decidir rapidamente sobre um assunto tão delicado. Quando precisou agir rápido, como no caso da prisão do senador Delcídio Amaral, o Supremo atuou nesse sentido. Hoje, por exemplo, já houve decisão de manter Delcídio preso e de soltar o banqueiro André Esteves. Mas talvez suas excelências precisem do peru de Natal, do espumante do Ano Novo e da praia em janeiro para recompor as energias e avaliar se Eduardo Cunha atrapalha ou não investigações a respeito dele. Para dar mais tempo hábil aos magistrados, vai uma sugestão: melhor deixar para julgar esse pedido depois do Carnaval. Interromper a folia seria uma… deixa pra lá. Que papelão!