Os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, além do doleiro Lúcio Funaro e outras cinco pessoas foram denunciados por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF-RN) acusa o grupo de integrar um esquema que repassou mais de R$ 4 milhões oriundos de propina à campanha de Henrique Alves ao governo do estado, em 2014. Além do pedido de condenação dos acusados, o MPF também pede uma reparação aos cofres públicos de R$ 4,2 milhões e o impedimento de que eles possam assumir cargos públicos pelo dobro do tempo de prisão a que forem condenados. De acordo com a denúncia, os acusados receberam propina de empresas que pediam financiamentos na Caixa Econômica Federal. O responsável por repassar o dinheiro era Funaro, que atuava como operador do PMDB. O doleiro firmou acordo de delação premiada com a procuradoria-geral da República para detalhar o esquema e, por isso, os procuradores que fizeram a denúncia pediram que as penas que seriam aplicadas a ele pelo crime de lavagem de dinheiro sejam substituídas pelas acordadas entre o delator e a PGR.
O doleiro Lúcio Funaro afirmou, hoje, em depoimento à Justiça Federal de Brasília, que o presidente Michel Temer recebeu R$ 2,5 milhões de propina do grupo Bertin como contrapartida pela liberação de financiamento do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa, ao conglomerado de infraestrutura. Em nota, a assessoria da Presidência afirmou que Temer “contesta de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos, ainda mais partindo de um delator que já mentiu outras vezes à Justiça”.
26
out

Frente a frente

Postado às 16:36 Hs

Cunha e Funaro ficam frente a frente.

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o doleiro Lúcio Funaro ficaram frente a frente, hoje, em uma audiência na Justiça Federal em Brasília para acompanhar, por meio de videoconferência, o depoimento do ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto.

Os três são réus na Operação Sépsis, um desdobramento da Lava Jato, que investiga um esquema de propinas envolvendo financiamentos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pelo banco público. Foi a primeira vez que Cunha e Funaro se encontraram desde que o conteúdo da delação do doleiro foi divulgado pela imprensa. Ao chegar à sala de audiência, Funaro estendeu a mão para cumprimentar Cunha, mas o ex-presidente da Câmara o ignorou.

O interrogatório de Cleto também foi acompanhado por meio de videoconferência pelo ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves, que está preso no Rio Grande do Norte e também é réu nesse mesmo processo. Em seu depoimento ao juiz federal Vallisney Souza Oliveira, Fábio Cleto, que está preso em Campinas e fechou acordo de delação premiada, confirmou que a sua indicação para a vice-presidência da Caixa foi feita por Eduardo Cunha e que foi avalizada por Henrique Eduardo Alves.

A informação também foi feita pelo próprio Funaro, nos depoimentos de delação premiada. “O meu currículo saiu da mão de Lúcio Funaro, que passou para Eduardo Cunha. Foi entregue, então, ao Henrique Eduardo Alves, que levou ao [ex-ministro Antonio] Palocci, que levou até o [o ex-ministro Guido] Mantega”, disse. Em sua delação, Cleto revelou um esquema de desvio de dinheiro do banco e afirmou que Cunha ficava com a maior parte da propina.

Fonte: Blog do Magno

Indignado com a revelação feita por Lúcio Funaro de que o golpe contra a presidente Dilma Rousseff foi comprado por Eduardo Cunha por 1 milhão de reais, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) bateu duro no ex-procurador-geral Rodrigo Janot, que, segundo ele, prevaricou.

“Se Janot conhecia essa delação, por que antes de sair, deu parecer contrário ao pedido de anulação do impeachment se calando e omitindo?”, questiona. Pimenta também destaca a revelação de que Michel Temer recebia propinas dos esquemas do PMDB no FI-FGTS e afirma que sua situação ficou insustentável.

Em depoimento de delação premiada, o operador financeiro Lúcio Funaro afirmou que, em 2016, repassou R$ 1 milhão ao então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que o peemedebista pudesse “comprar” votos a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A declaração está em um dos vídeos dos depoimentos da delação premiada de Funaro, que se tornaram públicos nesta semana depois de aparecerem no site oficial da Câmara dos Deputados.

O operador afirmou que o repasse foi feito a pedido de Cunha, para supostamente garantir que a petista fosse afastada da Presidência durante o processo de impeachment. O pedido, segundo Funaro, foi feito via celular, por um aplicativo que não armazena as mensagens no aparelho.

