O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu nesta quinta-feira (2) que as novas exceções de benefícios incluídas pelo relator no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), elevam a alíquota padrão do futuro imposto sobre valor agregado (federal, estadual e municipal) para até 27,5%.

A primeira versão do relatório da reforma tributária no Senado Federal foi apresentada por Braga no fim de outubro. O texto traz algumas exceções, ou seja, regimes especiais de cobrança de impostos — ou seja, redução ou definição específica de tributos para determinadas atividades em comparação com a alíquota padrão (veja mais abaixo). A expectativa é que o relatório seja votado em novembro.

O ministro acrescentou que a alíquota média dos futuros IVA federal, estadual e municipal não será elevada. Haddad argumentou que, com uma trava para a carga tributária — que mesmo assim mantém o Brasil entre os países que mais tributam o consumo no mundo — haverá redução da alíquota média por conta da diminuição de litígios e redução da sonegação.

O senador Eduardo Braga afirmou não acreditar que houve aumento das exceções (benefícios a setores da economia) em seu relatório e lembrou que seu texto propõe a revisão de setores com regime diferenciado a cada cinco anos.

Exceções

Na nova versão do texto, o relator da reforma tributária no Senado propôs um regime diferenciado em alguns setores:

  • operações alcançadas por tratado ou convenção internacional, inclusive missões diplomáticas e representações consulares e de organismos internacionais;
  • serviços de saneamento e de concessão de rodovias;
  • operações que envolvam a disponibilização da estrutura compartilhada dos serviços de telecomunicações;
  • serviços de agência de viagem e turismo;
  • e transporte coletivo de passageiros rodoviários intermunicipal e interestadual, ferroviário, hidroviário e aéreo.

Ao mesmo tempo, o relatório também prevê que alguns setores da economia pagarão 40% da alíquota padrão (cobrada de todos os segmentos da economia). São eles:

  • serviços de transporte público coletivo urbano, semiurbano ou metropolitano;
  • serviços de saúde;
  • serviços de educação;
  • alimentos destinados ao consumo humano;
  • produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por famílias de baixa renda;
  • produtos agropecuários, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura;
  • insumos agropecuários e aquícolas;
  • produções artísticas, culturais, jornalísticas e audiovisuais nacionais, atividades desportivas e comunicação institucional;
  • dispositivos médicos;
  • dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência;
  • bens e serviços relacionados a soberania e segurança nacional, segurança da informação e segurança cibernética;
  • medicamentos;
  • produtos de cuidados básicos à saúde menstrual.

Pela proposta do relator da reforma tributária, esses benefícios a determinados setores da economia seriam revisados a cada cinco anos com base em metas de desempenho econômicas, sociais e ambientais, entre outros.

O relator também propôs que os profissionais liberais, como advogados, engenheiros e contadores, por exemplo, tenham uma alíquota diferenciada, menor do que a tributação geral de todos os setores. Essa tributação seria de 70% do valor da alíquota geral (que pode chegar a 27%).

g1

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 2ª feira (13.mar.2023) que o governo federal não avalia cobrar impostos sobre transações financeiras, como era o caso da antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Caso a medida fosse incluída na reforma tributária planejada pela equipe econômica, o Pix e compras no cartão de crédito poderiam ser tributados.

“Não está no nosso radar [a volta da CPMF], nem no plano do governo e nem nos planos da área econômica. Falo no nome [dos ministérios] da Fazenda, Planejamento, da Indústria: não está na mesa de ninguém essa possibilidade”, disse Haddad em evento promovido pelos jornais Valor Econômico e O Globo. A CPMF foi criada no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para financiar a saúde na década de 1990.

O imposto tinha incidência sobre as movimentações bancárias. A alíquota chegou a 0,38% sobre operação. A medida foi prorrogada por vários anos, mas acabou em 2007. O dinheiro era usado para outras finalidades.

