Fernando Henrique achava que o melhor candidato para o PSDB era Geraldo Alckmin. Achava. Hoje o ex-presidente está convencido de que João Doria tem mais chances de emplacar. Doria, aliás, tem feito importantes sinais ao DEM, como o jantar da semana passada. Mas o fato é que a maior referência da legenda, Rodrigo Maia, está mais para Geraldo Alckmin do que para o prefeito de São Paulo. As informações são de Mauricio Lima, da coluna Radar, da VEJA.

Cientes do risco de implosão do PSDB devido a seu cabo de guerra, Geraldo Alckmin e João Doria apresentaram cartas de conciliação para tentar garantir a parceria entre ambos em 2018. Tanto o governador paulista quanto seu afilhado político, prefeito de São Paulo eleito no primeiro turno em 2016, querem ser candidatos à Presidência no ano que vem.

A alta temperatura da troca de farpas entre os dois nas últimas semanas, contudo, colocou em alerta o tucanato, que teme uma cisão que comprometa a posição majoritária do partido no campo governista em 2018 –não por acaso, DEM e PMDB vêm buscando se cacifar falando em candidatos próprios. A sinalização de trégua veio de parte a parte, embora haja caciques do tucanato que duvidem de sua eficácia.

Alckmin disse a interlocutores que considera legítimo o pleito de Doria de ser candidato, e o prefeito sinalizou que não despreza o desejo de seu padrinho político de vê-lo candidato a governador.

João Dória está sendo ágil na movimentação para se cacifar como nova alternativa no campo da centro-direita, tentando colar sua imagem em personagens como o argentino Mauricio Macri e o francês Emanuel Macron, que deu um jeito de visitar para produzir imagens de campanha. Mas o apressado às vezes come cru, e quem acaba se dando bem é o come quieto…

Enquanto Dória viaja, inclusive ao exterior, de jatinho e comitiva, Geraldo Alckmin entra em fila de aeroporto e faz o estilo homem comum. Diferentemente do ex-pupilo hoje adversário, vem construindo um discurso antibelicista para 2018.

Nesta quinta-feira, por exemplo, na abertura do seminário Desafios Políticos de um Mundo em Intensa Transformação, promovido em conjunto pelo PPS e pelo PSDB (Fundação Astrojildo Pereira e Instituto Teotônio Villela), Alckmin encerrou seu discurso saudando a boa política: “O Brasil precisa de menos gladiadores e de mais construtores”.

Na plateia, entre outros, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que entrou espirituosamente na onda. Indagado se havia conseguido estabelecer a paz entre Alckmin e Dória, respondeu: “Mas eles nunca estiveram em guerra…”.

21
ago

Cadê o FHC?

Postado às 21:44 Hs

Por Lauro Jardim

Com o PSDB em guerra, cabe a FHC tentar botar alguma ordem na casa. É o único com autoridade para acalmar os nervos da turma tucana. FHC deu pitacos no programa de TV que acabou por incendiar o partido. Aparenta, assim, estar mais alinhado a Tasso Jereissati. Mas é hora de descer do muro e dizer de que lado está nesta briga.

Por Andréia Sadi / GloboNews

Diante da ameaça de desembarque do PSDB já na próxima semana, o presidente Michel Temer tenta uma última cartada: um encontro com Fernando Henrique Cardoso para apelar ao ex-presidente em busca de apoio dos tucanos.  O interlocutor escalado por Temer é o ministro Antonio Imbassahy, segundo auxiliares do ministro da articulação política.

Fontes ligadas a Imbassahy afirmam que o presidente pediu a ele que sondasse a disposição do ex-presidente, que já pediu a renúncia de Temer. Mesmo assim, o presidente quer pedir ajuda a FHC para convencer a cúpula do PSDB a adiar a decisão do desembarque do governo, em meio à busca de votos contra a denúncia por corrupção passiva na Câmara .