“Ele me pergunta se eu tinha disponibilidade de dinheiro, que ele pudesse ter algum recurso disponível pra comprar algum voto ali favorável ao impeachment da Dilma. E eu falei que ele podia contar com até R$ 1 milhão e que eu liquidaria isso pra ele em até duas semanas, no máximo”, relatou Funaro. Ao ser questionado por uma procuradora sobre se Cunha teria dito expressamente que o dinheiro seria para comprar votos de deputados, Lúcio Funaro respondeu: “Comprar votos. Exatamente

Fonte: Folha de São Paulo

Via Folha de São Paulo

O doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador dos esquemas de corrupção do PMDB, firmou compromisso de pagar R$ 45 milhões em multa e ressarcimento à Justiça, como parte de seu acordo de delação premiada. Os valores serão pagos em dez parcelas, até 2022. A primeira, no valor de R$ 3,2 milhões, deve ser quitada em dezembro deste ano. A Folha teve acesso aos termos do acordo assinado.

O acordo de delação de Funaro foi firmado em 21 de agosto e homologado em setembro pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. O compromisso estabelece ainda que a pena de Funaro será de 30 anos, dos quais apenas dois anos em regime fechado, em penitenciária, e outros seis anos em reclusão domiciliar. Depois, ele passa para sistemas mais brandos. Nos primeiros dois anos em casa, ele deverá usar tornozeleira eletrônica e não poderá receber visitas –à exceção de parentes, advogados e de outras 15 pessoas previamente identificadas em uma lista encaminhada ao Ministério Público –nem fazer “festas ou quaisquer outros eventos sociais”.

Passado este período, Funaro deverá cumprir mais dois anos de reclusão domiciliar em regime semiaberto. Ou seja, poderá sair de casa apenas em dias úteis, das 6h às 22h, quando poderá cumprir as sete horas semanais de serviços comunitários exigidos pelo Ministério Público. Ele não poderá viajar, com exceção de rotas nacionais para fins de trabalho e com prévia autorização da Justiça.

Depois, ele cumprirá mais dois anos de reclusão domiciliar em regime aberto, em que passa a poder sair de casa também aos fins de semana, sob a exigência de retornar todos os dias à noite (das 22h às 6h).Neste regime, ele poderá viajar ao exterior apenas com autorização e para visitar parentes. Em todo o período em que estiver em casa, Funaro terá que apresentar relatórios trimestrais sobre suas atividades profissionais e de estudo. O termo de delação exige, além de serviços comunitários (por quatro anos, com dedicação de sete horas semanais), seis anos de estudos.

Durante todo o período da condenação, Funaro fica comprometido em cooperar com o Ministério Público Federal. O doleiro também fica proibido de ter relações com empresas ou com pessoas do poder público, assim como é impedido de operar no mercado financeiro por oito anos. As declarações de Funaro implicam o grupo denominado “PMDB da Câmara”, do qual faziam parte o presidente Michel Temer e os ex-deputados Henrique Eduardo Alves, Eliseu Padilha, Moreira Franco e Eduardo Cunha.

Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, o operador financeiro Lúcio Funaro disse ter “certeza” de que parte da propina oriunda de esquemas de corrupção do ex-deputado Eduardo Cunha era destinada ao presidente Michel Temer. “Tenho certeza que parte do dinheiro que era repassado, que o Eduardo Cunha capitaneava em todos os esquemas que ele tinha, dava um percentual também para o Michel Temer. Eu nunca cheguei a entregar, mas o Altair [Altair Alves Pinto, emissário de Cunha] deve ter entregado, assim, algumas vezes”, diz Funaro no depoimento. A Folha teve acesso à gravação em vídeo do depoimento prestado por Funaro à PGR no dia 23 de agosto deste ano. O acordo de colaboração foi homologado pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal). Funaro está preso em Brasília. PROXIMIDADE – Funaro relata a facilidade para repassar a propina já que seu escritório em São Paulo era próximo ao de Temer –100 metros de distância, segundo o delator– e ao do advogado José Yunes, ex-assessor especial do presidente da República.

Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu compartilhar anexos da delação premiada do doleiro Lúcio Funaro com a Justiça Federal em Brasília, o que aproxima os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) de uma nova sentença, desta vez na Operação Sépsis. Cunha vinha se recusando a prestar depoimento no processo, que já está em fase final de instrução, por não ter tido acesso aos depoimentos de Funaro.

Agora, com o compartilhamento, o ex-presidente da Câmara deve prolongar sua estadia em Brasília, para onde foi transferido há um mês para participar de oitivas na Justiça. A volta do preso para Curitiba estava prevista para a semana que vem. Foi remarcada para o fim do mês.