Haddad avaliou também que a reforma tributária deve ser concluída em setembro ou outubro deste ano. A expectativa do Ministério da Fazenda é de que a proposta seja votada na Câmara dos Deputados entre junho e julho e no Senado, no 2º semestre.

O ministro também fez críticas ao governo anterior. Segundo ele, a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não votou a reforma tributária “porque não quis”.

“Eu tenho convicção de que se o governo anterior quisesse ter votado a reforma tributária, ele teria conseguido. O governo anterior não quis votar a reforma tributária, poderia ter votado, seria um legado importante para o país. A própria ministra Simone Tebet me confidenciou que esteve várias vezes no gabinete do ministro da Economia [Paulo Guedes] que estava obcecado com a ideia do imposto único”, afirmou.

Poder 360

Foto: ADRIANO MACHADO/REUTERS

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anuncia nesta quinta-feira (12.jan.2023), às 14h30, uma série de medidas para tentar equilibrar as contas públicas. Ele decidiu manter o cronograma mesmo depois da ação de extremistas em Brasília no 8 de Janeiro.

A intenção do ministro é de ir ao Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), munido de decisões que ajudem a reduzir o deficit estimado em R$ 231,5 bilhões em 2023. A previsão de rombo fiscal cresceu com a aprovação da PEC que permitiu ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) furar o teto de gastos para cumprir promessas de campanha.

O Ministério da Fazenda mantém sigilo sobre as medidas. A volta da cobrança do PIS (Programa de Integração Social)/Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina e o etanol está entre ações discutidas por analistas de mercado como prováveis. Esses tributos podem assegurar ao governo R$ 28,6 bilhões.

Por meio da MP (Medida Provisória) 1.157, de 2023, Lula suspendeu, em 2 de janeiro, a cobrança dos impostos sobre a gasolina, o etanol e o gás natural veicular até 28 de fevereiro de 2023. A expectativa é que a isenção não seja renovada.

Somada à reoneração dos combustíveis, outras medidas consideradas prováveis proporcionariam ao governo R$ 172,6 bilhões. Eis as possíveis ações:

  • R$ 40 bilhões – determinação por medida provisória de que o ICMS seja excluído da base de cálculo do PIS/Cofins;
  • R$ 80 bilhões – incentivo extraordinário à redução de litigiosidade no Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais) e à denúncia espontânea;
  • R$ 24 bilhões – reavaliação de despesas em 2023.

Há resistência às duas últimas propostas. No caso do Carf, o risco é de aumentar o litígio na Justiça. No do corte dos restos a pagar, haveria resistência de congressistas, já que parte das emendas que fizeram ao Orçamento de 2022 deixariam de ser pagas.

A exclusão do ICMS da base de cálculo da PIS/Cofins estaria sujeita à noventena, ou seja, só entraria em vigor 90 dias depois da edição do texto.

Poder360

O nome de Fernando Haddad, Ex-Prefeito de São Paulo (RN), está praticamente confirmado para ocupar o Ministério da Economia no governo Lula, conforme apurou o site Poder360. Apesar de ter perdido a eleição para governador para Tarcísio de Freitas (Republicanos), o petista obteve o melhor resultado do PT na história do Estado.

Além de Haddad, estava cotado para assumir a pasta o nome de Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, que agora é cogitado para o Ministério da Indústria e Comércio. Josué já disse que aceitaria o convite para integrar o próximo governo.

Haddad chegou a Brasília com Lula no domingo e está participando dos trabalhos da transição de governo. Segundo o Poder360, sem estar formalmente nomeado para o ministério, o ex-prefeito será mais um na mesa de negociações. A equipe de transição do governo tem inacreditáveis 423 pessoas.

A não definição de um nome para ocupar o ministério tem causado insegurança no mercado. Por isso, petistas avaliam que a indicação é urgente.

