A defesa da presidente afastada Dilma Rousseff está disposta a um acordo com a acusação para diminuir a quantidade de testemunhas a serem ouvidas na fase final do processo de impeachment. A redução evitaria que a sessão de julgamento, prevista para começar no dia 25 de agosto, se prolongue e paralise o Senado no segundo semestre. Dilma é acusada de participação em cinco fatos que podem configurar crime de responsabilidade – as pedaladas fiscais no Banco do Brasil e a edição, supostamente ilegal, de quatro decretos orçamentários. Conforme o entendimento de técnicos do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Senado, o Código do Processo Penal admite que defesa e acusação arrolem, cada uma, cinco testemunhas para cada um dos fatos. O total de convocados, portanto, pode chegar a 50 (25 para cada lado).

Por Leandro Mazzini – Coluna Esplanada

Dilma Rousseff vai sofrer impeachment diante de 200 canais de televisão de mais de 120 países, e com 2 mil correspondentes estrangeiros residentes no Rio.

Não há “golpe” maior para o PT. Por isso o presidente do Congresso, Renan Calheiros – mais aliado dela e de Lula do que do presidente Michel Temer – pretende esticar para dia 25 a votação em plenário, quatro dias após o encerramento do evento.

Mas a tramitação e a força da base de Temer podem antecipar o processo para o período do evento esportivo.

Temer estuda convocar reunião ministerial para a próxima semana. Quer que os subordinados mostrem trabalho no recesso do Congresso com a imagem de “governo atuante”, e reforçar o cenário para enterrar a gestão de Dilma.

Por Carlos Chagas

Entre mil pesquisas, cálculos e sondagens permanentes, a impressão no Senado é de que Dilma Rousseff será arcabuzada quando se realizar a sessão de votação de seu impeachment, em agosto. Admite-se que 60 senadores se pronunciarão pelo seu afastamento definitivo. Mas… Mas se não for assim? Caso Madame consiga os votos necessários para retornar ao palácio do Planalto? Nessa hipótese, mais do que um terremoto, o país enfrentará uma hecatombe. Não sobrará pedra sobre pedra, na Praça dos Três Poderes. Porque a lei terá de ser cumprida, ou seja, sem o número necessário de senadores, a presidente hoje afastada reassumirá na plenitude de seus poderes. Michel Temer voltará ao palácio do Jaburu e os ministros perderão o emprego e, no Congresso, assistiremos a uma implosão jamais encenada. Quais serão os governadores a primeiro bater na porta do gabinete presidencial?

Não se duvida da tentativa do aparecimento de uma new-Dilma, com novas mensagens, diferentes propósitos e até uma certa dose de humildade para esconder a presunção e a empáfia. Tudo de mentirinha, é claro, porque no fundo ela estará mesmo disposta a desforrar-se das humilhações das últimas semanas. Aproveitará algumas iniciativas do substituto ou passará o apagador do quadro negro? Reconvocará os auxiliares despedidos quando o impeachment foi inicialmente aprovado?

 

DITO POR NÃO DITO – Que tipo de exortação fará ao país? Acertará contas com a legião de desafetos que surgiram logo depois de seu afastamento? E na condução da política econômica, dará o dito pelo não dito, enterrando Meirelles? Pesadelos costumam acontecer em muitas noites. A pergunta que se faz é se outro está a caminho. Afinal, três ou quatro senadores que mudem de opinião provocarão uma das maiores surpresas da Republica. Ou será que existirão alternativas?

Melhor, por tudo isso, que as previsões de agora se confirmem. A presidente afastada, se voltar, despertará a hecatombe.

Enquanto a Comissão do Impeachment do Senado encerra sua fase de instrução com a presidenta afastada Dilma Rousseff (PT) dizendo ser injustiçada, os aliados da petista e do presidente interino Michel Temer (PMDB) articulam nos bastidores pelos votos de 17 senadores que sinalizaram que poderiam mudar de lado no julgamento do impeachment. Rousseff mira especificamente em nove parlamentares, Temer, em quatro, e ambos disputam o voto de outros quatro. Para se configurar o impeachment são necessários ao menos 54 votos dos 81 senadores. Quando o Senado admitiu a abertura do processo e Rousseff foi automaticamente afastada, 55 entenderam que ela deveria ser alvo de uma investigação jurídico-política e 22 foram contrários. Isso não significa, no entanto, que esses congressistas já admitiam de antemão que ela cometera os crimes de responsabilidade dos quais é acusada.

