11
Maio

O recado de Zelensky a Lula

Postado às 17:01 Hs

 

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mandou um recado a Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, 11. A mensagem foi compartilhada nas redes sociais um dia depois de o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, se encontrar com Zelensky.

“Eu enfatizei que o único plano capaz de deter a agressão russa na Ucrânia é a Fórmula Ucraniana para a Paz”, escreveu no Twitter o presidente ucraniano. “Nós discutimos a possibilidade de realizar uma cúpula Ucrânia-América Latina. Eu espero continuar a dialogar com o presidente Lula e recebê-lo na Ucrânia”, afirmou.

Críticas de Lula

A viagem de Amorim à Ucrânia ocorreu em meio às críticas do Ocidente pelas declarações recentesde Lula sobre a guerra com a Rússia. O petista havia dito que a responsabilidade pela invasão era de ambos os países. Lula também acusou os Estados Unidos e a Europa de “incentivar a guerra” e defendeu a criação de um grupo de países dispostos a buscar a paz na região.

No encontro com Zelensky, o assessor de Lula chegou a repetir que “será necessário que os dois lados cheguem à conclusão de que o custo da guerra é maior do que o custo de certas concessões”, segundo Amorim.

No entanto, conforme o próprio Zelensky, só existe um único plano para a paz na região, e o país não está disposto a fazer concessões de territórios aos russos. Desse modo, a ideia de Lula de que o Brasil teria uma “fórmula” para a paz foi desfeita pelo presidente ucraniano hoje.

Revista Oeste

O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, afirmou que a CPMI do 8 de Janeiro precisa mostrar quem se omitiu de forma “deliberada ou incompetente”. A declaração foi feita na noite desta segunda-feira, 9, durante entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan News. “A narrativa já está feita em relação a quem perpetuou o ato, a quem financiou e a quem eventualmente incentivou a ocupação no dia 8. A história que não está contada é quem se omitiu ou de forma deliberada ou de forma incompetente. Brasília tem mais de 60 anos e nunca aconteceu alguma coisa como essa. Não estou fazendo nenhuma afirmação, só estou dizendo que foi alguma coisa ou outra.

É a CPMI que vai se debruçar sobre o tema”, iniciou. Marinho comentou que não acredita que haja acobertamento geral de aliados do governo na CPMI. “Eu não acredito, mesmo que haja uma preponderância de parlamentares que tem uma afinidade com o governo, que haja um acobertamento geral desse processo. Não podemos deixar de convocar personalidades importantes para falarem a respeito de seus atos. Isso vai ficar público para a sociedade”, acrescentou. O senador ainda reforçou o apoio a instalação da CPMI. “Nós queremos a instalação da CPMI. Nós entendemos que é importante que ela comece”, frisou.

Questionado sobre as primeiras ações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marinho disse que o mandatário tem “desinformado”. Inclusive, o senador contou que entrou com uma ação na Advocacia-Geral da União (AGU) contra o petista. “Entrei com uma ação de fake news contra o presidente da República, já que ele criou dentro da AGU uma secretaria para combater a desinformação. O presidente tem desinformado. Deliberadamente tem faltado com a verdade em relação as políticas públicas”.

O líder da oposição no Senado ainda pediu celeridade nas ações do Supremo Tribunal Federal (STF). “Acho que está faltando decisão. Nenhuma das ações que nós ingressamos teve um desfecho por parte do judiciário. Então aguardamos uma celeridade, porque o que está em jogo é a própria sanidade e vitalidade do regime democrático brasileiro”, comentou.

 


Foto: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Deu-se o inimaginável: de estilingue, o governo Lula conseguiu a proeza de passar à condição de vidraça no caso do 8 de janeiro. O Planalto caiu de ponta-cabeça no centro de uma CPI do Golpe tramada por bolsonaristas que deveriam temer as investigações. Deve-se o paradoxo à divulgação de um vídeo que exibe o general Gonçalves Dias, responsável pela segurança da Presidência, circulando no meio dos invasores da sede do governo.

Em vez de dar voz de prisão aos vândalos golpistas, Gonçalves Dias, velho amigo de Lula, abriu portas e indicou rotas de saída, pela escada, no andar do gabinete presidencial. Lula viu-se compelido a fazer por pressão o que deixou de realizar por opção. Com 101 dias de atraso, empurrou o general que havia acomodado na chefia do GSI, Gabinete de Segurança Institucional, para fora do Planalto pela porta de incêndio.