Por Josias de Souza

O segundo turno da disputa presidencial tornou-se um triste espetáculo. Nele, Fernando Haddad executa um striptease. E Jair Bolsonaro brinca de esconde-esconde. Haddad se despe de tudo o que possa lembrar o PT. Já não usa a máscara de Lula. Livrou-se do vermelho nas peças de campanha. Não bate mais ponto na cadeia de Curitiba. Parou de dizer nas entrevistas “boa noite, presidente Lula”. Baniu Dilma da memória.

Bolsonaro sacode um atestado médico e foge dos debates. Já cancelou quatro. Com larga vantagem sobre o rival, o capitão se esconde na trincheira das redes sociais, oferecendo-se ao eleitor em fragmentos. Quem gosta de armas, encontrará um Bolsonaro de sua preferência numa frase do WhatsApp. Quem acha que bandido bom é bandido morto assistirá um Bolsonaro ao seu feitio num vídeo do YouTube. Quem não suporta corrupção, ouvirá um Bolsonaro do seu agrado num áudio do Twitter.

Às voltas com a necessidade de compor uma “frente democrática”, Haddad faz de tudo para convencer a pessoas de que é maior do que o PT. Mas tudo parece não querer nada com Haddad. Quanto a Bolsonaro, quando tudo o que você vê do personagem nas redes sociais é subtraído de tudo o que você ignora, o que sobra é nada. Mantido o ritmo, o eleitor brasileiro elegerá neste segundo turno não o melhor presidente, mas a melhor encenação.

Por Josias de Souza

Nas suas primeiras manifestações públicas como rivais no segundo turno da corrida presidencial, Jair Bolsonaro e Fernando Haddad se esforçaram para retirar o que há de mais tóxico nas suas respectivas candidaturas. Ambos se comprometeram a respeitar a Constituição. Bolsonaro chegou mesmo a dizer que será “escravo” do texto constitucional.

A notícia é alvissareira por um lado e desalentadora por outro. Anima porque é sempre bom saber que o próximo presidente da República, seja quem for, não rasgará a Constituição. Desanima porque isso deveria ser uma obviedade. Deixou de ser porque o vice de Bolsonaro, general Mourão, defendeu o autogolpe e a feitura de uma nova Constituição por uma comissão de notáveis. E o programa do PT incluiu a convocação de uma nova Constituinte.

Bolsonaro desautorizou o vice, tachando sua manifestação de “canelada”. Disse que falta “tato e vivência política” ao general. Cabe perguntar: e quanto à falta de tato de alguém que escolhe um personagem tão precário para vice?

Haddad disse que reviu sua posição sobre a Constituinte. Ótimo. Mas o programa do PT foi feito agora, sob a coordenação do próprio Haddad. Mudou por convicção ou por conveniência?

Nesse mano a mano do segundo turno, o eleitor deve se ligar nos detalhes se não quiser confundir um certo candidato com o candidato certo.

Em reunião realizada hoje (9), o diretório nacional do PSB decidiu apoiar o candidato do PT, Fernando Haddad, no segundo turno na disputa presidencial. O apoio está condicionado ao compromisso por parte da candidatura petista da formação de uma frente ampla democrática. Os diretórios de São Paulo e do Distrito Federal, cujos candidatos concorrem no segundo turno, ficaram livres para decidir o apoio presidencial de acordo com a resolução do diretório nacional do PSB. No primeiro turno, o PSB não declarou apoio formal a nenhuma candidatura. Após reunião no diretório nacional em Brasília, o partido aprovou resolução que propõe a formação de uma frente ampla democrática que se oponha à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL). “Uma frente que agregue personalidades e instituições que defendem a democracia e que o programa dessa frente também não seja o programa de um partido. Não estamos apoiando o candidato do Partido dos Trabalhadores, estamos apoiando o candidato que vai enfrentar, que vai conduzir e liderar uma frente democrática tentando chegar à Presidência da República”, disse o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.

Por Merval Pereira / O Globo

Dois cientistas políticos da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE), da Fundação Getúlio Vargas do Rio (FGV), Octavio Amorim Neto e Carlos Pereira, fizeram estudos separadamente sobre temas semelhantes que poderiam ser resumidos na pergunta: qual a capacidade de os candidatos à presidência da República construírem coalizões políticas estáveis?

