05
out

Dilma dá posse a 10 ministros

Postado às 9:16 Hs

A presidente Dilma Rousseff dará posse nesta segunda-feira (5) aos dez novos ministros anunciados na última sexta (2). A cerimônia, que ocorrerá no Palácio do Planalto, está prevista para ter início às 15h.Dilma anunciou, na última semana, o corte de 8 das 39 pastas por meio de fusão e eliminação de ministérios, medidas de enxugamento da máquina administrativa e redução em 10% do próprio salário, do vice e dos ministros (de R$ 30.934,70 para R$ 27.841,23). No total, nove partidos controlam 23 ministérios – nos casos dos outros oito, os ministros não têm filiação partidária.

Confira os nomes dos dez ministros que tomarão posse nesta segunda:

– Casa Civil: Jaques Wagner (PT)

– Ciência e Tecnologia: Celso Pansera (PMDB)

– Comunicações: André Figueiredo (PDT)

– Defesa: Aldo Rebelo (PCdoB)

– Educação: Aloizio Mercadante (PT)

– Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Cidadania) : Nilma Lino Gomes (sem partido)

– Portos: Helder Barbalho (PMDB)

– Saúde: Marcelo Castro (PMDB)

– Secretaria de Governo: Ricardo Berzoini (PT)

– Trabalho e Previdência: Miguel Rossetto (PT)

Mesmo com a redução do número de pastas, o PMDB aumentou a participação no ministério (de seis para sete). O partido com mais ministérios continua sendo o PT (nove). Ficaram com um ministério PTB, PR, PSD, PDT, PCdoB, PRB e PP. Oito ministros não são filiados a partidos.

20
set

Esquecidos…

Postado às 13:10 Hs

Fátima Bezerra  e Fernando  Mineiro, não recebem convite e não prestigiam evento do PSD de Robinson

A senadora do PT, Fátima Bezerra e o líder do governo na Assembléia Legislativa, o deputado estadual Fernando Mineiro, não prestigiaram o encontro regional do PSD, partido presidido pelo governador Robinson Faria, simplesmente porque não foram convidados para comparecer ao evento realizado ontem em Natal e que contou com a presença do presidente nacional da legenda e ministro das Cidades, Gilberto Kassab.

Para explicar e justificar a ausência da senadora, deputado estadual e demais filiados do PT, na formação e composição da Mesa, o governador Robinson Faria usou o microfone durante a solenidade para pedir desculpa aos petistas e informar que a organização do evento por esquecimento não enviou convite aos seus aliados e parceiros para participar do encontro regional.

Apesar do pedido público de desculpa, ficou a sensação de que falta sintonia e afinação política do PSD com o PT, principalmente, quando o líder do governo na Assembléia e deputado estadual Fernando Mineiro, que é apontado como pré-candidato do PT a prefeito de Natal, não é sequer convidado por esquecimento.

Por Carlos Newton

Este é um final de semana tenebroso para o Planalto/Alvorada, o PT e o Instituto Lula. Até parece que os astros se colocam em conjunção contra eles, atraindo forças altamente negativas, que ameaçam destruir a troika que conduz há 13 anos a política brasileira. Na verdade as trevas começaram na semana passada quando o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS) anunciou à imprensa que na sexta-feira seria divulgada a extinção de vários ministérios e outras medidas de ajuste. A imprensa ficou esperando, e nada…

O que de fato aconteceu na sexta-feira foi mais um explosivo depoimento do empresário Ricardo Pessoa, da UTC, reafirmando que pagava habitualmente propinas ao PT. Segundo noticiou a Veja, o dinheiro era depositado direto na conta do Diretório Nacional do partido, mediante entendimentos com o então tesoureiro petista João Vaccari Neto,  que continua preso em Curitiba, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

Ao juiz Sérgio Moro, Pessoa detalhou que os repasses a Vaccari eram feitos por orientação do ex-diretor de Serviços Renato Duque, indicado pelo então ministro da Casa Civil José Dirceu para o cargo na Petrobras. O ex-gerente de Serviços Pedro Barusco também foi citado. “Pagava Barusco e Vaccari por solicitação de entendimento de Renato Duque”, disse o empreiteiro. E entendimento, nas palavras de Pessoa, significava “procure o Vaccari para acertar a contribuição política”.