PESSIMISMO – Diante da insistência de Temer, nem ministros do PSDB acreditam que a nova investida renderá frutos. Motivo: FHC já pediu publicamente a renúncia de Temer, em um “gesto de grandeza”. Antes disso, enviou uma carta ao presidente Temer pedindo novas eleições.

Na carta, o ex-presidente alertou o presidente sobre a situação grave do cenário político e sugeriu que antecipasse as eleições. Temer ignorou a carta e não enviou resposta ao ex-presidente. Agora, Temer, que voltou da Alemanha neste sábado, tenta um novo encontro com o tucano para os próximos dias.

19
jun

FHC, Michel Temer e a eleição antecipada

Postado às 10:59 Hs

Por Elio Gaspari, O Globo

A ideia foi a mesma: eleições já. Ela apareceu há cerca de três semanas, num momento reservado de desabafo do presidente Michel Temer. Voltou pela voz do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa nota com trechos crípticos que recomendam sua transcrição: “A ordem vigente é legal e constitucional (…) mas não havendo aceitação generalizada de sua validade, ou há um gesto de grandeza por parte de quem legalmente detém o poder pedindo antecipação de eleições gerais, ou o poder se erode de tal forma que as ruas pedirão a ruptura da regra vigente exigindo antecipação do voto.”

FHC afastou-se da liturgia constitucional da escolha do novo presidente pelo Congresso. Isso não é pouca coisa. Nas palavras dele, se a pinguela “continuar quebrando, será melhor atravessar o rio a nado e devolver a legitimação da ordem à soberania popular.” Essa manobra requer emendas constitucionais e mudanças profundas na ordem política. Temer poderia fazer um “gesto de grandeza” renunciando ao mandato. Mas, “eleições gerais” exigiriam a renúncia de todos os governadores e parlamentares.

Os interessados em recuperar seus mandatos estariam obrigados a disputar uma eleição suicida. Os prazos legais para tamanhas novidades tornam a ideia inviável, mas FH colocou na mesa o ingrediente do tamanho da crise. A confusão que ele antevê, ainda não chegou, mas será capaz de comer detalhes e prazos.

A abolição da escravatura foi discutida por mais de 50 anos, mas a tramitação do projeto que liquidou a fatura durou apenas 64 dias. A ideia de instituição do parlamentarismo rondou o Congresso por décadas, mas durante a crise de 1961, com o país à beira da guerra civil, a emenda constitucional que instituiu a nova forma de governo foi aprovada em 48 horas. O“gesto de grandeza” de Temer resolveria muitos problemas. De saída, o dele, que poderia sair do palácio de cabeça erguida. Resolveria também o dilema do PSDB, que não consegue decidir se fica ou sai do governo. Com uma eleição antecipada, o governo sairia do PSDB. Uma eleição livre, sem regras de incompatibilização ou exigências de filiação partidária daria um banho de detergente no cenário político nacional.

Por Pedro Dias Leite e Paulo Celso Pereira / O Globo

Em meio ao temor de que PSDB e DEM abandonem o governo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso telefonou sábado para o presidente Michel Temer. Segundo interlocutores do presidente, FHC disse para Temer “resistir” e “ficar firme”, em meio à crise crescente. O PSDB de FHC cancelou a reunião que faria na tarde deste domingo para debater a crise política.

Na quinta-feira, Fernando Henrique publicou um texto em suas redes sociais no qual falou que caso as alegações da defesa dos implicados na delação da JBS não fossem convincentes, estes “terão o dever moral de facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia”.

SUCESSÃO CONTROLADA – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avaliou, a dois interlocutores, que Michel Temer não conseguirá se manter no Palácio do Planalto até o fim do mandato. Diante desse cenário, defendeu que tem de ser realizada uma sucessão controlada, em que haja um grande acordo entre todas as forças políticas para chegar a 2018. O tucano não ficou apenas nas palavras e, no sábado, ligou para o ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim para dar início a essa articulação.