Os dois chegaram à mesma conclusão: o petista Fernando Haddad é o que terá maiores dificuldades, enquanto Bolsonaro tem condições médias. Quem teria melhores condições de governar o país na situação atual, de crise política e econômica, seria um candidato de centro, que refletiria melhor a tendência majoritária do Congresso a ser eleito, de centro-direita.

CAPACIDADES – Mas, como essa hipótese parece remota, me fixei nas análises que fizeram dos principais concorrentes, Bolsonaro e Haddad. Octavio Amorim Neto, cujo trabalho foi publicado no Observatório Político do Boletim Macroeconômico da EBAPE, analisou seis dimensões entre muitas possíveis: (1) a probabilidade de ter maioria legislativa estável; (2) o tamanho da coalizão social; (3) política econômica; (4) capacidade de atrair bons quadros técnicos; (5) relações com as Forças Armadas; e (6) capacidade de distensionar o ambiente político.

Com relação a Haddad, Octavio Amorim Neto tem uma série de interrogações. Diz que, se ele seguir a cartilha de Lula, tentará fazer acordos com o centro e a direita varejistas. As feridas deixadas pelo embate eleitoral deverão dificultar uma composição parlamentar com a centro-direita, o que significa que a probabilidade de ter uma maioria estável é de nível médio para baixo.

Para o cientista político, a coalizão social de Haddad deverá ser ampla, incluindo setores do sindicalismo, do empresariado e dos movimentos sociais. A política econômica, ainda que tenha boas doses do pragmatismo, deverá ser heterodoxa por pressão da esquerda do PT e dos principais assessores econômicos do partido.

BONS QUADROS – A capacidade de Haddad de atrair bons quadros técnicos seria alta, porém a radicalização de posições do partido vai espantar muita gente que poderia colaborar. As relações do PT com as Forças Armadas são complicadas desde o final do processo de destituição de Dilma Rousseff em 2016, lembra Octavio Amorim Neto.

“Haddad é um político moderado, e teria capacidade alta de distensionamento, mas o radicalismo de setores poderosos do PT, e o antipetismo que grassa hoje na sociedade dificultarão a tarefa de arejamento do ambiente político”, diz ele.

E BOLSONARO??? – Jair Bolsonaro, em função da mínima aliança partidária, do extremismo ideológico e do caráter antipolítico da sua campanha, tem baixa probabilidade de lograr uma maioria parlamentar estável, diz Octavio Amorim Neto. Porém, como uma centro-direita mais ideológica deverá controlar o Congresso, ele considera que esse fato poderá facilitar as relações Executivo-Legislativo sob a presidência de Bolsonaro.

A coalizão social do candidato, porém, deverá ser estreita, dada sua forte militância contra minorias e organizações em prol dos direitos humanos. Pelo perfil do seu principal assessor econômico, Paulo Guedes, a política econômica será ortodoxa, mas Octavio Amorim Neto diz que há legítimas dúvidas sobre a credibilidade dessa propalada orientação, “uma vez que não há nada de liberal nos votos dados por Bolsonaro ao longo da sua carreira parlamentar”.

POTENCIAL BAIXO – A capacidade de Bolsonaro de atrair bons quadros técnicos é baixa, segundo sua avaliação, embora quadros do mercado, das consultorias e de universidades privadas comecem a se dispor a colaborar com um seu eventual governo. As relações de Bolsonaro com as Forças Armadas são boas, ele conta com a simpatia explícita de uma boa fatia do oficialato. Destaque-se que o candidato tem prometido nomear vários militares como ministros.

Essa situação não é necessariamente boa nem para a democracia, nem para as Forças Armadas, adverte Octavio Amorim Neto. Por último, a capacidade de Bolsonaro de distensionar o ambiente político é baixa em virtude da sua personalidade belicosa e do caráter antipolítica de sua carreira e campanha. “Uma eventual presidência do ex-capitão do Exército é uma grande incógnita”.

