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Ex-desembargador potiguar é denunciado por corrupção, lavagem de dinheiro e exploração de prestígio
Postado às 9:59 Hs
Moro está analisando pedido do MPF para realizar perícia nos recibos de aluguel do imóvel que fica ao lado do apartamento do ex-presidente Lula.
O juiz Sérgio Moro está analisando um pedido do Ministério Público Federal para realizar uma perícia nos recibos de aluguel do imóvel que fica ao lado do apartamento do ex-presidente Lula, em São Bernardo do Campo. Segundo os procuradores, os recibos são ideologicamente falsos.
O Ministério Público Federal afirma que há indicativos de falsidade nos 26 recibos de aluguel apresentados pela defesa de Lula. Os procuradores querem que o ex-presidente entregue os recibos originais para que sejam periciados e informe onde foram encontrados e por quem.
Lula é acusado de ter recebido o apartamento, em São Bernardo do Campo, como propina da Odebrecht. O ex-presidente nega. Caso o juiz Sérgio Moro autorize a perícia, o trabalho será feito por peritos da Polícia Federal.
A perita Nadir Vargas, do Instituto de Criminalística do Paraná, explicou o que é levado em conta na análise: “Desde o seu papel suporte, os elementos de segurança que por ventura esse documento contém, o tipo de tinta utilizado para imprimir o texto desse documento e também a possível assinatura que esse documento precise ter para ser considerado legítimo ou não. Não existem muitos elementos técnicos a serem observados num documento assim tão simples, emitido de maneira informal.”
No pedido de investigação sobre os recibos, os procuradores da Lava Jato afirmam que os comprovantes apresentados foram feitos para dar aparência real ao falso contrato de locação do apartamento. E listam os motivos que colocam sob suspeita os documentos.
O Ministério Público Federal aponta que o dono do imóvel, Glaucos da Costamarques, admitiu ter assinado parte dos recibos num só dia, quando estava internado no hospital, que declarou à Justiça não ter recebido os aluguéis de fevereiro de 2011 a novembro de 2015, que os valores só começaram a ser pagos depois que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, foi preso pela Lava Jato, que não existe movimentação financeira compatível com os pagamentos a Glaucos nas contas bancárias dos investigados e também não há nenhuma referência ao aluguel na planilha de despesas domésticas encontrada na residência de Lula.
Os procuradores dizem ainda que os recibos só foram apresentados na fase final do processo. Por isso, os investigadores afirmam que, sem margem à dúvida, os recibos são ideologicamente falsos.
Além da perícia nos documentos, os procuradores pedem que Sérgio Moro ouça novamente Glaucos da Costamarques e o contador João Muniz Leite, que já prestou serviços ao ex-presidente e teria levado parte dos recibos ao hospital para que Glaucos assinasse de uma só vez.
O que dizem os citados
A defesa do ex-presidente Lula afirmou que a realização de perícia vai demonstrar que os documentos são idôneos e foram assinados pelo proprietário do imóvel para Dona Marisa, que contratou a locação, e que o questionamento é uma tática ilusionista de quem não conseguiu provar que valores provenientes de contratos da Petrobras beneficiaram o ex-presidente Lula.
A defesa de Glaucos da Costamarques afirmou que concorda com o posicionamento do Ministério Público Federal de investigar os recibos e reafirmou que Glaucos contou a verdade no interrogatório na Justiça Federal. O contador João Muniz Leite disse que confirmou que colheu, no mesmo dia, a assinatura de Glaucos em parte dos recibos.
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Detonando: “Rio Grande” e “Fanho”, os novos apelidos de Henrique Alves revelados pela Odebrecht
Postado às 11:11 Hs
Relatório do Ministério Público Federal (MPF) ao Supremo Tribunal Federal (STF) baseado no “Drousys“, sistema de comunicação usado pelo Setor de Operações Estruturadas — o “Departamento de Propina” da Odebrecht —, aponta para novos codinomes de caciques políticos, segundo informações de O Globo.
A partir de e-mails e planilhas da Odebrecht, o deputado cassado Eduardo Cunha também era chamado de três formas diferentes. Segundo o MPF, o peemedebista ganhou mais de R$ 28,6 milhões como “Caranguejo”, sendo R$ 600 mil em 2008; R$ 650 mil em 2009; R$ 12 milhões em 2010; R$ 2,2 milhões em 2012; R$ 2,1 milhões em 2013; e R$ 11,1 milhões em 2014.
De acordo com o Ministério Público, Eduardo Cunha ainda seria o destinatário de três pagamentos que totalizaram R$ 3 milhões para o codinome “Acadêmico” e também de uma parcela de R$ 300 mil para “Calota”.
Outro ex-presidente da Câmara preso, Henrique Eduardo Alves seria “Rio Grande” e “Fanho”. Para o primeiro caso, houve pagamentos de R$ 112 mil em setembro de 2010 e de US$ 67,3 mil (à época equivalente a R$ 125 mil). Para o segundo, as planilhas do Drousys revelam dois pagamentos, no total de R$ 2 milhões, feitos em 2014.
set
Virando rotina: Lula vira réu por venda de MP de incentivos fiscais a montadoras
Postado às 23:07 Hs
A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira o sócio do holding J&F Wesley Batista, presidente executivo do grupo. Os agentes também cumprem novo mandado de prisão contra Joesley Batista, já preso em Brasília. A informação foi confirmada pela PF de São Paulo.
Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do estado. Joesley está detido em caráter temporário desde domingo por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, depois que o Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão do empresário.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entendeu que Joesley e o diretor de relações institucionais do grupo, Ricardo Saud, omitiram informações dos investigadores em sua delação premiada, o que quebraria as cláusulas do acordo de colaboração. Em sua defesa, Joesley destacou que a conversa com Sauda era “elocubração de bêbados”.