A comissão especial do impeachment realiza, a partir das 11 horas desta terça-feira (05), duas audiências para ouvir os técnicos responsáveis pelas perícias realizadas nos documentos do processo contra a presidente afastada, Dilma Rousseff. Os peritos serão ouvidos separadamente.

Na quarta-feira (06), a comissão ouve o depoimento do advogado José Eduardo Cardozo, que defende Dilma. A presidente decidiu não comparecer, mas avalia ir ao Senado no dia do julgamento final, previsto para o fim de agosto.

A partir de quinta-feira (07), começa a contagem do prazo de 20 dias para as alegações finais (cinco dias para a acusação e 15 dias para a defesa). Depois disso, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) terá cinco dias para elaborar seu relatório, que deve ser lido em 2 de agosto, discutido no dia 3 e votado pela comissão no dia 4.

Por Marina Dias \  Folha

A presidente afastada, Dilma Rousseff, decidiu não depor pessoalmente à comissão do impeachment no Senado na próxima quarta-feira (6). Seu advogado, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, deve falar no lugar da petista. Dilma não era obrigada a comparecer no depoimento agendado para a próxima semana, e aliados avaliam que, caso seja para ir pessoalmente ao Senado, que o faça no plenário, não na comissão especial. No colegiado, a presidente afastada poderia ser diretamente questionada por senadores e por uma das autoras do pedido de impeachment, a advogada Janaína Paschoal. A petista ainda pode mudar de ideia, mas a tendência é que não fale à comissão.

ADIAMENTO – Pelo calendário inicialmente previsto, Dilma deveria ter ido ao Congresso na semana passada, na segunda-feira (20). O atraso ocorreu devido ao grande número de testemunhas apresentadas pela defesa da petista, que totalizaram 40 pessoas. Dilma sofre duas acusações na denúncia que a afastou do cargo por até 180 dias: a edição de decretos que liberaram créditos suplementares sem aval do Congresso e de ter cometido “pedalada fiscal” com o atraso do repasse de R$ 3,5 bilhões do Tesouro ao Banco do Brasil para o Plano Safra.

A versão da defesa é que, como presidente da República, Dilma “não foi alertada que baixar os decretos mexeria na meta fiscal” e que, portanto, “não há dolo” da petista no ato. Para aliados da petista, o atraso dos repasses do Banco do Brasil ao Tesouro para pagar o Plano Safra não configurou operações de crédito ilegal.

Parlamentares pedem interferência de Temer em disputas políticas, indicam aliados para cargos e exigem até comando de estatais

Do apoio do Planalto em disputas locais a indicações para cargos em estatais e até para o comando do BNDES – o maior financiador de empresas do País –, o presidente em exercício Michel Temer está sendo pressionado por senadores em troca de apoio no julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. A votação final está prevista para acontecer até o fim de agosto.

Por causa do assédio, Temer tem recebido parlamentares no Palácio do Jaburu para almoços, jantares e reuniões, marcados muitas vezes fora da agenda oficial. Nos encontros, escuta mais do que fala. “O Temer está comprando a bancada. É uma compra explícita de apoio”, disse o senador Roberto Requião (PMDB-PR), peemedebista contrário à saída de Dilma.

Para interlocutores do governo no Senado, o “movimento” nada mais é do que uma lista de demandas. O caso mais pitoresco, segundo relatos de três senadores próximos a Temer, é o de Hélio José (PMDB-DF). Ele pediu 34 cargos, entre os quais a presidência de Itaipu, Correios, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e até o comando do BNDES.

Fonte: Jornal Estado de S.Paulo

Via Folha de S.Paulo

 

O presidente interino, Michel Temer, afirmou que seria melhor que a conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff fosse antecipada para evitar uma “saia justa” política durante a Olimpíada no Rio. A declaração foi feita em entrevista ao jornalista Roberto D’Avila exibida na noite desta terça (21) pelo canal GloboNews. Questionado sobre se a presença de dois presidentes no evento não provocaria um embaraço internacional, Temer declarou: “Não ficou bem [o cronograma do processo]. Eu diria que se o processo de impedimento se antecipasse seria melhor. Seja a meu favor ou a favor de Dilma”, afirmou.

