Veja/Por: Reinaldo Azevedo

Apesar da recondução do deputado fluminense Leonardo Picciani à liderança do PMDB na Câmara, considerada uma vitória do governo, o Palácio do Planalto adota um tom de cautela em relação a votações na Casa. Isso porque o outro candidato, o paraibano Hugo Motta, teve 30 votos na disputa, o que representa quase metade da maior bancada da Câmara. Além disso, nos bastidores, o presidente Eduardo Cunha (RJ) prometeu “guerra” a seu desafeto Picciani, o que, consequentemente, significa guerra ao governo.

A estratégia da equipe de Dilma Rousseff é quase toda focada em Picciani. A turma espera que o hoje líder do PMDB se fortaleça e se apresente como alternativa para assumir a presidência da Câmara. Assim, ele não traria apenas peemedebistas dissidentes, mas também parlamentares de outros partidos. Essa, eu pago pra ver. A análise de boa parte da imprensa sobre o fortalecimento de Dilma com a eleição de Picciani está errada. Ela até pode representar um entrave a mais no caminho do impeachment, mas o governo também não vai conseguir mais nada no Congresso.

Pra começo de conversa, não haverá a paz mínima para se definir uma agenda de reformas. CPMF, então, esqueçam. Se nem a base se apresentará unida, por que a oposição iria aprovar projetos de iniciativa do governo. O governo conseguiu, sim, derrotar o PMDB não governista — e isso inclui Michel Temer — nesse particular. Mas não ganhou nada, a não ser mais guerra.

O Globo

 

A reeleição do deputado Leonardo Picciani como líder do PMDB, numa diferença de apenas sete votos contra Hugo Motta (PB) – foram 37 contra 30 -, faz com que o jogo vire dentro do governo. O presidente da Câmara Eduardo Cunha, que incentivou até o último momento a eleição de Motta, não resistiu a aposta do governo que fez com que até o ministro da Saúde, Marcelo Castro (PI), em plena epidemia do vírus zica, se licenciar do cargo para ajudar na votação. O resultado significa uma grande derrota para Cunha, que é líder dentro do partido desde 2013. Investigado na Operação Lava-Jato e temendo ser afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Cunha bancou a candidatura de Motta e fez apelos desesperados aos deputados para que elegessem o seu candidato, chegando a ligar durante a madrugada para parlamentares, afirmando que votar em seu candidato era como votar nele próprio.

Ambos os grupos tentavam trazer votos dos indecisos até minutos antes do início da votação, temendo traições por conta do voto secreto. Votaram 69 deputados e dois faltaram: Jarbas Vasconcelos e Marinha Raupp. Segundo deputados do PMDB, que conversavam antes da reunião, o resultado da eleição pode influenciar o tamanho da bancada, que deverá, segundo eles, perder alguns quadros, agora que a janela partidária foi aprovada. Após ser reeleito, Picciani adotou um discurso de unidade, dizendo que não há “derrotados nem vencedores”. Ele disse ainda que, logo após o resultado, conversou com Hugo Motta e combinou com ele de procurar um caminho de consenso. Os dois são amigos pessoais: “Aqui não tem derrotados nem vencedores. A vitória é de toda a bancada do PMDB, que vai caminhar junta”.

18
dez

* * * Quentinhas … * * *

Postado às 9:13 Hs

* * *  Dilma Rousseff conversou pessoalmente com Hélder Barbalho e exigiu que ele conseguisse os votos de sua mãe, Elcione Barbalho, e de Simone Morgado, atual mulher de seu pai, Jader, para que Leonardo Picciani reconquistasse a liderança da bancada, perdida na semana passada para Leonardo Quintão. A estratégia deu certo. As duas assinaram a nova lista de apoio que devolveu o poder a Picciani. A nova lista traz, inclusive, a assinatura de Aníbal Gomes, o que mostra que Renan Calheiros também se empenhou na recondução de Picciani. Por fim, quem também se empenhou no processo foi o governador Fernando Pimentel. Ele conseguiu o voto de Silas Brasileiro ameaçando lhe tirar da Câmara caso não apoiasse Picciani. Como é suplente , ele só está no mandato devido ao fato de Pimentel ter colocado em seu secretariado deputados eleitos para a Câmara. (Vera Magalhães – Veja) * * *

* * * A Operação Lava Jato está no centro da discórdia entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e Michel Temer. Calheiros está convencido de que o vice-presidente tentou ajudar políticos com quem tem estreita ligação a se livrarem das investigações, pouco se importando com o destino do próprio senador. De acordo com interlocutores credenciados tanto de Michel Temer quanto de Renan Calheiros, o desentendimento começou quando o vice-presidente teve conversa reservada com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ainda no ano passado. Temer teria questionado Janot sobre políticos como Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que depois assumiu o Ministério do Turismo, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na época, Calheiros afirmou a interlocutores que Temer pressionou Janot para que Cunha e Alves fossem excluídos das investigações. As declarações do senador vieram a público e jamais foram desmentidas por ele. Assessores e amigos de Temer dizem que ele apenas pediu informações a Janot, sem tentar interferir nos processos contra Cunha e Henrique Eduardo Alves. Tanto é assim que os dois seguem investigados e inclusive foram alvo das operações de busca e apreensão que a Polícia Federal fez nesta semana. E Temer pretende tirar alguns dias de férias.(Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo) * * *

* * * Blog do Kennedy /    O STF (Supremo Tribunal Federal) comete um grave erro ao jogar para fevereiro a decisão sobre eventual afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara e do cargo de deputado federal. A assessoria do STF informou que o tema será discutido em fevereiro. No pedido procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estão descritos os elementos que justificariam uma decisão em caráter emergencial. Ao empurrar tamanho problema com a barriga, o STF virá sócio da elite política que conduz o Brasil ao abismo. É inacreditável que no dia 17 de dezembro a maior corte de Justiça do Brasil diga que só vai tratar do pedido de Janot em fevereiro. O Supremo tinha a obrigação de decidir rapidamente sobre um assunto tão delicado. Quando precisou agir rápido, como no caso da prisão do senador Delcídio Amaral, o Supremo atuou nesse sentido. Hoje, por exemplo, já houve decisão de manter Delcídio preso e de soltar o banqueiro André Esteves. Mas talvez suas excelências precisem do peru de Natal, do espumante do Ano Novo e da praia em janeiro para recompor as energias e avaliar se Eduardo Cunha atrapalha ou não investigações a respeito dele. Para dar mais tempo hábil aos magistrados, vai uma sugestão: melhor deixar para julgar esse pedido depois do Carnaval. Interromper a folia seria uma… deixa pra lá. Que papelão!

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