Fernando Henrique procurou Jobim, que comandou a Justiça no seu governo e a Defesa nos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, para fazer a ponte com o PT. A tese do ex-presidente é que em 2018 todos poderão se enfrentar na eleição, mas que agora o momento é de união.

Por outro lado, Fernando Henrique afirmou a pessoas próximas que o PSDB não pode “trair” Temer. O ex-presidente ligou para o peemedebista no sábado e, segundo integrantes do Palácio do Planalto, o aconselhou a “resistir” e a “ficar firme”, em meio à crise que se avoluma.

“GESTOS DE RENÚNCIA” – Na quinta-feira, FHC havia publicado um texto em suas redes sociais argumentando que, caso as alegações da defesa dos implicados na delação da JBS não fossem convincentes, eles “terão o dever moral de facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia”.

O principal temor do ex-presidente é uma saída aventureira ou casuística que aprofunde a crise no país. Por isso, a ideia é começar a negociar desde já para, caso se confirme o prognóstico e Temer caia, a sucessão seja realizada de maneira “controlada”.

Em consonância com essa estratégia, uma reunião da cúpula do PSDB com o comando do DEM, marcada para ontem à tarde em Brasília para discutir a crise política, foi cancelada. Segundo integrantes dos dois partidos, a informação de que o encontro determinaria se as legendas continuariam ou não a apoiar o governo levou ao recuo.

CANCELAMENTO – “A reunião foi cancelada porque vazou para a imprensa que esta seria uma reunião de decisão sobre a permanência do partido no governo ou não. Como a reunião não tinha esse propósito, foi melhor foi cancelá-la, pois não seria possível fazer qualquer tipo de anúncio de decisão, já que não era essa a finalidade — afirmou o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC).

Entre os tucanos, é crescente a percepção de que o destino do governo está selado. Diante das graves acusações no inquérito que tramita no STF, a avaliação de parlamentares ouvidos pelo Globo é a de que Temer não tem mais condição de conduzir a agenda de reformas e manter um governo estável.

A saída, nesse caso, seria uma eleição indireta, feita pelo Congresso, único caminho em que se teria a possibilidade de eleger alguém que tenha um bom trânsito em várias alas da sociedade e dos partidos.

JOBIM NÃO SERVE – Jobim é visto como a pessoa para fazer a ponte desse acordo, mas não como o nome para conduzir o país — já que enveredou pela iniciativa privada e assumiu um cargo no alto escalão do BTG, banco de investimentos que foi alvo da Lava-Jato.

Segundo um amigo de Fernando Henrique, essa relação deixa Jobim em uma posição de “fragilidade”; e tampouco há indicativos de que ele decidiria abrir mão agora dos milhões de reais que recebe por ano em troca de um posto político altamente complicado no momento.

Por Folha de S.Paulo – Igor Gielow

Principal referência do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz ser “muito cedo” para falar em candidaturas ao Planalto em 2018, mas considera que hoje “o novo” no cenário político é representado por figuras como o prefeito paulistano, João Doria, e o apresentador de TV Luciano Huck.

Instado pela Folha a avaliar o governo de Michel Temer (PMDB), que na sexta (12) completa um ano, FHC afirma que o peemedebista “entendeu que o papel dele ou é histórico ou é nenhum”.

O tucano foi menos cruel do que em dezembro, quando cunhou aquela que talvez seja a mais precisa definição da gestão Temer, chamada por ele de “uma pinguela”.A imagem da ponte frágil colou, mas FHC afirma agora que o presidente tem mostrado “mão firme no leme”.

Sobre a sucessão de Temer, tema abordado rapidamente na entrevista que concedeu por telefone na quinta (4), FHC alterna cautela a insinuações de entrelinhas.Doria surge naturalmente na conversa, já que é estrela emergente no PSDB por ter alta popularidade e não estar associado à Operação Lava Jato como seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin (SP), ou o senador Aécio Neves (MG).

Citados em delações, os até então presidenciáveis do tucanato viram suas intenções de voto derreterem. O PSDB também perde pela associação ao impopular Temer.