A CPI que o governo tentava evitar tornou-se incontornável. Lula teve a oportunidade de avalizar uma investigação parlamentar conduzida por seus apoiadores no Senado. Preferiu travar a iniciativa. Agora, terá que se equipar às pressas para lidar com uma CPI mista proposta pelo deputado bolsonarista André Fernandes. Esse parlamentar é um dos investigados no inquérito do Supremo Tribunal Federal sobre o Capitólio brasiliense. É acusado de incentivar a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

Nas pegadas do 8 de janeiro, Lula havia declarado que as portas do Planalto foram abertas para os invasores. Agora, verifica-se que o próprio presidente ofereceu material para que a oposição invada o seu governo, explorando a mentira segundo a qual a tentativa de golpe foi obra de petistas uniformizados de verde e amarelo para incriminar Bolsonaro.

Em política, todo o mal começa com as explicações. Tudo o que precisa ser explicado não é bom. Revelou-se premonitório um prognóstico feito há mais de três meses pelo senador Renan Calheiros, aliado do governo. em matéria de CPI, como no futebol, “quem não faz leva.”

Fonte: Josias de Souza

Foto: Reprodução/CNN

Nesta sexta-feira (14), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em uma de suas redes sociais críticas ao governo Lula sobre o anuncio do fim da isenção tributária sobre encomendas internacionais de até US$ 50. Bolsonaro escreveu que, em seu governo, diminuiu a “taxação de produtos que garantem a manutenção de trabalho e vida de todos, principalmente dos mais humildes”.

“Reduzimos milhares de impostos para facilitação e barateamento de serviços, além de medicamentos de combate ao câncer, HIV, equipamentos hospitalares, incentivos aos esporte, 35% do IPI de milhares de produtos e principalmente impostos incididos sobre alimentos e combustíveis”, postou o ex-presidente.

Ainda referente à postagem, Bolsonaro disse que, mesmo assim, o governo Federal bate recordes de arrecadação. “O governo Lula anuncia aumentos diários de impostos e taxas preocupado em atender interesses escusos, se lixando para o bem-estar do povo!” Sobre o fim da isenção de tributação, o Ministério da Fazenda esclarece que esse benefício — que deixará de existir — se aplica somente para envio de pessoa física para pessoa física. “Se, com base nele, empresas estiverem fracionando as compras, e se fazendo passar por pessoas físicas, estão agindo ilegalmente.”

“Com as alterações anunciadas, não haverá qualquer mudança para quem, atualmente, compra e vende legalmente pela internet”, destacou a pasta. Em maio de 2022, Jair Bolsonaro havia dito na mesma rede social que não assinaria nenhuma medida provisória para taxar compras em sites como Shopee, AliExpress, Shein.

Contudo, já existe tributação sobre produtos comprados no exterior. O que falta, de acordo com a Receita Federal e o ministério da Fazenda, é uma fiscalização efetiva. O imposto é de 60% para encomendas de até US$ 500. Acima disso, é cobrado 60% mais o ICMS de cada estado e outras taxas podem ser acrescentadas. “Para possíveis irregularidades nesse serviço, ou outros, a saída deve ser a fiscalização, não o aumento de impostos”, escreveu o ex-presidente.

CNN

Aguardando nomeação para a diretoria de Planejamento do Banco do Nordeste, o secretário de Finanças e Planejamento do Rio Grande do Norte RN), Aldemir Freire, se prepara para deixar a pasta nos próximos dias. Em entrevista exclusiva à Tribuna do Norte, Aldemir aproveitou para pontuar os principais feitos de sua gestão e detalhar a situação fiscal do Estado. O economista diz que se orgulha de ter alcançado o equilíbrio nas contas, mas reconhece que o Rio Grande do Norte ainda está longe de ter um caixa plenamente saudável.

Aldemir afirma que encontrou um déficit acumulado de quase R$ 4 bilhões da gestão anterior e conseguiu implementar um ajuste fiscal que culminou em resultados superavitários. Segundo o chefe das contas estaduais, o Rio Grande do Norte ainda enfrenta dificuldades para quitar dívidas do passado e sofreu um baque com a desoneração do ICMS na segunda metade de 2022. Ele defende que o reajuste de impostos seja mantido, mesmo após compensações federais, para que o Estado não termine o ano no vermelho.

Na conversa, Freire criticou ainda a ação judicial impetrada por entidades produtivas do Estado contra o aumento de impostos e negou que o Rio Grande do Norte irá perder competitividade. Além disso, o economista subiu o tom contra o sindicato dos professores estaduais, classificando-o como intransigente. Ele considera que a despesa com os professores é a questão central das contas do Estado. Em greve há um mês, a categoria reivindica o pagamento integral do novo piso do magistério, o que Freire diz ser “impossível” de atender, sob pena de atrasos salariais.

TN

O Brasil não assinou a declaração da edição da Cúpula pela Democracia de 2023. O evento virtual promovido pelo governo dos Estados Unidos ocorreu, pela segunda vez, entre terça (28) e quinta-feira (30), e terminou com a confecção de um documento que, entre outros assuntos, faz críticas contundentes à invasão russa na Ucrânia.