Na semana passada, o Comitê Organizador da Rio-2016 afirmou queconvidará tanto o presidente interino quanto a presidente afastada para a cerimônia de abertura dos Jogos, em 5 de agosto, no Maracanã. Na data, pelo cronograma atual, os trabalhos da comissão especial do Senado que analisa a cassação de Dilma ainda não estarão encerrados.

O peemedebista também comentou a proposta, estudada pela petista, deconvocar um plebiscito sobre novas eleições presidenciais caso seja reconduzida ao cargo. “Eu não acho essa proposta útil para a senhora presidente. A leitura que se faz é que ela deseja voltar para depois não governar”, disse. Sobre as limitações em relação aos benefícios concedidos a Dilma durante seu afastamento, como o uso de aviões da FAB (Força Área Brasileira), Temer justificou que a presidente não tem tido atividades de natureza governamental e, portando, não precisaria desses serviços.

“Ela utilizaria [as viagens] para fazer campanha divulgando o ‘golpe’. É uma situação esdrúxula”, disse. “E jamais faltou comida [para ela]”, brincou. Temer voltou a afirmar que não agiu pela aceitação, na Câmara e no Senado, da abertura do processo de impeachment. “Não traí ninguém. Eu não fiz um movimento em relação a isso”, declarou.

INVESTIGAÇÕES

Na entrevista, Temer rebateu acusações contra ele e sua equipe –em pouco mais de uma mês de governo, ele perdeu três ministros : Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência) e Henrique Eduardo Alves (Turismo). Jucá e Silveira apareceram em gravações feitas pelo ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado que sugerem uma tentativa de atrapalhar investigações da Operação Lava Jato. Alves é investigado por suspeita de participação no esquema.

Em seu acordo de delação premiada, Machado acusou presidente interino de negociar com ele o repasse de R$ 1,5 milhão de propina para a campanha de Gabriel Chalita (PDT) à Prefeitura de São Paulo, em 2012, pelo PMDB. Temer negou novamente ter feito o pedido. “[Se fosse verdade] Você acha que eu ia me servir dele [Machado], com o prestígio que tenho, para falar com o empresário?”, disse. “Não vou processá-lo, porque ele precisa disso. Eu não falo para baixo”, acrescentou.

Ele também comentou a situação da secretária especial de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes (PMDB-AP), suspeita de integrar uma “articulação criminosa” para desviar R$ 4 milhões de suas emendas parlamentares quando era deputada. “Ela tem um processo de quatro ou cinco anos atrás que estava paralisado. Só se falou nele quando ela foi indicada”, disse.

Sobre os indícios de que o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE) tenha recebido R$ 100 mil em vantagens indevidas na campanha de 2014, Temer respondeu: “Coitado do Mendonça”.

Neste domingo (12), Michel Temer completa um mês como presidente interino da República. Ele assumiu o poder após o Congresso Nacional aprovar a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e, ao longo das últimas quatro semanas, conseguiu imprimir uma agenda positiva na área econômica. No primeiro dia de trabalho, o governo anunciou a intenção de extinguir milhares de cargos públicos até o fim deste ano e, na sexta-feira (10), detalhou que vai cortar 4.307 funções e cargos comissionados em 30 dias. Em outro gesto, Temer anunciou o congelamento de nomeações para empresas estatais e fundos de pensão, até que a Câmara dos Deputados aprove projetos que limitam tais indicações a pessoas com qualificação técnica. Na economia, o presidente interino alterou e aprovou a meta fiscal para 2016, que prevê déficit primário de R$ 170,5 bilhões. Medida que havia ficado parada durante meses, a Desvinculação das Receitas da União (DRU), que permite ao governo usar livremente parte de sua arrecadação, foi aprovada em dois turnos pelos deputados e agora será analisada no Senado. Após anunciar a nova meta, Temer foi ao Congresso entregar o projeto ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nos primeiros 30 dias, o governo Temer teve apoio de congressistas e do mercado, mas foi criticado por movimentos sociais, que não reconhecem a legitimidade da gestão e criticam a ausência de negros e de mulheres em sua equipe.