PLANALTO SABIA DE TUDO

No sábado, prosseguiu o tormento da presidente Dilma, que convocou nova reunião de sua tropa de choque no Alvorada. Enquanto eles discutiam, discutiam e não se entendiam, uma reportagem do jornal Estado de S. Paulo conseguia enorme repercussão, ao noticiar que o doleiro Alberto Youssef revelou a investigadores que o Planalto não só tinha conhecimento do esquema da Petrobras, como até intermediava conflitos entre os participantes.

Youssef contou uma reunião que teve com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), em Brasília, para discutir “conflitos internos” no esquema de corrupção na Petrobrás, que teriam chegado ao conhecimento do Palácio do Planalto. De acordo com o delator, o conflito dentro do PP foi levado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa aos então ministros Ideli Salvatti e Gilberto Carvalho, responsáveis pela Secretaria de Relações Institucionais e Secretaria-Geral da Presidência da República. O ex-diretor Costa negou a informação, mas Youssef manteve a denúncia.

Por sua vez, a Veja anunciava que Youssef também detalhou, em depoimento à Polícia Federal, como operacionalizava o pagamento de propinas para o PT. O doleiro disse, por exemplo, que nos pagamentos de dinheiro sujo feitos pela Toshiba Infraestrutura por obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o executivo da empresa, José Alberto Piva Campana, chegou a reclamar que o PT estaria “enchendo o saco” para receber uma parcela de propina acertada com a empresa, vejam a que ponto chegou a desfaçatez desse pessoal.

DOAÇÃO À CAMPANHA DE LULA

Para completar este fim de semana sinistro, teve destaque também uma reportagem da revista Época, com revelações do ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró sobre as negociações para a Odebrecht recuperar a refinaria de Pasadena, apelidada de “Ruivinha” pelos engenheiros da Petrobras, porque seus tanques e encanamentos estavam cobertos de ferrugem.

Cerveró contou que, num restaurante no Rio, discutiam-se as obras para modernizar a refinaria, que fica no Texas (EUA) e tivera a metade das ações comprada pela Petrobras meses antes. Se a estatal fizera um péssimo negócio ao comprar Pasadena, como veio a se confirmar nos anos seguintes, a Odebrecht estava prestes a faturar mais um formidável contrato. Decidia-se ali, no restaurante na Praia do Flamengo, que a construtora ganharia o contrato de R$ 4 bilhões para recuperar a refinaria. Em troca, os executivos da Odebrecht se comprometeram a pagar propina adiantada de R$ 4 milhões à campanha à reeleição de Lula – o mesmo Lula que, conforme revelou Época em seu site na sexta-feira, dia 11, passou a ser considerado pela Polícia Federal oficialmente suspeito no petrolão.

ATÉ RUI FALCÃO…

Para culminar, os sites dos jornais informam que, no mesmo documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, em que pede para tomar depoimento do ex-presidente Lula, a Polícia Federal destaca que pretende ouvir também o tesoureiro da campanha de Dilma em 2010, José de Filippi Júnior, sobre irregularidades contábeis.

Quem aguenta um final de semana com tanta notícia ruim? Conforme já dissemos aqui, a presidente Dilma, Lula e os dirigentes do PT estão sendo submetidos a uma espécie de tortura chinesa, que a cada dia aumenta de intensidade. A troika está completamente desmoralizada e não tem a menor condição de governar. Trata-se de políticos não somente corruptos, mas também incompetentes, que estão levando o país à bancarrota, mas tentam se perpetuar no poder a qualquer custo, demonstrando que não têm a menor dignidade e não respeitam o interesse público.

E ainda há quem diga que não existem motivos para impeachment. Pelo contrário, é o que mais existe, enquanto o tempo passa e a crise vai se agravando.

11
set

É Notícia…

Postado às 14:19 Hs

Agora é oficial: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é suspeito de ter se beneficiado do petrolão para obter vantagens pessoais, para o PT e para o governo. A suspeita consta em documento da Polícia Federal. Nele, pede-se ao Supremo Tribunal Federal autorização para ouvir Lula no inquérito que investiga políticos na operação Lava Jato.