Já o nome de Huck, amigo de FHC, foi semeado pelo ex-presidente de forma quase fortuita. Se ele o fez para germinar ou para dividir atenção com o prefeito paulistano, o tempo dirá

Via Correio Braziliense
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse nesta segunda-feira (3/4), que uma eventual cassação do presidente Michel Temer (PMDB) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e uma consequente eleição indireta trariam uma “confusão” ainda maior para o País. “Já temos tantas dificuldades hoje, o Congresso ainda vai eleger uma pessoa pra ser presidente por um ano? É mais confusão”, disse o ex-presidente em entrevista à rádio CBN.

Para FHC, o processo que corre na Corte Eleitoral, cujo julgamento começa nesta terça-feira (4/4), traz riscos para o Brasil, principalmente no setor econômico. “A percepção das pessoas, especialmente dos investidores é: vamos ter outro problema no Brasil? Eles se retraem”, disse o ex-presidente. “O Brasil está há muito tempo de pernas para o ar, está começando a assentar um pouco. Levar muito tempo em um julgamento que põe em risco a situação vigente tem consequências negativas.”

ABUSO DE PODER – A ação em análise pelo TSE foi proposta em 2014 pelo PSDB contra a chapa eleita, formada pela petista Dilma Rousseff e por Temer, que derrotou o então candidato do partido, Aécio Neves. Os ministros decidirão se houve abuso de poder político e econômico na campanha presidencial daquele ano.

Na entrevista à rádio, o ex-presidente falou ainda sobre reforma política e defendeu a aprovação de cláusula de barreira para os partidos, além da proibição de coligação nas eleições proporcionais. “Quem paga a democracia? Os parlamentares estão pedindo que o contribuinte pague, através do fundo partidário. Os países que tem fundo partidário tem quatro, cinco, seis partidos. Aqui tem 30 e poucos. Não há dinheiro que possa dar conta de 30 e poucos partidos.”

SEM CANDIDATO – Questionado sobre 2018, FHC negou que o PSDB já tenha um candidato ao Palácio do Planalto. “Não se sabe ainda o resultado da Lava Jato, quem para em pé, quem não para em pé”. O ex-presidente falou, ainda, sobre o nome do prefeito de São Paulo, João Doria ter ganhado força para a disputa.

“Em uma certa altura, eu disse a ele que não acreditava que ele convencesse (os eleitores). Convenceu. Agora é o balão que está subindo. Se subir, subiu. O PSDB tem que ter o pé no chão, quem decide no fundo no fundo quem vai ser o candidato não somos nós, é o eleitorado.”

Via Folha de São Paulo.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou em suas redes sociais, hoje, uma mensagem na qual diz ter ficado “chocado e entristecido” com a morte do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki. No texto, FHC lembra que foi ele quem indicou Zavascki para seu posto anterior, no STJ (Superior Tribunal de Justiça). “Estou chocado e entristecido com a morte do ministro Teori Zavascki. Foi um grande magistrado a quem tive a oportunidade de nomear para o STJ em função de seu saber e competência técnica”, escreveu o ex-presidente.

“No difícil período pelo qual passamos, a conduta isenta e competente do ministro Teori ajudou os brasileiros a confiar na Justiça”, elogiou FHC. O ex-presidente encerrou o texto dizendo ter “convicção de que o STF saberá honrar sua memória [de Teori] mantendo a mesma linha de conduta que o caracterizou, de respeito às leis, à moralidade, aos interesses da democracia e do futuro do país”.

Do Radar – Para 83% dos brasileiros a morte do ministro do STF e relator da Lava-Jato Teori Zavascki não foi acidente. Apenas 15% acreditam em fatalidade, enquanto 1,3% não soube ou não quis responder.  A pesquisa foi realizada a partir de questionário online entre os dias 19 e 20 de janeiro de 2017 pelo Instituto Paraná Pesquisa.