No total, 76 países assinaram a declaração. Destes, 16 declararam apoio ao texto com ressalvas em pontos específicos. Armênia, Índia e México estão entre as nações que manifestaram discordância em relação ao parágrafo da declaração que trata de forma mais ostensiva sobre o conflito na Ucrânia. As informações são do Estado de Minas.

“Lamentamos as terríveis consequências humanitárias e de direitos humanos da agressão da Federação Russa contra a Ucrânia, incluindo os ataques contínuos contra infraestrutura crítica em toda a Ucrânia com consequências devastadoras para os civis, e expressamos nossa grande preocupação com o alto número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças, o número de deslocados internos e refugiados que precisam de assistência humanitária e violações e abusos cometidos contra crianças”, diz trecho do documento.

“Estamos profundamente preocupados com o impacto adverso da guerra na segurança alimentar global, energia, segurança e proteção nuclear e meio ambiente. Exigimos que a Rússia retire imediatamente, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente e pedimos o cessar das hostilidades”, consta também na declaração.

O documento prossegue pedindo a libertação de pessoas detidas ilegalmente e o regresso de outras deportadas à força. As nações subscritas na declaração ainda apoiam a responsabilização dos crimes mais graves cometidos em território ucraniano a partir da ótica do Direito Internacional.

A decisão pela não adesão à declaração final da cúpula partiu da discordância de Lula em usar o evento para condenar as atitudes da Rússia. Para diplomatas brasileiros, o ambiente ideal para discutir temas relacionados à guerra seriam a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria em viagem diplomática à China durante a realização da cúpula e, por isso, não participaria do evento capitaneado pelo presidente americano Joe Biden. O país asiático não foi convidado para o fórum internacional. A visita de Lula ao presidente chinês Xi Jinping também não se concretizou devido a uma broncopneumonia que obrigou o adiamento da missão para 11 de abril. Embora ausente, Lula enviou carta aos organizadores da cúpula na terça-feira.

O presidente brasileiro começa o documento afirmando que a democracia corre perigo e relembrou os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro. Ele prossegue afirmando que o Brasil mantém “compromisso inabalável com o Estado Democrático de Direito” e cita a pauta ambiental, a valorização dos indígenas, mulheres, negros, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência como formas de fortalecer os ideais democráticos.

Sobre o cenário internacional, Lula disse que o mundo se aproxima de um conflito polarizado nos moldes da Guerra Fria e que a luta pelos ideais democráticos não pode acarretar no isolamento de países.

“Atravessamos um momento de ameaça de uma nova guerra fria e da inevitabilidade de um conflito armado. Todos sabem os custos que a primeira guerra teve em gastos com armas em detrimento de investimentos sociais. A bandeira da defesa da democracia não pode ser utilizada para erguer muros nem criar divisões. Defender a democracia é lutar pela paz. O diálogo político é o melhor caminho para a construção de consensos. O Brasil fará a sua parte. Contribuiremos, nos diferentes foros multilaterais e no diálogo entre países, para o fortalecimento da democracia, sempre norteados pelo direito internacional e pelos direitos humanos”, diz Lula, em carta.

30
mar

Bolsonaro de volta…

Postado às 18:45 Hs

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou ao Brasil, na manhã de hoje, após passar três meses nos Estados Unidos. O voo comercial chegou ao Aeroporto Internacional de Brasília por volta das 6h40. No saguão, alguns apoiadores esperavam o ex-presidente.

Bolsonaro, no entanto, saiu por uma rota reservada e seguiu, em comboio escoltado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, para um evento fechado com familiares e aliados. As informações são do portal G1.

Na chegada ao prédio, Bolsonaro foi recebido pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e pelo ex-ministro Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.

O ex-presidente viajou para Orlando, na Flórida, no fim do ano passado – a dois dias de terminar o seu mandato. Por três meses, ficou hospedado na casa de um amigo em um condomínio de luxo na cidade e fez poucas aparições públicas.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, mulher de Jair, viajou para Orlando algumas vezes ao longo do período e compartilhou detalhes das viagens em redes sociais.

Durante o período nos EUA, Bolsonaro esteve acompanhado de assessores presidenciais pagos com dinheiro público. Esse tipo de assessoramento é garantido por lei a ex-presidentes, mesmo que eles estejam fora do país. Bolsonaro nunca justificou oficialmente a viagem aos EUA, feita em voo da Força Aérea Brasileira quando ele ainda era presidente.

Recado

Jair Bolsonaro mandou um recado ao governo Lula em discurso há pouco a aliados e apoiadores na sede do PL. O ex-presidente, que retornou ao Brasil hoje após 89 dias nos Estados Unidos, afirmou que “esse pessoal que, por hora e por pouco tempo, está no poder não vai fazer o que quer da nossa nação”.