O documento, enviado ao STF anteontem, na quarta-feira, é assinado pelo delegado Josélio Sousa, do grupo da PF em Brasília que atua no caso. Assim escreveu o delegado: “Atenta ao aspecto político dos acontecimentos, a presente investigação não pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa do então presidente da República, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA que, na condição de mandatário máximo do país, pode ter sido beneficiado pela esquema em cursa na PETROBRAS, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada â custa de negócios ilícitos na referida estatal”.

Para a PF, “os fatos evidenciam que o esquema que ora se apura é, antes de tudo, um esquema de poder político alimentado com vultosos recursos da maior empresa do Brasil”.

Diante de tais suspeitas, a PF elencou a lista de pessoas do “primeiro escalão” que deveriam ser ouvidas. Lula está lá, embora não tenha mais foro privilegiado. A PF não explica por que pediu ao Supremo a tomada do depoimento – e não à primeira instância. “Neste cenário fático, faz-se necessário trazer aos autos as declarações do então mandatário maior da nação, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, a fim de que apresente a sua versão para os fatos investigados, que atingem o núcleo político-partidário de seu governo”.

Época: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/09/exclusivo-lula-e-suspeito-de-ter-se-beneficiado-do-petrolao-diz-pf.html

 

 

 

Ministros, deputados e senadores do PT já consideram não apenas possível mas provável que a presidente Dilma Rousseff seja afastada do governo num processo de impeachment ainda neste ano. O clima é de abatimento. Pelo monitoramento do PT, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rejeitará pedidos de impedimento, inclusive o de Helio Bicudo. Deputados da Frente Pró-Impeachment, com 280 votos, recorreriam ao plenário e, com maioria simples, votariam pela admissibilidade do impeachment, primeiro passo para o afastamento de um presidente. A avaliação é de Mônica Bergamo, hoje na sua coluna da Folha de S.Paulo.

Um senador do PT – diz a colunista — observa que foi a partir da aprovação da admissibilidade do impeachment de Fernando Collor que “as pessoas começaram a acreditar e tomaram as ruas do país” para derrubá-lo do poder, em 1992. O mesmo poderia acontecer com Dilma Rousseff.“Nesse clima de pressão máxima, o impeachment seria então apreciado na Câmara. Como o voto é aberto, até mesmo parlamentares de oposição que são contra o afastamento se veriam forçados a votar a favor.”

 

O governo Dilma Rousseff enfrenta neste domingo (16) o terceiro protesto popular em apenas oito meses do seu segundo mandato. Assombrados pelo fantasma da inflação – cujo índice já supera a popularidade da presidente -, diante do maior índice de desemprego em mais de cinco anos e perplexos com a magnitude do esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato, os brasileiros voltam às ruas para um ato que tem como mote a frase “Não vamos pagar a conta do PT”. Em Brasília, a classe política está atenta às manifestações, que podem jogar novamente no fundo do poço um governo que ensaiou na última semana tentativas de emplacar uma agenda positiva.

Convocado pelos movimentos Brasil Livre, Vem Pra Rua e Revoltados On Line, os protestos deste domingo estão confirmados em mais de 200 cidades, segundo o líder do Vem Pra Rua, Rogério Chequer. O mapa das manifestações vai de Norte a Sul do país e inclui todas as capitais. “Espero que o Congresso reconheça o clamor popular, talvez num nível nunca antes visto na história deste país, e encaminhe um pedido de impeachment”, afirma Chequer. Ele garante, contudo, que o foco dos protestos não será apenas o “fora Dilma”, mas também a luta contra a corrupção. “O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem uma lista de 48 políticos suspeitos de envolvimento no petrolão. Exigimos saber o que será feito dela”, completa.

Os protestos deste domingo serão os primeiros realizados com o apoio formal do PSDB, principal partido de oposição. A legenda usou anúncios no rádio e na televisão para convocar a população para as manifestações, e seus principais líderes, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), devem ir às ruas. “A mobilização deste domingo tem tudo para referendar uma ação política mais forte”, afirma Renan Santos, um dos líderes do MBL (Movimento Brasil Livre), uma das organizações à frente dos atos contra o governo, ao lado do Vem Pra Rua e do Revoltados OnLine. Na oposição, o temor de que as manifestações se apequenem existe. A avaliação é que, com menos gente nas ruas, a pressão do Congresso sobre Dilma diminuirá. Os protestos de abril atraíram menos manifestantes do que os realizados em março.