Bernardo Mello Franco – Folha de S.Paulo

Fernando Haddad será registrado nesta terça como o novo candidato do PT ao Planalto, de acordo com duas fontes graduadas do partido. O anúncio foi autorizado por Lula e será feito em Curitiba, onde o ex-presidente está preso desde abril.

Pelo roteiro combinado entre os petistas, Haddad fará uma última visita ao padrinho político por volta das 9h. Depois ele seguirá para a reunião da executiva nacional do partido, na capital paranaense.

Finalmente, o ex-prefeito voltará à sede da Polícia Federal. Em frente ao edifício, ele lerá uma carta de Lula aos militantes. Também deve fazer um breve discurso, no qual prometerá defender o legado do ex-presidente.

A direção do PT tentava empurrar a substituição de Lula para o dia 17, mas foi convencida de que a chapa corria risco de ser anulada pelo Tribunal Superior Eleitoral. A Corte estabeleceu que a troca de candidato tinha que ser oficializada até o dia 11.

O partido ainda move um recurso pelo adiamento no Supremo Tribunal Federal. No entanto, os dirigentes petistas não acreditam numa decisão favorável. O relator do caso é o ministro Celso de Mello. Em 2016, ele fez um duro discurso contra Lula após a divulgação de uma conversa em que o ex-presidente acusava a Corte de ter se “acovardado” diante da Lava-Jato.

Via O Globo

A minirreforma eleitoral é clara num ponto: um candidato em eleição proporcional, para deputado por exemplo, pode aparecer na campanha de um candidato em eleição majoritária, como a presidencial, para pedir voto para seu companheiro de partido, podendo ocupar no máximo 25% do tempo de TV e rádio.

Com quase 37% das intenções de voto na última pesquisa Ibope, Lula deve ter o registro de candidatura negado pela Justiça Eleitoral por ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de políticos condenados por um colegiado de segunda instância.

CABO ELEITORAL – Lula cumpre pena de 12 e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. O petista, no entanto, é considerado o principal cabo eleitoral do PT, que tentará eleger o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, hoje formalmente seu vice na chapa presidencial. O objetivo do partido é explorar a imagem do ex-presidente na propaganda eleitoral de rádio e TV.

JURISPRUDÊNCIA – A legislação eleitoral não proíbe, mas na eleição municipal de 2016, alguns Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) interpretaram que as manifestações de apoio ao candidato devem ser limitadas a 25% do tempo de propaganda. Agora é a primeira eleição geral sob a vigência da norma e, por isso, não há clareza ainda sobre como o TSE vai se posicionar sobre o tema.

Em 2016, ao julgar um caso na eleição municipal, o tribunal de Santa Catarina entendeu que o limite de 25% se aplica também a “apoiadores com relevo político, social ou artístico, capazes de influenciar, em tese, na vontade do eleitor”.

Ao sair da PF nesta sexta (10) anunciando que o PT vai, a partir de agora, usar todos os instrumentos para colocar Fernando Haddad em debates e sabatinas no lugar de Lula, Gleisi Hoffmann verbalizou determinação passada pelo próprio ex-presidente ao longo de quase quatro horas de conversa. O petista atuou para conter ala que, para preservá-lo, queria esconder Haddad. Pragmático, disse que é hora de levar o bloco da campanha, com o ex-prefeito de SP e Manuela d’Ávila, às ruas.

A manutenção da unidade dentro do PT se tornou um desafio constante desde a prisão de Lula, em abril. O ex-presidente tem atuado de dentro da carceragem para dirimir as principais divergências da sigla. A posição de Haddad como vice provisório na chapa do petista é uma dessas questões.

Na esperança de que o STF ainda dê uma decisão favorável a Lula e o tire da prisão, o PT desistiu de fazer ato em frente à corte na quarta (15), quando levará a militância a marchar para registrar a candidatura do petista no Tribunal Superior Eleitoral.