Ainda no local, Bolsonaro participou rapidamente de uma live transmitida por Nikolas Ferreira e brincou ao dizer que irá “adotar” o deputado.

O ex-presidente participará de um café da manhã, que contará também com a presença de aproximadamente 30 deputados e senadores.

Chefe da Casa Civil, Rui Costa ganhou um apelido na Esplanada: “imperador”. Além de dar chá de cadeira nos colegas, fala de modo grosseiro, cobrando e censurando ministros como se fossem seus subordinados.

A postura já rendeu a Costa uma coleção de desafetos num governo que tem menos de três meses de funcionamento. Trata-se da maldição do cargo, na avaliação de um colega.

“Costa é o gerente da máquina, o escolhido por Lula para cobrar resultados. Natural que seja impopular, dado que o presidente escolhe o papel de ‘good cop’, mas poderia ser mais respeitoso”, diz um integrante da Esplanada.

Outro ministro que, a exemplo de Costa, já foi governador, defende o chefe da Casa Civil: “Esse jeito mais cru é do temperamento dele. Mas ele sofre a maldição do cargo, sendo o tempo todo cobrado por Lula, chamado ao gabinete o tempo todo, o que deixa as pessoas esperando por horas”.

Veja

Por William Waack / Estadão

Eu estou certo e o mundo está errado costuma ser uma postura típica de profetas. Às vezes precisam de séculos para terem razão. Ou não. Lula não é profeta, nem visionário, nem tem todo esse tempo para confirmação. Mas, na vital esfera da política econômica, está se comportando como se fosse dono de uma verdade que só mal-intencionados se recusam a aceitar.

O presidente enxerga o crescimento da economia como função quase exclusiva do aumento do consumo das famílias, que, por sua vez, depende da transferência de renda via políticas públicas e da expansão de gastos sociais.

NA VISÃO DE LULA… – Os obstáculos, tais como equilíbrio fiscal, são vistos por Lula como artifícios criados por ricos que só prosperam vivendo da renda de juros altos. E por reacionários que combatem por motivos ideológicos um governo que se diz comprometido com os pobres.

O Lula dos 77 anos exibe traços de regressão a um passado no qual as coisas pareciam mais simples. Enxerga a Lava Jato como operação do serviço secreto americano destinada sobretudo a destruir a capacidade de competição internacional de grandes empreiteiras brasileiras.

MUITO AUTOCENTRISMO – O Lula 3 exibe também um notável traço de autocentrismo, em oposição ao Lula 1 e 2, quando estava cercado de operadores políticos capazes de peitá-lo. E cujo julgamento o então presidente respeitava (como Dirceu, Palocci, Meirelles ou Thomaz Bastos).

O Estado-Maior petista de hoje é considerado de segunda linha, quando comparado ao grupo que cercava Lula 20 anos atrás. O problema para a visão de mundo propagada pelo presidente é que nela não parece haver lugar para dois fatores de altíssima complexidade: a deterioração dos poderes do chefe do Executivo frente ao Legislativo e a polarização política calcificada que reforça ampla oposição social (que tirou do lulismo a antiga capacidade de conciliação).

TOM DE EXASPERAÇÃO – Árbitro supremo de todas as questões, Lula 3 tem hesitado em tomar decisões, como aconteceu com o arcabouço fiscal – e, por isso, é criticado abertamente por operadores políticos como Arthur Lira.

Os fatos difíceis da realidade (degradação do poder político e estagnação do crescimento econômico) ajudam a entender essa hesitação, ao mesmo tempo que parecem aprofundar em Lula uma clara frustração. O Lula 3 televisivo exibe mais exasperação do que otimismo e confiança. O profeta está tendo dificuldades para mudar a realidade.

Foto: Adriano Machado/O Antagonista

O senador Sergio Moro (União-PR) disse na tarde desta quinta-feira (23) que o presidente Lula “não tem decência” por ter rido das ameaças de morte que o parlamentar e sua família teriam supostamente recebido de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação da facção foi alvo de operação realizada ontem pela Polícia Federal.

“O senhor não tem decência […] Gostaria de ouvir, no mínimo, uma retratação. Há quem já tenha me dito que o presidente estaria cometendo crime de responsabilidade ou estaria sendo responsável por colocar a minha família em vulnerabilidade. Se acontecer alguma coisa com a minha família a responsabilidade está nas costas deste presidente da República“, declarou o senador paranaense.

O Antagonista

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

 

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, defendeu nesta quinta-feira (2) o afastamento do ministro das Comunicações Juscelino Filho (União) da pasta. Em entrevista a Guilherme Amado, do portal Metrópoles, Gleisi afirmou que a saída de Juscelino seria uma oportunidade para o ministro poder explicar o que ocorreu. A presidente disse ainda que a medida impediria “o constrangimento de parte a parte”.