A comissão especial do impeachment aprovou, nesta segunda-feira (6) o calendário de trabalho do colegiado para os próximos meses, com a previsão de que a votação do relatório do colegiado ocorra no plenário do Senado em 2 de agosto. Assim, a votação final do impeachment deve acontecer até o fim do mesmo mês.

A aprovação do cronograma ocorreu em um clima bem mais tranquilo do que o visto na última reunião do colegiado, na quinta-feira (2) passada, em que os senadores discutiram por mais de dez horas sobre o andamento dos trabalhos. Os ânimos se acirraram quando o presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), acatou um pedido para reduzir em 20 dias o prazo de tramitação do processo.

O peemedebista reviu sua decisão nesta segunda, o que viabilizou o acordo para a votação do calendário proposto pelo relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). O tucano reiterou que seu planejamento é “meramente uma proposta indicativa” e pode sofrer alterações ao longo dos trabalhos. “Se o cronograma se demonstrar insuficiente, evidentemente que ele poderá ser aumentado”, disse. A comissão começará a ouvir as duas testemunhas arroladas pela acusação na próxima quarta-feira (8). Depois, prestarão esclarecimentos outras três pessoas indicadas por senadores. As 32 testemunhas de defesa falarão em seguida. Todos eles deverão ser ouvidos até 17 de junho.

Fonte: O ESTADO DE S.PAULO

O julgamento final sobre a perda de mandato da presidente afastada Dilma Rousseff deverá ocorrer no meio dos Jogos Olímpicos Rio 2016, de acordo com o cronograma aprovado nesta segunda-feira (6) pela Comissão Processante do Impeachment.

O planejamento, apresentado pelo relator do colegiado, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), prevê que a votação do relatório na comissão ocorra no dia 27 de julho e a leitura do parecer do Senado se dê no dia 28. A partir daí, serão contadas 48 horas de prazo para a votação da pronúncia no plenário da Casa, o que deve acontecer no dia 2 de agosto – primeiro dia útil após o fim do prazo.

 

O interrogatório da presidente afastada Dilma Rousseff está previsto para acontecer depois desta fase, no dia 20 de junho. Em seguida, entre os dias 21 de junho e 5 de julho, contará o prazo para apresentação das alegações escritas da acusação. Depois, entre 6 e 21 de julho, correrá o prazo para apresentação das alegações finais por escrito da defesa.

 

03
jun

Mais rápido…

Postado às 8:13 Hs

Julgamento de Dilma antecipado

Foi mais que acertada, providencial e necessária à decisão da Comissão Especial do Impeachment de reduzir em 20 dias os prazos para entrega das alegações finais pela acusação e pela defesa da presidente afastada Dilma Rousseff. Com isso, pode ser antecipada para 12 de julho a votação, no plenário principal do Senado, da fase intermediária do processo, chamada de “pronúncia”. Nessa etapa, a comissão deve emitir parecer dizendo se a denúncia de que Dilma cometeu crime de responsabilidade é ou não procedente e se deve ir a julgamento final. Na fase da “pronúncia”, o colegiado deve coletar provas, realizar perícias e ouvir testemunhas para opinar sobre a denúncia. A mudança do cronograma gerou intenso bate-boca entre integrantes da comissão responsável pela análise do pedido de impeachment.

Diante da polêmica na Comissão Especial, ontem, o presidente Raimundo Lira sugeriu levar a questão para análise do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, que atua como juiz do processo. Ao chegar para a sessão do Supremo Tribunal Federal, ontem, Lewandowski, disse analisará a questão do prazo se houver apresentação de recurso. “Eu vou analisar depois que receber os recursos formalmente, com as razões de recurso”, afirmou. Ele foi perguntado pelos jornalistas se o correto seria aplicar o mesmo prazo do rito de impeachment de Collor (15 dias corridos) ou o previsto no Código de Processo Penal ( 5 dias úteis), mas não quis responder. Senadores favoráveis e contrários ao afastamento de Dilma da Presidência discutiram calorosamente e trocaram acusações após o presidente da comissão especial acatar o pedido da senadora Simone Tebet (PMDB-MS).