23
fev

A RESSENTIDA E A VIGARISTA

Postado às 8:23 Hs

“Não quero morrer amanhã e tudo isso ficar na tumba, eu quero falar e fechar a página”, disse Mirian Dutra para justificar a punhalada desferida nas costas de Fernando Henrique Cardoso, com quem teve um caso amoroso quando trabalhava na TV Globo em Brasília e o ex-presidente era ainda senador. O romance durou seis anos. Durou quase 30 o silêncio quebrado nesta semana por duas entrevistas. O pote até aqui de mágoa, esse vai durar para sempre, avisa o caótico desfile de denúncias contraditórias, acusações explícitas ou insinuadas, fatos e fantasias irrompendo de braços dados, cobranças indevidas e cachos de queixumes. Tudo somado, está claro que Mirian Dutra é uma prisioneira do ressentimento. Não há cura para esse oitavo pecado capital. Primo da ira, do orgulho e da cobiça, o ressentimento costuma ser equivocadamente confundido com a inveja, da qual é irmão. As diferenças superam as semelhanças. Invejar, por exemplo, pode ser intransitivo; a inveja frequentemente dispensa objetos diretos. Ressentir (que segundo os dicionários significa “sentir novamente”) é verbo necessariamente transitivo. É sempre conjugado contra alguém, alguma coisa, alguma entidade. No caso de Mirian Dutra, os alvos do ressentimento são FHC, que responsabiliza por não ser feliz, e a TV Globo, que obstruiu os caminhos que a levariam ao sucesso profissional.

Por Josias de Souza

Durou menos de 15 dias a suposta unificação do discurso do PSDB a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Reunidos em Brasília no dia 10 de dezembro, os seis governadores tucanos, FHC, Aécio Neves e os líderes da legenda no Congresso haviam anunciado a superação das divergências internas sobre o tema. Era lorota. No momento, os tucanos não são unânimes nem sozinhos. As fissuras foram reabertas pelo STF, ao fixar um rito processual para o impeachment com regras que favoreceram Dilma Rousseff. O pedaço do PSDB mais próximo de Aécio Neves voltou a apostar na estratégia que prevê a anulação do mandato de Dilma pelo Tribunal Superior Eleitoral. Nesse caso, a lâmina alcançaria também o mandato do vice Michel Temer. E seria convocada nova eleição presidencial, da qual Aécio participaria.

O PSDB da Câmara avalia, porém, que é preciso esgotar as tentativas de obter o impedimento de Dilma pelo Congresso. Hipótese que levaria Temer a assumir a cadeira de presidente, para concluir o mandato. Além da grossa maioria dos 54 deputados federais tucanos, engancha-se nessa corrente o senador José Serra, candidato não declarado a ministro de um eventual governo Temer. Espécie de porta-voz da ala que se volta para o TSE, o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, diz que é preciso reconhecer que as regras estabelecidas pelo STF mudaram o jogo. Ele realça que o próprio PMDB dividiu-se: “Michel Temer perdeu força. Ganhou um protagonismo maior Renan Calheiros [presidente do Senado], que está alinhado com a Dilma.” Além disso, diz Cássio, o povo “não se mostrou muito entusiasmado para ir às ruas com o propósito de derrubar a Dilma e colocar o Michel no lugar dela.”

 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta segunda-feira (26) que o Brasil “vai mal porque está sem rumo” e sugeriu que a presidente Dilma Rousseff renuncie ao cargo “com grandeza”.FHC concedeu entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura. Durante o programa, o ex-presidente falou sobre o primeiro volume do livro “Diários da Presidência”, que será lançado por ele na próxima quinta-feira (29).

“A situação econômica [do país] é desesperadora. Ela [Dilma] não tem que ir lá nos Estados Unidos e dizer que o Brasil está mal porque a democracia é adolescente. Vai mal porque está sem rumo”, disse Fernando Henrique, ao se referir à entrevista dada por Dilma à emissora norte-americana CNN e veiculada neste domingo (25).