— Olha, em situações como essa, eu acho que o ministro devia pedir um afastamento para poder explicar, justificar, se for justificável o que ele fez. Isso impede o constrangimento de parte a parte — declarou Gleisi.

A fala de Gleisi ocorreu algumas horas após a entrevista em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre a situação de ministros do seu governo que vêm sendo alvo de denúncias. Juscelino Filho utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar a São Paulo, onde participou de leilões de cavalo — ele também recebeu diárias relativas ao período, embora só tenha cumprido duas horas de agendas relativas ao cargo no estado. Juscelino anunciou, após o caso vir à tona, que devolverá os valores das diárias, mas não tratou do voo pela Aeronáutica.

— Se ele não conseguir provar a inocência, ele não pode ficar no governo — afirmou Lula, acrescentando que solicitou a Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, que marcasse uma reunião com o ministro das Comunicações. O encontro deve ocorrer na próxima segunda-feira, quando Juscelino retornar de uma viagem ao exterior.  Lula reforçou que, caso as acusações contra algum dos ministros seja confirmada, o mesmo não permanecerá na equipe:

— Se for inocente, ficará no governo. Se for culpado, sairá — resumiu.

Além do uso do avião da FAB, Juscelino Filho omitiu do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio avaliado em R$ 2,2 milhões em cavalos de raça, ao declarar sua candidatura a deputado federal em 2022. Segundo levantamento do jornal “Estadão” , o político era proprietário de pelo menos 12 animais da raça Quarto de Milha, que ficavam em um haras de sua propriedade em Vitorino Freire, no Maranhão.

O Globo

O Ex-Presidente Michel Temer, conhecido pelo tom conciliador e a gentileza no trato, admitiu ter “se cansado” de ouvir acusações mentirosas de que promoveu “golpe” contra Dilma Rousseff (PT), desta vez pelo presidente Lula, durante sua viagem ao exterior. Temer enumerou as realizações do seu governo, em entrevista à Rádio Bandeirantes, e até exortou Lula a descer do palanque e começar a governar. Para ele, a história de “golpista” é “pavorosa”, desabafou.

Lula não é unanimidade, lembrou Temer: “Se a eleição tivesse sido ganha por 20 milhões de votos, muito bem. Mas foi margem pequena”.

Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG

O governador do estado de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que o governo federal pode ter “errado” propositalmente para se fazer de “vítima”, nos ataques de 8 de domingo, onde manifestantes bolsonaristas depredaram os palácios dos Três Poderes – Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF).

À Rádio Gaúcha, Zema que é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) talvez tenha feito vista grossa para a eventual chance de vandalismo.

“Me parece que houve um erro da direita radical, que é minoria. Houve um erro também, talvez até proposital do Governo Federal que fez vista grossa para que o pior acontecesse e ele se fizesse de vítima. É uma suposição. Mas as investigações vão apontar se foi isso”, disse.

O gestor ainda saiu em defesa das pessoas que “estão se manifestando”, segundo ele, “de forma pacífica”.

“Você confundir um cidadão de bem com um depredador é erro gravíssimo. Que se puna essas pessoas que fizeram o vandalismo. Agora, estender isso a esses que estão se manifestando de forma ordeira, é uma situação muito distinta”, completou.

Na fala, ele ainda saiu em defesa do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que foi afastado pelo período de 90 dias em virtude de decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Para Zema, a decisão de afastá-lo foi “prematura, desnecessária e injusta”.

Metrópoles

10
jan

Desencontros nos primeiros dias de gestão

Postado às 13:05 Hs

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completa 10 dias nesta terça-feira (10.jan.2023). Em um curto período, o petista e sua equipe acumularam 10 situações embaraçosas e decisões com risco de reputação para a atual gestão – embora muito fique agora em 2º plano por causa dos atos extremistas em Brasília no último domingo (8.jan).

É comum o vaivém de decisões e declarações em início de governo. Mas a frequência surpreende no início do 3º mandato de Lula. Ainda mais porque não há a desculpa da inexperiência do presidente e vários dos ministros escolhidos pelo petista já chefiaram pastas antes.

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DECISÕES DESFEITAS

  • imposto de combustíveis – a ideia era retomar a cobrança a partir de 1º de janeiro. Mas houve receio de alta de preços nos postos e o efeito disso. A isenção de PIS/Cofins foi renovada, em uma derrota política de Fernando Haddad (Fazenda);
  • regulação do saneamento – medida provisória tirou o tema da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico). O mercado reagiu mal. O governo disse que a medida será discutida.