Uma audiência marcada para a última quarta-feira foi cancelada pelo juiz titular da 10ª Vara Federal em Brasília, Vallisney de Souza Oliveira. Na ocasião, seriam ouvidos os cinco réus da ação penal: Cunha; Alves; Funaro; Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal; e Alexandre Margotto, sócio de Funaro. Os três primeiros estão presos preventivamente na Lava-Jato. Os três últimos são delatores na operação.

Há preocupação na cúpula do governo com Geddel Vieira Lima, mas também é feita a avaliação de que uma eventual delação do ex-ministro não sairia da noite para o dia. O Palácio do Planalto tem informações de que Geddel está tentando negociar uma delação premiada. Mas são tratativas ainda em caráter incipiente. Dificilmente, se for feito um acordo, ele será oficializado a tempo de influir politicamente na votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer que será analisada pela Câmara. Aliás, essa eventual delação teria de fundamentar uma nova acusação. No entanto, vazamentos do que Geddel poderia dizer causariam algum estrago numa casa política como a Câmara.
09
set

Perdeu força

Postado às 11:20 Hs

Via Blog do Kennedy

A revista “Veja” trouxe reportagem sobre a delação do doleiro Lúcio Funaro, que teria acusado o presidente Michel Temer de receber propina e de saber de repasses de caixa dois por intermédio de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara que está preso em Curitiba.

Deve ser baixo o impacto político dessa delação em relação à possibilidade de Temer se sustentar no poder. Claro que trará mais desgaste político para o presidente, mas dificilmente essa delação servirá ao propósito de derrubar o presidente da República.

É preciso conhecer os detalhes e esperar as providências que serão pedidas pelo procurador-geral da República — provavelmente, acusações de obstrução de justiça e chefia de organização criminosa.

Mas a trama planejada por Joesley contra Temer fortaleceu a proteção política do presidente no Congresso. Com a delação da JBS em xeque, a colaboração de Lúcio Funaro perde o impacto necessário para desestabilizar o presidente.

Se for confirmada a versão de Funaro de que Eduardo Cunha era o intermediário de supostas propinas para Temer e de pedidos de operação de caixa dois, faltará, mais uma vez, o estabelecimento de um elo direto entre o acusador e o atual presidente da República. O ânimo hoje em Brasília não é favorável a Janot nem à nova denúncia que ele pretende apresentar contra Temer.

Por Bernardo Mello Franco / Folha

O governo entrou em setembro à beira de um ataque de nervos. Na noite de sexta-feira, a Presidência emitiu uma nota agressiva, com ataques aos delatores Lúcio Funaro e Joesley Batista. No revide, o dono da JBS chamou Michel Temer de “ladrão geral da República”. O Planalto tenta se antecipar ao que vem por aí: a segunda denúncia criminal contra o presidente. A estratégia, mais uma vez, resume-se a um esforço de desqualificar quem acusa. A novidade é o ataque a Funaro, apontado como operador dos esquemas do PMDB da Câmara. A nota oficial diz que o doleiro é um “criminoso notório e perigoso”, movido pela “vontade inexorável de perseguir o presidente da República”. Em outro trecho, o documento assume tom de folhetim e se refere ao delator como “essa pessoa”.

CULPA DE YUNES – Na versão do palácio, Funaro prestou um depoimento falso para servir a quem tenta derrubar Temer. O problema é que “essa pessoa” não foi inventada pelo Ministério Público ou pela oposição. Quem pôs Funaro na roda foi o advogado José Yunes, primeiro-amigo do presidente. Em março, Yunes contou ter recebido um “pacote” das mãos do doleiro, a pedido do ministro Eliseu Padilha. O advogado disse que não abriu a correspondência, mas afirmou ter sido usado como “mula involuntária” do chefe da Casa Civil.

DINHEIRO VIVO – Doleiros não entregam flores, entregam dinheiro vivo. Segundo o depoimento de Cláudio Melo Filho, o “pacote” continha R$ 1 milhão e fazia parte de um acerto da Odebrecht com o grupo de Temer. À exceção de Yunes, os outros personagens da história continuam no Planalto. A nova denúncia dará início a outra rodada de negociações para salvar Temer. O presidente ameaçou antecipar a volta da China para se reunir com deputados, que também não costumam receber flores. Em meio aos ataques a Funaro e Joesley, a nota do Planalto disse que está em curso um “processo vergonhoso”. Deste ponto, parece impossível discordar.

abr 26
sexta-feira
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