“Tinha que ter uma renúncia com grandeza. A presidente Dilma não pode desconhecer o que nós conhecemos, que a economia está em uma situação desesperadora, que há uma crise política. Ela tinha que dizer: ‘eu saio, eu renuncio, mas eu quero que o Congresso aprove isso, isso e isso’”, sugeriu.Na entrevista, FHC foi questionado sobre o posicionamento do PSDB, partido do qual é presidente de honra, a respeito de um eventual processo de impeachment da presidente Dilma.

Para o tucano, o partido está sendo “bastante prudente” quando trata do assunto e, caso um processo de impedimento seja aberto no Congresso Nacional, o PSDB “vai votar pelo impeachment”.Ele também criticou declarações recentes de Dilma de que a oposição tenta dar um “golpe” em seu governo ao defender sua saída pelo impeachment. “Ninguém está cogitando dar golpe. Impeachment não é golpe. Precisa ter condição, mas não é golpe”, afirmou o ex-presidente. (G1)

Via  O Estado de S. Paulo.

Em programa nacional do PSDB que vai ao ar na noite de hoje, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz que a presidente Dilma Rousseff está pagando pela “herança maldita” deixada pelo antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. É a primeira vez que o tucano usa publicamente a mesma expressão pela qual os petistas criticavam sua gestão.

“A economia vai muito mal e a presidente é refém de uma base de sustentação no Congresso que, a cada dia, é mais do tipo toma lá dá cá. Ela está pagando pela herança maldita que o Lula deixou”, afirma FHC no vídeo, cujos trechos foram antecipados no domingo, pela GloboNews.

A expressão “herança maldita” foi cunhada por petistas que diziam que Lula havia recebido das mãos do tucano, em 2003, um País cheio de problemas, com inflação e câmbio elevados e baixo crescimento.

Na propaganda, o tucano também afirma que o PT, que prometia “o céu ao povo”, agora “oferece o inferno da crise e do desemprego”. “Está na hora de a presidente ter grandeza e pensar no que é melhor para o Brasil, e não para o PT”, diz FHC.

Nos últimos meses, o ex-presidente tem feito críticas mais contundentes a Dilma. Em 17 de agosto, FHC usou seu perfil no Facebook para sugerir a renúncia da presidente, medida que classificou também como um “gesto de grandeza”. A declaração foi feita um dia após líderes do PSDB terem participado de manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas em diversas cidades.

Na semana passada, diante da disparada da cotação do dólar, FHC afirmou que o PT estaria “mordendo a língua de tanto que disse que recebeu um governo quebrado em 2002”. O tucano também criticou a reforma administrativa negociada por Dilma e disse que a presidente estava fazendo um “pacto com o demônio” para tentar salvar seu governo ao oferecer mais ministérios, como o da Saúde, para o PMDB.

Em resposta, petistas como o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disseram que o tucano falaria com “conhecimento de causa”, pois também foi aliado dos mesmos partidos que compõem a base dos governos petistas.

17
set

Opinião: ” O bloco de FHC tem dono “

Postado às 8:47 Hs

Por Bernardo Mello Franco / Folha de S.Paulo

Em artigo recente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu que “a solução da crise não decorrerá apenas da remoção do obstáculo mais visível a um reordenamento político, simbolizado por quem exerce o Executivo e pelo partido de apoio ao governo, mas da formação de um novo bloco de poder”.A primeira parte da frase deixa claro que o tucano aderiu ao grupo que deseja “remover” a presidente Dilma do Planalto. A segunda sugere o desejo de ver seus aliados na base de um eventual governo Michel Temer.

O bloco almejado por FHC começou a se formar nesta terça, quando o deputado Mendonça Filho apresentou questão de ordem sobre o impeachment. O documento foi subscrito por dirigentes de seis partidos que apoiaram Aécio Neves no segundo turno da eleição presidencial: PSDB, DEM, PTB, SDD, PPS e PSC.A lista de assinaturas permitiu aos petistas repetir que o grupo do senador, derrotado nas urnas, agora tenta virar a mesa no tapetão da Câmara. No entanto, a bancada aecista contabiliza apenas 116 deputados. Faltariam 226 votos até os 342 necessários para afastar a presidente.