GAFES INTERNACIONAIS

  • audiências canceladas – Lula deixou de atender em 2 de janeiro de 2023 representantes de 6 países que vieram à posse por “falta de tempo” –a delegação do Timor Leste foi recebida no dia seguinte, já a de Angola esperou e insistiu, mas não se reuniu com o presidente;
  • moeda do Mercosul – o embaixador da Argentina disse que trabalhará no tema com o Brasil. Jornalistas perguntaram ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o tema. Ele negou e se irritou.

RECUO EM DECLARAÇÕES

  • Previdência – Carlos Lupi disse ser preciso discutir a reforma de 2019. Rui Costa o desautorizou;
  • saque-aniversário do FGTS – Luiz Marinho falou em acabar com esse mecanismo de acesso ao FGTS. Recuou e falou que a ideia será discutida;
  • preços de combustíveis – Jean Paul Prates disse que a Petrobras se ajustaria às diretrizes do governo. Depois disse que a estatal não intervirá em preços.

PROPOSTA ARRISCADA

  • o ministro Rui Costa (Casa Civil) disse na 5ª feira (5.jan) ao jornal Valor Econômico que o governo havia discutido naquele dia a conversão de multas de construtoras em acordos de leniência por obras. Analistas avaliam que isso poderá associar o governo a empresas condenadas por corrupção.

SEGURANÇA PÚBLICA

  • 8 de Janeiro – o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) anunciou no sábado (7.jan) que havia autorizado o uso da Força Nacional em Brasília; àquela altura já se sabia que um número significativo de manifestantes contrários aos resultados das eleições estavam concentrados na capital federal. O governo Lula não verificou se tinha contingente para 1) proteger Planalto, Congresso e STF, e 2) bloquear os acessos à Esplanada. Com a invasão dos extremistas, não houve plano B.

DANIELA CARNEIRO

  • Ministério do Turismo – a deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil) foi anunciada como ministra do Turismo em 29 de dezembro de 2022; entrou como cota do União Brasil;
  • mudança de nome – no início de janeiro de 2023, ela mudou seu nome público para Daniela Carneiro; Waguinho é seu marido e prefeito de Belford Roxo;
  • conexão com a milícia – dias depois da posse, imagens da ministra com acusados de integrar milícias no RJ passaram a circular na web e foram amplamente divulgadas por veículos de mídia;
  • Daniela tem respaldo – o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, e o governo Lula, por meio de Rui Costa (Casa Civil), saíram em defesa da ministra. O ministro disse que não há “nada relevante e substantivo” que justifique uma preocupação.

Poder360

Marco Aurélio Mello proíbe cortes do Bolsa Família no Nordeste – Saúde – CartaCapital

Marco Aurélio critica anulação das condenações de Lula

Via Rafael Moraes Moura  / O Globo

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello disse à equipe da coluna que a invasão de manifestantes golpistas às sedes dos três poderes, neste domingo, em Brasília, é um episódio “muito pior” que o do Capitólio em janeiro de 2021.

“Estou estarrecido e a única indagação que faço é: onde esteve o Estado que não previu isso e não tomou as providências cabíveis? Refiro-me ao Estado como um grande todo, não apenas ao governo do Distrito Federal. É algo impensável ter o Supremo depredado, ter o Congresso Nacional depredado, como ocorreu. Vamos fechar o Brasil para balanço”, afirmou o ministro à coluna, enquanto acompanhava o noticiário de sua casa, no Rio.

REPÚBLICA DAS BANANAS – “Não lembra o Capitólio porque foi muito pior do que houve no Capitólio. Lá teve resistência. E a repercussão internacional aqui é péssima. A insegurança jurídica é total para o Brasil. O que investidor estrangeiro vai pensar disso aqui? Que é uma república das bananas”, acrescentou.

O ministro aposentado do STF, que votou em Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno e em Jair Bolsonaro (PL) no segundo, evitou responsabilizar o ex-presidente da República pelos fatos ocorridos em Brasília.

“Os responsáveis estão no Brasil, no território nacional, considerando as forças repressivas, as Forças Armadas. Bolsonaro não tem o domínio dessas forças que estão na rua. Ele não tem culpa, está a quantos quilômetros daqui?”, questionou, em referência ao fato de o ex-presidente estar nos Estados Unidos.

CULPA DO SUPREMO – Conhecido por ter opiniões contra a corrente, o ministro também apontou o dedo para o próprio Supremo, que derrubou condenações impostas pela Lava Jato contra Lula, devolvendo a possibilidade de o petista disputar as últimas eleições.

“Falhou todo mundo, e começou a falha no próprio STF, quando ressuscitaram politicamente o ex-presidente Lula, dando o dito pelo não dito, quando enterraram a Lava Jato, quando declararam a suspeição do Sergio Moro, que veio a ser resgatado politicamente pelo Estado do Paraná. O que começa errado, nós aprendemos quando garotos, não acaba bem”, frisou.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse, hoje, que não há discussão no governo sobre uma possível reforma da Previdência. “Eu não vi em nenhum momento na campanha, no 2º turno, e andei com o presidente Lula durante boa parte do 2º turno, e não vi em nenhum momento essa agenda de uma possível revisão da reforma da Previdência sendo colocada, nem no programa do governo, nem na fala do presidente”, disse.