Nos áudios, entregues no último dia de prazo antes da homologação, os dois conversam sobre como se aproximar de Janot, citam ministros do STF e destacam a certeza que não seriam presos. A prisão de Wesley Batista integra as investigações a respeito desta suposta omissão de informações, que pode levar à anulação do acordo.
O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) apresentou denúncia por corrupção passiva contra o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A denúncia, oferecida dentro da Operação Zelotes, afirma que Lula editou uma medida provisória para favorecer empresas do setor automotivo em troca de recebimento de propina. Também foi denunciado por corrupção passiva o então chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho.
Em nota, o Instituto Lula disse que os procurados do MPF tentam “constranger” o ex-presidente. O texto diz ainda que a denúncia é “improcedente, injurídica e imoral”.
O G1 tenta contato com Gilberto Carvalho, mas não havia conseguido até a última atualização desta reportagem. Em janeiro do ano passado, ao prestar depoimento na 10ª Vara Federal de Brasília, ele chamou de “absurda” a investigação da Operação Zelotes. Segundo os investigadores do MPF, as empresas beneficiadas pela medida provisória pagaram a propina a intermediários, que ficaram encarregados de repassar o dinheiro para os agentes políticos.
Ainda de acordo com o MPF, os participantes do esquema prometeram R$ 6 milhões para Lula e Carvalho. O dinheiro, segundo as investigações, era para custear campanhas eleitorais do PT.
“Diante de tal promessa, os agentes públicos, infringindo dever funcional, favoreceram às montadoras de veículo MMC e Caoa ao editarem, em celeridade e procedimento atípicos, a Medida Provisória n° 471, em 23/11/2009, exatamente nos termos encomendados”, diz um trecho da denúncia.
Além de Lula e Carvalho, também foram denunciados:
– José Ricardo da Silva (ex-conselheiro do Conselho Administrativo da Receita Federal) – corrupção ativa
– Alexandre Paes dos Santos (lobista) – corrupção ativa
– Paulo Arantes Ferraz (empresário da MMC – Mitsubishi) – corrupção ativa
– Mauro Marcondes Machado (empresário) – corrupção ativa
– Carlos Alberto de Oliveira Andrade (empresário do Grupo Caoa) – corrupção ativa
De acordo com a denúncia, a medida provisória alvo das investigações, editada em 2009, passou por avaliação dos corruptores antes de ser finalizada. Eles chegaram a fazer sugestões de alterações, segundo o MPF.
ago
Justiça Federal homologa delação de Fred Queiroz ligado ao ex-ministro Henrique Alves
Postado às 21:06 Hs
Via G1
O juiz federal Francisco Eduardo Guimarães homologou a delação do empresário Fred Queiroz, ligado ao ex-ministro Henrique Alves, que foi preso na operação Manus, deflagrada no dia 6 de junho. A informação foi confirmada pela Justiça Federal. A operação investigou corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas. O ex-ministro Henrique Eduardo Alves foi preso na operação Manus e segue detido na Academia de Polícia. O empresário Fred Queiroz também foi preso em 6 de junho, mas foi solto no dia 23 do mesmo mês após firmar acordo de colaboração com o Ministério Público Federal.
No dia 20 de junho, o Ministério Público Federal denunciou Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha por terem recebido propinas disfarçadas de doações eleitorais, oficiais e não oficiais. Em troca do suborno, afirma o MPF, eles teriam atuado para favorecer empreiteiras como OAS e Odebrecht nas obras da Arena das Dunas, em Natal, uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.
Além dos dois peemedebistas, o MPF também denunciou, no mesmo processo, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, o ex-dirigente da Odebrecht Fernando Reis, o empresário Fred Queiroz, aliado político de Henrique Alves, e o publicitário Arturo Silveira Dias de Arruda Câmara, cunhado do ex-ministro do Turismo.
Os seis foram investigados pela Operação Manus, um desdobramento da Lava Jato. A denúncia, de 89 páginas, pede que os acusados sejam, ao final da ação, condenados ao pagamento de R$ 15,5 milhões por danos materiais e morais para ressarcir os crimes que cometeram.
O ex-deputado federal Cândido Vaccarezza foi liberado da prisão pelo juiz Sergio Moro nesta terça-feira. Detido na sexta-feira pela Polícia Federal (PF), o ex-líder dos governos Lula e Dilma na Câmara dos Deputados estava cumprindo prisão temporária, que expirou após cinco dias. O magistrado fixou uma fiança de cerca de R$ 1,5 milhão e determinou que a defesa de Vaccarezza apresente resultados de um tratamento médico a que ele está se submetendo.
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) pediram a prisão preventiva de Vaccarezza, aquela que não tem prazo para acabar. A defesa argumentou que o ex-deputado tem um exame agendado para tratar um problema de saúde. Moro afirmou que o mais indicado, no momento, é a adoção de medidas alternativas à prisão. “No contexto do agendamento do referido exame, este Juízo reputa, por ora, mais adequado impor medidas cautelares alternativas ao invés da prisão preventiva requerida”, escreveu o juiz Moro.
Segundo o juiz, Vaccarezza deve entregar seu passaporte em 48 horas, não poderá deixar o país nem mudar de endereço sem avisar a Justiça, não poderá exercer cargos públicos, não pode ter contato com outros investigados e deve comparecer sempre que for requisitado pela Justiça. Vaccarezza deve deixar a Superintendência da PF de Curitiba, onde está preso, ainda nesta terça-feira. Ele tem dez dias para pagar a fiança. A Lava-Jato acusa o ex-deputado de receber US$ 478 mil, entre 2010 a 2012, como propina para influenciar a contratação de uma fornecedora de asfalto norte-americana pela Petrobras.