Pelo cronograma inicial, os militantes caminhariam pela Esplanada dos Ministérios e parariam no Supremo para um ato. Agora, a marcha seguirá direto para o prédio do TSE. Não querem provocar o STF.

PAINEL / FOLHA

 

Catia Seabra – Folha de S.Paulo

Impossibilitado de protagonizar o debate entre presidenciáveis, na noite desta quinta-feira (9), o vice da chapa de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, Fernando Haddad, não descarta a hipótese de ir como credenciado aos estúdios da Rede Bandeirantes.

Segundo petistas, a ideia é que Haddad e a futura vice da chapa, a deputada estadual Manuela D’Ávila (PC do B-RS), assistam da plateia ao embate entre seus adversários, concedendo entrevistas e comentando respostas durante os intervalos.

Ainda de acordo com petistas, o partido tem à disposição credenciais que dão acesso ao estúdio. Além de ocupar assentos na plateia, os petistas organizam manifestações nas ruas de acesso à emissora.

Como Lula está preso, Haddad não obteve autorização para representá-lo. O vice chegou a anunciar a possibilidade de organizar um “debate paralelo” em que ele e Manuela comentariam as respostas dos demais candidatos. Mas cresce, no partido, a tese de que devam estar presentes no debate.

 

 

OPI-3001.eps

Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo que é apontado como possível substituto de Lula na disputa pelo Palácio do Planalto, passará a integrar a equipe de advogados que vai representar o ex-presidente na Justiça Eleitoral.

O pedido foi feito pelo próprio Lula, na última quinta-feira (28), quando Haddad esteve na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, para visitá-lo. Na prática, a inscrição na defesa garantirá um passe livre à cela do petista. Haddad é bacharel em direito pela USP.

Lula justificou a iniciativa. Disse que era importante conversar mais com Haddad sobre o programa de governo do PT, coordenado pelo ex-prefeito de São Paulo. Em abril, a colunista Mônica Bergamo, da Folha, revelou que Haddad havia buscado sua carteira na OAB. Ele é inscrito na Ordem desde 1987.

Painel – Folha de S.Paulo

29
jun

Sem Lula, PT vai mesmo de Haddad

Postado às 10:18 Hs

Lula já decidiu quem vai substituí-lo quando a sua candidatura for impugnada pelo TSE pela Lei da Ficha Limpa, Fernando Haddad.

No programa de TV do PT, segundo a coluna Radar, da revista Veja, Lula vai dizer: “Eu, Lula, sou Haddad”. Em resposta, o ex-prefeito de São Paulo dirá: “E eu, Haddad, sou Lula”.

Por Gerson Camarotti

Apesar do discurso oficial e do lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Lula, caciques petistas já trabalham o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como “plano B” para a disputa pela Presidência da República. A estratégia é desenvolver o “projeto Haddad” discretamente, depois da condenação de Lula ter sido confirmada pela unanimidade pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

CHANCES LIMITADAS -De forma reservada, integrantes do PT consideram praticamente nula a chance de o ex-presidente ser candidato. Isso porque, com a unanimidade da condenação, as possibilidades de Lula recorrer foram limitadas aos chamados embargos de declaração, que não permitem reverter a condenação no TRF-4. O ex-presidente ainda pode, porém, recorrer ao STJ e ao STF, com um pedido de efeito suspensivo.

Diante do cenário de condenação, a estratégia de petistas é manter a candidatura de Lula até o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impedir o ex-presidente de disputar o Planalto novamente, como preveem ministros da Corte. Com isso, integrantes do partido esperam “radicalizar” o discurso, tendo Lula à frente da campanha, angariando o maior apoio possível.