No domingo, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, afirmou que criaria uma comissão com representantes patronais, de trabalhadores e do governo para avaliar as alterações feitas no sistema de aposentadoria em 2019. “Acho que é mais uma forma de expressão do ministro da Previdência no sentido de estar avaliando algum item ou outro. Mas, repito, acho que foi uma posição pessoal do ministro Lupi”, enfatizou Tebet.

Para ela, os ministérios recriados ainda estão sem estrutura necessária para análises e diagnósticos. “Por isso que sai, vez ou outra, uma fala desencontrada. Não são erros graves, são situações que vão ser reposicionadas”, disse.

Blog do Magno

Por Luiz Felipe Pondé / Folha

O Ano-Novo tem algo de sagrado. As pessoas sentem que recebem uma nova chance para refazer a vida de uma forma melhor. São idiotas por isso? Não. O calendário —no nosso caso, uma mistura de cristianismo com romano pagão— carrega em si o nascimento de Jesus Cristo, um deus para os cristãos.

É o caráter da contagem crescente dos anos, misturada com meses e dias que se repetem, que produz a sensação de algo sagrado, não o fato de ser uma contagem cristã. Mesmo descrentes podem sentir esse efeito de renovação do Ano-Novo. A cada Ano-Novo, se volta ao começo da contagem dos meses, e aí está o efeito de renovação. Volta-se ao início de novo.

O QUE É O SAGRADO? – Uma das definições mais operacionais é a do historiador de religiões comparadas romeno Mircea Eliade (1907-1986).

O estudo das religiões comparadas se caracteriza por identificar semelhanças entre as diversas religiões históricas, apontando estruturas que se repetem.

Uma dessas estruturas é o que ele chama de dialética do sagrado e profano —”O Sagrado e o Profano”, da editora Martins Fontes. É dessa definição que falamos hoje. Ao somar anos, o calendário aponta para um avanço linear. Na Antiguidade cristã e na Idade Média, para quem sabia em que ano estava, o avanço do calendário implicava a ideia da chegada do fim do mundo e o julgamento divino —ideia comum em muitas religiões: fim de mundo, julgamento dos deuses.

É UM RECOMEÇO – Mas o caráter repetitivo, cíclico, é que dá a sensação de recomeço, renascimento. Muitas religiões associaram ao longo do tempo esse caráter cíclico de uma vida que se repete e se renova às estações do ano que se repetem infinitamente.

Por isso, não são idiotas as pessoas que se sentem renovadas no ano novo, apesar de que 1º de janeiro é uma quarta ou quinta de uma mera semana. Qual é a diferença, afinal?

A diferença é o caráter sagrado que o ciclo estabelece. Sagrado é poder para Eliade, poder criador, transformador, aniquilador e poder de permanência. Profano é o que está à mercê do poder sagrado. Você sai com um santinho ou com uma pedra de cristal na bolsa porque um representa uma pessoa supostamente poderosa porque mais perto de Deus, e a outra, uma pedra que tem o poder de durar muito tempo, ao contrário de você, frágil e que dura pouco.

IMENSO E MISTERIOSO – O caráter cíclico do recomeço do ano novo remete ao poder do tempo sagrado que permanece no horizonte se repetindo ao longo do tempo cósmico — o universo nos parece sagrado porque é imenso e misterioso.

Ainda que seja mera convenção, ela é acompanhada de festas, rituais, roupas especiais, altera a contagem dos dias nos negócios, implica prazos jurídicos, enfim, tem uma eficácia simbólica. O homem é um animal simbólico, já dizia o filósofo alemão Ernst Cassirer (1874-1945).

O tempo sagrado altera a percepção de qualquer dia da semana para quem acredita. Natal, Ano-Novo, Dia do Perdão judaico, Ramadã islâmico, para dar alguns exemplos. Datas que se repetem e dão a chance às pessoas de pensarem a si mesmas num ciclo maior da vida e agir sobre ele.

ALGO DE SOBRE-HUMANO – Por isso, muitas vezes, essas datas implicam a suspensão das atividades cotidianas comuns — profanas, banais — para que as pessoas se dediquem ao efeito simbólico de um tempo que transcende o cotidiano. O fato de tudo ser uma invenção humana, do ponto de visto histórico, social, filosófico ou psicológico, só reforça a percepção da função poderosa da criação de calendários sagrados.