Os números indicam que o “novo bloco” terá obrigatoriamente um outro dono, que não pertence à oposição oficial. O único político com força para assumir o papel e entregar a Presidência a Temer é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.Além de comandar a ala anti-Dilma do PMDB, ele tem concentrado o assédio sobre três siglas de centro-direita que apoiaram a reeleição de Dilma por conveniência: PP, PSD e PR.

Se o plano de FHC passa obrigatoriamente pela liderança de Cunha, o ex-presidente poderia escrever um novo artigo para responder duas perguntas. Se ele quer derrubar a presidente para tirar a economia do buraco, como dará aval a uma aliança com o comandante da “pauta-bomba” na Câmara? Se o mote for o combate à corrupção, como aceitará entregar o “novo bloco de poder” a um político denunciado na Lava Jato?

Por Carlos Newton

A política brasileira vive momentos de surrealismo puro. Os jornais divulgam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou amigos em comum a procurar Fernando Henrique e propor uma conversa entre os dois sobre a crise política.

Quando surge esse tipo de notícias “plantada”, é preciso haver tradução simultânea. Trata-se de uma conversa fiada. Lula não autoriza ninguém a fazer nada, ele simplesmente manda fazer. No caso, se quisesse falar com FHC, ele apenas mandaria algum diretor do Instituto Lula telefonar para marcar o encontro. FHC, que é o mais vaidoso dos mortais e não tem o que fazer, salvo atrapalhar o PSDB, aceitaria na hora.

Então, o que houve? Ora, Lula mandou plantar esta notícia para apagar o incêndio no PMDB, ateado por Eduardo Cunha, e que vai se alastrando pouco a pouco.

UM MINISTRO INÚTIL

Apanhado de surpresa pelo “factoide” de Lula, o Planalto seguiu na mesma balada, com o inexpressivo e inútil ministro Edinho Silva deitando falação:

“Em todos os países democráticos é natural que ex-presidentes conversem e, muitas vezes, que sejam chamados pelos presidentes em exercício. Essa é uma prática comum nos Estados Unidos, por exemplo”, afirmou o titular da Comunicação Social, para tirar uma onda de intelectual, mas acabou falando bobagem, porque essa prática não existe em nenhum país democrático. É raríssimo acontecer, salvo em Cuba, onde Raúl Castro tem de estar sempre ouvindo o irmão Fidel, e aqui no Brasil, onde toda a vez que a presidente Dilma Rousseff deixa de ouvir Lula faz alguma bobagem.

FHC NA EUROPA

Lula mandou criar essa notícia falsa, porque sabia que FHC está na Europa, passeando com a nova esposa, e aceita tudo que possa colocá-lo de volta ao noticiário. Os jornais dizem que o objetivo imediato da aproximação seria buscar conciliadores que pudessem frear os líderes oposicionistas que defendem o impeachment de Dilma.

A tradução simultânea indica que o objetivo real é conter o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Lula e o Planalto sabem que ele é o verdadeiro inimigo, porque controla a maioria dos deputados e facilmente poderá conduzir o processo de impeachment, desde que seja apresentado à Mesa da Câmara um pedido bem fundamentado.

Lula e Dilma sonham (?!) que a oposição (PSDB, DEM, Solidariedade e PPS) possa se juntar ao que restou da base aliada, que Cunha demoliu com a maior facilidade. Ainda bem que sonhar ainda não é proibido.

DIA 16 DE AGOSTO

Agosto vem aí e o dia D já está marcado: será dia 16, um domingo. Se as ruas se encherem de opositores de Dilma e do PT, o impeachment passa a ser apenas uma questão de tempo.