Pela proposta dela, fica reduzido de 15 para cinco dias o prazo máximo para entrega das alegações finais da defesa e o mesmo número de dias para as da acusação. Com isso, reduziu-se o tempo de tramitação do processo em 20 dias em relação ao que havia sido proposto inicialmente pelo relator do caso, senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), o que poderá fazer com que a votação no plenário aconteça em meados de julho, e não mais em 2 de agosto.Para acalmar os ânimos, Raimundo Lira anunciou durante a sessão que, em acordo com a defesa de Dilma, decidiu adiar a votação do cronograma do processo de impeachment, prevista para ontem, para que o Supremo possa decidir antes sobre o prazo para as alegações finais. “Estou adiando a aprovação do cronograma na condição do recurso ao presidente do Supremo ser encaminhado hoje, com a defesa abrindo mão dos cinco dias [para entrar com recurso]. Quem vai fazer o recurso abre mão dos cinco dias e eu abro mão de votar o cronograma hoje”, explicou. (Blog do Magno)

A segunda etapa do processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff no Senado começa nesta terça-feira (24) com a apresentação do plano de trabalho do relator da Comissão Especial do Impeachment, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).

Até agora, já foi dado prazo de 20 dias, que terminam no dia 31 de maio, para que Dilma apresente uma nova defesa por escrito. Chamada de pronúncia, é nesta fase que também são juntadas ao processo todas as provas consideradas importantes por acusação e defesa. Pode haver ainda audiência de testemunhas, diligências e debates entre a acusação e a defesa.

A partir daí, um novo relatório será elaborado por Anastasia, votado na comissão e depois no plenário da Casa. Assim como na fase de admissibilidade, de novo, em ambas as votações (na comissão e no plenário), será exigida maioria simples, ou seja, metade mais um dos senadores presentes a sessão. Se aprovado o relatório no plenário, após 48 horas, será marcado o último julgamento que pode tirar definitivamente a presidenta Dilma do cargo.

A Comissão Especial do Impeachment continua a ser presidida pelo senador Raimundo Lira (PMDB-PB), mas caberá ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, atua como presidente dos dois julgamentos que ainda podem ocorrer no plenário do Senado sobre o caso. Lewandowski também dará a palavra final sobre questões de ordem apresentadas na comissão, mas que forem objeto de recurso no plenário da Casa.

Admissibilidade

Lewandowski já tem uma sala de apoio para trabalhar na 1ª vice-presidência do Senado, porém deve continuar despachando do Supremo. Ao assumir essa função no Senado, em 12 de maio, mesmo dia em que o plenário da Casa aceitou a admissibilidade do processo que resultou no afastamento temporário de Dilma, o ministro afirmou que os juízes são os senadores e que ele atuará como um órgão recursal. O presidente do STF disse ainda que os procedimentos a serem seguidos são baseados no processo de impeachment do presidente Fernando Collor, em 199

Por Folha de S.Paulo – Daniela Lima

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou a aliados que não vê chances de a presidente Dilma Rousseff retomar o poder após ter sido afastada. A avaliação foi feita pelo senador repetidas vezes desde o desfecho da votação no Senado que sacramentou o afastamento de Dilma, na semana passada. Para Renan, mesmo uma gestão tortuosa do presidente interino, Michel Temer (PMDB), não seria suficiente para reerguer a petista politicamente.

O presidente do Senado sempre foi visto como o “último bastião” da governabilidade de Dilma. Ele só se afastou da petista nos últimos capítulos do impeachment. À derrocada da gestão petista se seguiu uma discreta reaproximação entre Renan e Temer. Desafetos históricos dentro do PMDB, os dois passaram a se reunir com mais frequência. Nesta terça (17), Renan foi pela primeira vez ao Planalto para uma reunião com Temer. O presidente interino precisará da colaboração do presidente do Senado para aprovar medidas importantes para a economia.

A mais urgente delas, a mudança na meta fiscal, precisa ser votada pelo Congresso até o dia 22, ou o governo será obrigado a fazer um corte emergencial de gastos, comprometendo até o pagamento de luz e telefone. A mudança da meta de superavit deve ser feita em sessão do Congresso, que só pode ser convocada por Renan, o que deve ocorrer na próxima semana. A avaliação é que esse pequeno atraso no calendário não chegará a afetar, na prática, o pagamento das despesas do governo.

