“Se eu não tivesse rastreado tudo isso, e não tivesse chegado a essa conclusão, eu teria feito, gente. Por que que eu não ia fazer? Eu tinha mais de 100 milhões deles na mão”, continuou Valério.

O PT foi procurado pela CNN, que aguarda posicionamento.  Na última sexta-feira (1º), a “Veja” também realizou uma reportagem sobre uma suposta relação de petistas com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A autenticidade do depoimento à Polícia Federal foi confirmada pela CNN.

O caso em questão é o mesmo noticiado pelo jornal “O Estado de S.Paulo” em 2018. A delação premiada foi homologada pelo ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.

O processo foi enviado na sexta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF e está sob responsabilidade do ministro Nunes Marques. No depoimento, Valério afirmou que o ex-secretário-geral Sílvio Pereira lhe disse que Ronan Maria Pinto ameaçava revelar que o PT recebia dinheiro de empresas ônibus, de operadores de transporte clandestino e de bingos, que lavavam dinheiro para o PCC. O dinheiro financiaria campanhas do PT ilegalmente.

Valério proferiu que Celso Daniel havia montado um dossiê com os nomes de petistas que estavam recebendo financiamentos ilegais, que não teria sido encontrado após sua morte.

Ainda de acordo com o publicitário, após o assassinato de Daniel, o PT fez uma “limpa” e afastou integrantes que tinham ligações com o crime organizado.

Valério foi condenado a 37 anos de prisão no processo do mensalão. De acordo com a Justiça, ele atuou como operador de pagamentos a parlamentares que teriam negociado apoio ao governo Lula no Congresso durante o primeiro mandato do ex-presidente.

CNN Brasil