Impeachment é um fato político, não é um processo jurídico, que necessite de provas materiais bem comprovadas. Collor foi cassado sem haver uma só prova contra ele, a não ser o fato de ter recebido uma Fiat Elba de presente. O povo não o queria mais, e o Congresso sempre faz o que povo quer, como dizia o ex-presidente da Câmara Ibsen Pinheiro (PMDB-RS). Sábias palavras.

O governo Dilma Rousseff (PT), que está enfrentando dificuldades de caixa, decidiu que vai reabilitar a ideia e cobrar, na nova etapa de privatização, pagamento pelas concessões de serviços públicos ao setor privado.

O modelo é conhecido como outorga onerosa. Usado na gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o receituário era criticado pela petista.De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, a proposta foi formalizada pela equipe do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no último sábado e seria uma forma de obter mais recursos para o cumprimento da meta fiscal e reequilibrar as contas públicas deste ano.

A outorga onerosa está praticamente decidida nos setores de ferrovias e portos, mesmo com críticas de integrantes do ministério à proposta. (Tribuna da Bahia)

22
abr

FHC RETOMA PROTAGONISMO TUCANO

Postado às 9:16 Hs

Por Luiz Fernando Lima

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso retomou o protagonismo no PSDB. Ao menos, foi o que transpareceu durante a palestra que ministrou no 14º Fórum de Comandatuba. Convidado a falar sobre “o papel dos líderes no desenvolvimento econômico e social na América Latina”, usou tom ponderado com direito a elogios a Bill Clinton, ex-presidente do EUA e a Hugo Chaves, ex-presidente da Venezuela.

– Nós todos nos demos conta de que a democracia é essencial. E que o que conta mesmo para o povo é educação, saúde, habitação e mobilidade urbana. Para se conseguir superar os desafios é preciso liderança e liderança não pode ser alheia. Tem que tomar partido, escolher. Você pode acertar ou errar, mas tem que escolher.

Ele dá as cartas FHC se credencia a decidir os rumos tucanos. Depois de não ser citado na campanha de José Serra em 2002, mencionado na de Geraldo Alckmin em 2006, e discretamente defendido por Aécio Neves em 2014, o ex-presidente volta a distribuir a bola na oposição. (A Tarde)

23
fev

Repercute…

Postado às 20:10 Hs

Rogério Marinho: “Só falta Dilma acusar FHC de matar Odete Roitman e John Kennedy”
O deputado federal Rogério Marinho (PSDB) criticou a entrevista da presidente Dilma Rousseff (PT), concedida após mais de dois meses de silêncio em meio aos desdobramentos do escândalo do Petrolão. De forma irônica, o tucano disse que só falta a petista acusar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pelo assassinato da personagem fictícia Odete Roitman e do ex-presidente americano John Kennedy.
 “A entrevista da presidente foi tão infeliz que gerou uma enxurrada de comentários irônicos nas redes sociais. Estão dizendo que só falta acusar FHC pelo assassinato de Odete Roitman e de John Kennedy”, disse Rogério durante entrevista concedida na manhã desta segunda-feira (23), na 94 FM.
Rogério defende a tese de que a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), por ter sido presidente do Conselho de Administração da Petrobras, tem responsabilidade sobre os desmandos e prejuízos causados na empresa.
 “Qualquer decisão de um presidente de uma empresa precisa ser corroborada pelo seu Conselho de Administração já que é uma empresa que tem ações na bolsa de valores e a presidente do Conselho de Administração por todo o governo de Lula, inclusive na compra de Pasadena, na definição da construção de Abreu e Lima, e das refinarias Premium do Ceará e do Maranhão, a ampliação da Copel no Rio de Janeiro era a então ministra de Minas e Energia e depois chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Então, para mim está claro que houve a responsabilidade da presidenta nas decisões equivocadas que geraram tanto prejuízo para a companhia, como na possibilidade do superfaturamento, do sobrepreço”, disse Rogério.
Fonte: Assessoria
abr 26
sexta-feira
10 23
ENQUETE

Você acha que o brasileiro acostumou-se com a Corrupção ao longo do tempo ?

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