Com o desfecho no amanhecer de hoje pelo Senado Federal, ficou evidente que o afastamento da presidente Dilma Rousseff do governo não será apenas provisório, mas sim definitivo. Não só porque votaram por sua saída 55 senadores, um a mais do que os 2/3 exigidos para seu julgamento final, mas também porque o senador Renan Calheiros convocou para as 16hs de hoje reunião para a qual foi convidado o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal. Como pela Constituição cabe ao presidente do STF presidir o julgamento do mérito do processo de impeachment, verifica-se assim que este julgamento definitivo não vai esperar o prazo de180 dias para acontecer. Claro. O senador Renan Calheiros não iria solicitar a presença de Ricardo Lewandowski apenas para estabelecer a moldura da decisão final e irrecorrível. A participação do presidente do Supremo na reunião de hoje, assim, revela nitidamente o objetivo de votar a etapa derradeira do processo no prazo mais rápido possível.

Após ser notificada pelo senador Vicentinho Alves (PR-TO), primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado, sobre a decisão do seu afastamento da presidência após a votação da admissibilidade do impeachment, a presidente, agora afastada, Dilma Rousseff, falou nesta quinta-feira (12) sobre a decisão do plenário.

 “Não esmoreço! Olho para trás e vejo tudo o que fizemos e olho para frente e vejo tudo o que ainda pode ser feito. Vou lutar para exercer meu mandato até o dia 31 de dezembro de 2018”, disse Dilma, que agora deve deixar a Presidência da República por até 180 dias.

Ela afirmou que seu governo não cometeu “nenhum ato repressivo” contra movimentos sociais e manifestantes.“O risco é agora termos um governo dos sem voto, sem legitimidade para propor soluções para os desafios do país e pode ser tentado a reprimir quem protesta contra ele. Um governo que nasce de uma espécie de eleição indireta e que será fator de manter a crise no país”, discursou Rousseff.

A presidente afastada disse ter orgulho de ter sido a primeira mulher eleita presidente do Brasil e que exerceu seu mandato de forma “digna e honesta”.Dilma reafirmou que está sendo vítima de “uma farsa jurídica e política”, mas disse que “não esmorece”.

“A luta pela democracia não tem data para terminar. A luta contra o golpe é longa”, disse a presidente. “Vamos mostrar ao mundo que há milhões de defensores da democracia em nosso país. A democracia é o lado certo da história. Jamais vamos desistir, jamais vou desistir de lutar”, encerrou sob gritos da claque do Planalto: “guerreira da pátria brasileira”.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve participar da “cerimônia de despedida” da presidente Dilma Rousseff, que pode acontecer na quinta-feira, após o provável afastamento da petista pelo Senado. A ideia é que Dilma seja aguardada pelo seu padrinho político em frente ao Palácio do Planalto.

O ex-presidente está em Brasília, mas ainda não se encontrou com Dilma, segundo fontes. A presidente segue no Alvorada e gravará ainda nesta quarta-feira um vídeo com uma declaração sobre seu afastamento, que será usado provavelmente nas redes sociais. A equipe de Dilma estuda ainda se haverá pronunciamento em cadeia de rádio e TV ou uma declaração à imprensa.

Dilma acabou suspendendo a cerimônia de descida da rampa do Planalto por ter avaliado que a imagem de descer seria interpretada como uma “entrega” do governo para o vice-presidente Michel Temer. Dilma, ao contrário, vai insistir que é vítima de golpe e que o governo Temer é ilegítimo.

Representantes de movimentos sociais ainda pretendem fazer uma caminhada do Planalto até o Palácio da Alvorada, sede da residência oficial, em protesto contra o impeachment. (Veja\Com Estadão Conteúdo)

11
Maio

Negado

Postado às 13:29 Hs

Teori nega pedido para suspender instalação do processo de impeachment de Dilma.

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, negou pedido apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU) para que fosse suspensa a validade da autorização concedida pela Câmara dos Deputados para abertura do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff por crime de responsabilidade.

Com isso, fica mantida sessão do Senado que irá decidir hoje (11) se acata o processo. Se os senadores aprovarem a admissibilidade do processo, a presidenta Dilma será afastada por 180 dias do cargo. No mandado de segurança, a AGU, que faz a defesa de Dilma, argumentava que o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conduziu o processo de impeachment com desvio de finalidade, pois queria se proteger de processo contra ele que tramita no Conselho de Ética da Câmara.

Maio 23
quinta-feira
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