Claro que para quem crê, há algo de sobre-humano nisso tudo. Você pode ser uma pessoa que não crê em religião histórica nenhuma e sentir que o universo “muda” com o Ano-Novo e abre uma nova era de energias para você recomeçar num tempo eterno como o próprio universo. Quando essas datas são esquecidas, elas perdem a eficácia, como no caso de judeus assimilados que não interrompem seu dia a dia para as datas sagradas do judaísmo.

A força do recomeço eterno da contagem dos dias é tão forte que mesmo quem não faz rituais de ano novo sente a força dessa data. Neste momento, nos unimos aos nossos ancestrais pré-históricos, contemplando algo maior do que nós.

O vice-presidente, Hamilton Mourão, criticou em pronunciamento em rede nacional, neste sábado (31), representantes dos Três Poderes e afirmou que o silêncio de autoridades criou o caos social. Ele não citou o presidente Jair Bolsonaro (PL), que viajou para os Estados Unidos na última sexta-feira (30).

“Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de País deixaram com que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criassem um clima de caos e de desagregação social e de forma irresponsável deixaram que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta, para alguns por inação e para outros por fomentar um pretenso golpe”, disse. As informações são da Folha de S.Paulo.

Ele também mandou recados indiretos ao STF (Supremo Tribunal Federal), que teve duros embates com o Executivo nos últimos quatro anos. “A falta de confiança de parcela significativa da sociedade nas principais instituições públicas decorre da abstenção intencional desses entes do fiel cumprimento dos imperativos constitucionais, gerando a equivocada canalização de aspirações e expectativas para outros atores públicos que, no regime vigente, carecem de lastro legal para o saneamento do desequilíbrio institucional em curso”, afirmou.

E prosseguiu com os recados ao Judiciário: “Desejo concitá-los a lutar pela preservação da democracia, dos nossos valores, do estado de direito e pela consolidação de uma economia liberal, forte, autônoma e pragmática e que nos últimos tempos foi tão vilipendiada e sabotada por representantes dos Três Poderes da República, pouco identificados com o desafio da promoção do bem comum”.

Ele lembrou, ainda, que o governo enfrentou a pandemia da Covid-19 e a guerra entre Ucrânia e a Rússia. Mourão não mencionou os acampamentos bolsonaristas em frente a quarteis, mas afirmou que é necessário que a vida volte ao normal.

“Retornemos à normalidade da vida, aos nossos afazeres e ao concerto de nossos lares, com fé e com a certeza de que nossos representantes eleitos farão dura oposição ao projeto progressista do governo de turno, sem, contudo, promover oposição ao Brasil. Estaremos atentos”, afirmou. Mourão também criticou o governo do PT que se iniciará em janeiro.

“Aos que farão oposição ao governo que entra, cumprirá a missão de opor-se a desmandos, desvios de conduta e a toda e qualquer tentativa de abandono do perfil democrático e plural, duramente conquistado por todos os cidadãos”, afirmou. O vice-presidente exaltou realizações da gestão Bolsonaro, mas admitiu que o governo teve falhas na Amazônia.

“Na área ambiental, por exemplo, tivemos percalços, embora tenhamos alcançado reduções importantes no desmatamento”, afirmou. Ele disse que o Brasil segue no mesmo regime, a democracia. “Destaco que a partir do dia 1º de janeiro de 2023 mudaremos de governo, mas não de regime. Manteremos nosso caráter democrático, com Poderes equilibrados e harmônicos, alternância política pelo sufrágio universal”.

O mandatário deixou o país para não ter que passar a faixa para o presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na posse marcada para este domingo (1). O chefe do Executivo deu poucas declarações públicas após a derrota nas eleições e manteve em sua militância mais radical a esperança de que poderia adotar alguma medida para evitar a posse do petista.

Antes de partir para os EUA, porém, Bolsonaro fez uma live de despedida em que deixou claro que iria passar o poder para Lula. Na transmissão ao vivo pelas redes sociais, ele condenou a tentativa de um ato terrorista em Brasília, criticou a montagem do governo Lula (PT), repetiu o discurso de perseguido, ensaiou uma fala como líder da oposição e defendeu os atos antidemocráticos de seus apoiadores pelo país.

“É um governo que começa capenga”, disse. O presidente ainda ensaiou um discurso de oposição ao governo Lula, o que vinha evitando em sua reclusão após a derrota de outubro.

Mourão está no Brasil, mas já tinha avisado que não pretendia cumprir a missão de passar a faixa presidencial em nome de Bolsonaro.

O atual vice-presidente elegeu-se senador pelo Rio Grande do Sul nas eleições deste ano. Ele entrou em atritos com Bolsonaro durante o mandato e o chefe do Executivo escolheu o general da reserva Braga Netto para ser seu colega de chapa. Apesar disso, Bolsonaro apoiou Mourão no pleito gaúcho. Antes de embarcar para os EUA, Bolsonaro fez uma live de despedida nas redes sociais.

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