Um detalhe que vale a pena salientar: o relatório ao qual a revista teve acesso, e que serviu de base para sua matéria de capa, foi elaborado por uma comissão oficial da Presidência da República. Em cuja principal cadeira hoje repousa a bunda da Presidenta Dilma.
A investigação foi solicitada pela ministra Gleisi Hoffmann. Que, evidentemente, não agiu por conta própria e apenas cumpriu ordens. Ela que fosse besta de não cumprir…
Vejam que na chamada de capa da revistona está escrito com todas as letras: “Investigação do Planalto mostra como Rosemary Noronha se esbaldava com o poder que recebia de Lula“. É interessante ressaltar que não houve qualquer desmentido por parte da Presidência da República até o presente momento.
Quem deu ordens pro relatório feito por técnicos da Presidência “vazar” e chegar às mãos do PIG e da grande imprensa reacionária, a gente ainda não sabe o nome. Só desconfia.
Uma coisa é certa: foi gente importante e bem posicionada no Palácio do Planalto. Perceberam o alcance da coisa? A cachorrada intra-muros, a batalha vermêia interna, o atiçamento do “fogo amigo” deve estar no grau máximo de ebulição. Pra banda decente deste pais, quanto mais se estapearem uns aos outros, mais pontos pra cidadania.
A Polícia Federal entregou ontem à Justiça o relatório final da Operação Porto Seguro, que apura tráfico de influência e venda de pareceres de órgãos do governo. A entrega encerra a investigação da PF. O caso provocou repercussão porque envolve Rosemary Noronha. Ela foi indicada em 2005 pelo então presidente Lula para a chefia de gabinete da Presidência em São Paulo e mantida por Dilma Rousseff. Também foram investigados diretores de agências da reguladoras da União.
O superintendente da PF em São Paulo, Roberto Troncon Filho, havia previsto há uma semana que o relatório final só ficaria pronto entre o final de janeiro e o início de fevereiro. Para este ano, segundo Troncon, só haveria um relatório parcial.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, havia previsto um prazo menor ao depor no Congresso na última quarta-feira: de até 20 dias.
O prazo legal para a entrega do relatório final é de 15 dias quando há réus presos, o caso da Porto Seguro (Da Follha de S. Paulo)
Em viagem à Alemanha, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (7) que não se surpreendeu com a Operação Porto Seguro, deflagrada pela PF (Polícia Federal), no mês passado.
“Eu não fiquei surpreso”, disse Lula à Folha.
Foi a primeira vez que o ex-presidente falou em público sobre o caso. Questionado sobre o que achou das acusações reveladas pela operação, no entanto, ele não respondeu.
O ex-presidente está em Berlim, onde participa de uma conferência internacional do sindicato dos metalúrgicos da Alemanha. O evento reúne sindicalistas e membros do SPD, o partido Social Democrata Alemão, atual oposição da chanceler alemã Angela Merkel.
Ele viajou em companhia de sua mulher, Marisa Letícia, que não estava presente durante o discurso de hoje do ex-presidente.
A Operação Porto Seguro, deflagrada no dia 23 de novembro, investigou um esquema suspeito de tráfico de influência, corrupção e falsidade ideológica em órgãos federais.
Segundo a PF, a organização oferecia propina a funcionários para a emissão de pareceres e laudos técnicos em favor de empresas com interesse em processos em andamento no governo.
Durante as investigações, os policiais identificaram a participação de Rosemary Nóvoa Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, indicada por Lula para o cargo.
Além da participação de Rose, como era conhecida, as investigações mostraram que o grupo era liderado por Paulo Vieira. Seu irmão, Rubens Vieira, diretor da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), também é investigado na operação.(UOL)
Por mais que o governo insista que não há razões para o Congresso ouvir Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República envolvida no esquema de fraudes de pareceres técnicos descoberto pela Operação Porto Seguro, a oposição continua tentando furar a blindagem. O PPS começou a colher, no início da noite desta terça-feira, assinaturas para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, a já informalmente denominada CPI da Rosemary.
O argumento para incluir Rose, como é conhecida, no centro das investigações está no tempo em que a ex-assessora estava no cargo . “Ela trabalhou com José Dirceu e estava desde 2003, desde o primeiro dia do governo do PT, na Presidência da República. Estranha o motivo de Rosemary não ter sido alvo de interceptações telefônicas e de quebras de sigilo”, explicou Rubens Bueno, líder do partido na Câmara.
O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto, afirma que não acredita na criação da CPI. “Isso não vai para lugar nenhum”, disse.(Veja/Maquiavel)