ESTRATÉGIA – A estratégia para tentar levar o ex-prefeito de São Paulo para o segundo turno da eleição já começa agora. “O que vai acontecer com Haddad é a sutileza da aparição. Ele sempre estará ao lado de Lula no palanque. O ex-presidente já o colocou como coordenador do programa de governo dele e vem focando os seus discursos na educação justamente para começar a apresentar Haddad ao eleitor”, diz um interlocutor petista.

Outro nome que chegou a ser cogitado no partido foi o de Jaques Wagner. O ex-ministro da Casa Civil, atual secretário do governo da Bahia, deu sinais de que não vai arriscar a possibilidade de ficar se mandato, devendo, assim, se candidatar ao Legislativo. “O cercado do Jaques Wagner é a Bahia.

Ele quer reeleger Rui Costa governador e garantir a sua cadeira no Senado”, afirmou um aliado. Apesar de toda a estratégia já articulada nos bastidores, oficialmente o PT nega qualquer nome alternativo a Lula. Teme esvaziar o nome do presidente antes do tempo.

O Brasil ainda não sabe se Michel Temer terminará o ano na Presidência. Mesmo assim, os políticos já pensam no lance seguinte. Os movimentos dos últimos dias reforçam a sensação de que a eleição de 2018 está na rua. A condenação de Lula obrigou todos os jogadores a moverem suas peças no tabuleiro da sucessão. Diante da ameaça de xeque-mate, o ex-presidente avançou os peões. Subiu num palanque na avenida Paulista e fez discurso de candidato. Do outro lado da mesa, a jogada mais ensaiada é se apresentar como o anti-Lula. O prefeito João Doria e o deputado Jair Bolsonaro saíram na frente. Os dois usaram as redes sociais para divulgar vídeos comemorando a condenação do petista.
29
out

Vitória pessoal de Lula

Postado às 10:52 Hs

Fernando Haddad venceu; Lula é mesmo um forte. Derrotado fosse, o ex-presidente amargaria hoje seu maior fracasso: associada ao Mensalão, a derrota seria interpretada como seu fim. Justos, então, os créditos: Lula acreditou, ousou, correu riscos. Mas, isto não facilita para novo prefeito: Haddad terá que provar que também é um forte. Se ampla estrada se abriu, longo será o caminho. E sua missão será percorre-lo escrevendo uma nova história. Ninguém sabe os desdobramentos do mensalão: o quanto pode transbordar para outros atores, incendiar novos rancores. Trata-se de um capítulo que deixou feridas e demarca um tipo de política que precisa ser superada. Não apenas retoricamente, como nas campanhas eleitorais, mas na prática, nos métodos e valores. Não se restringe isto ao PT e nem à Ação 470. O Julgamento, de algum modo, tratou de hábitos e costumes do sistema político. É justo que o PT sinta-se hoje com alma lavada. Foi realmente seu maior suplício: a coincidência do julgamento com a eleição mexeu com muitos demônios. Mas, será um erro não exorcizá-los. Saber ganhar é mais importante que saber perder. Para Haddad será importante compreender que a vitória não absolve condenados, nem apaga a história. Mas, pode, no entanto, mais rapidamente virar a página. Permitir que se escreva com novas tintas, num novo alfabeto.

 

A primeira pesquisa do instituto Datafolha no segundo turno da eleição em São Paulo mostra o petista Fernando Haddad à frente, com 47% das intenções de voto, contra 37% do tucano José Serra. No primeiro turno, Serra teve 30,75% dos votos válidos, e Haddad, 28,98%.

A rodada decisiva da eleição será realizada no dia 28. Na próxima segunda-feira, será reiniciada a campanha na televisão, com dois blocos diários de 20 minutos no horário eleitoral fixo, além das inserções distribuídas ao longo da programação das emissoras. Cada candidato terá direito a 50% do tempo de exposição.

O Datafolha ouviu 2.100 eleitores entre anteontem e ontem. A pesquisa, contratada pelo jornal Folha de S.Paulo e pela TV Globo, foi registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo SP-01851/2012. A margem de erro máxima do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos(Estadão)

abr 26
sexta-feira
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