1.     A razão da teimosia de Dilma está no fato de não se considerar ligada a nenhum partido político. O PT não governo. Há uma incompatibilidade ampla entre o partido e a presidente. Foram indicados alguns ministros petistas no modelo de partilha da base aliada. Mas Dilma não se considera PT. E vice-versa.

2.     A manutenção de Aloizio Mercadante na Casa Civil e José Eduardo Cardozo, na Justiça, visou unicamente conter os ímpetos do PT. Não se colocou ninguém melhor porque melhor não existe no círculo de conhecimentos e lealdades de Dilma. Seu universo pessoal é extremamente restrito, já que sua carreira política nacional começou apenas quando indicada Ministra de Lula. Suas pessoas de confiança, como Miguel Rossetto, Arno Augustin, Pepe Vargas, são políticos com experiência fundamentalmente local.

3.     Por tudo isso, e por uma desconfiança profunda em relação aos aliados recentes (aprofundada depois do episódio Erenice Guimarães) desde o início do primeiro governo Dilma se vê apenas como pessoa física. Sua reação às denúncias é sempre a mesma: cada qual que se vire com o que fez. Não consegue entender os desdobramentos de campanhas de denúncia no jogo político como um todo.

4.     Também não se consegue enxergar na institucionalidade do cargo, como representante de um conjunto de forças e de pensamentos. Sua formação getulista sempre a levou a procurar uma composição supra-ideológica, em parte seguindo a estratégia lulista de compor com um arco amplo de forças. Mas sua falta de prática política e estilo centralizador a deixaram pendurada na brocha. Paga a conta de ser PT, sem ser. E paga a conta de se render ao mercadismo, sem se render. O que a assola é uma teimosia supra-ideológica.

5.     Essa indefinição ideológica poderá se converter em trunfo, se souber se abrir para os diversos grupos sociais e econômicos e definir um projeto de desenvolvimento socialdemocrata consistente. Não sendo PT, a melhoria do seu governo não significará necessariamente um trunfo para o PT. Não sendo PSDB, não será um avanço da oposição. Não sendo anti-empresários, não será o avanço da venezuelização. Não sendo anti-movimentos sociais, não será vitória do capital internacional. Ou seja, seu isolamento e sua fraqueza paradoxalmente a credenciam para um governo de transição e de conciliação.

6.      Se chamar os industriais para discutir políticas industriais, movimentos sociais para aprofundar políticas sociais, o mercado para discutir as formas de financiamento da infraestrutura, os educadores para avançar no Plano Nacional de Educação e entender-se como síntese de um projeto – e não dona – o cansaço geral com o negativismo da oposição poderá promover um apoio generalizado e inédito ao seu governo.  (Jornal GGN)

04
ago

[ Ponto de Vista ] Os fatos do Comando

Postado às 21:33 Hs

Quando a conjuntura política condiciona-se a uma operação policial – e não a fatores econômicos e sociais -, torna-se impossível prever não o fim do mês ou da semana, mas o fim do dia. Tem-se então o inferno dos profetas. A política brasileira está no banco dos réus e seus agentes correm o risco de trocar os luxuosos carros oficiais de chapa branca por camburões da Polícia Federal; os gabinetes por celas. A capital do país transferiu-se para Curitiba, onde o juiz Sérgio Moro, titular da 13ª Vara Federal, promove o maior strip-tease moral da história política do país. Quem será o próximo preso? Quem fará a próxima delação premiada? Que revelações trará? Quais novas “vítimas” produzirá? – são perguntas que sacodem a economia mais que a taxa de juros ou o câmbio, que, por sua vez, refletem o quadro geral de imprevisibilidade, que paralisa o país e aumenta o flagelo social.
11
jul

Chuvas e trovoadas no horizonte

Postado às 9:21 Hs

Por Ilimar Franco – O Globo

O sinal amarelo está ligado. A luta política entre petistas e tucanos pode corroer as finanças do país. Integrante dos governos FH e Lula avaliam que não há credibilidade que resista, mantidas as benesses aprovadas. A malemolência de PT e PSDB no Congresso resultou na rejeição de parcela do ajuste (desonerações e MPs 664 e 665); aprovou o fim do fator previdenciário; reajustou os salários do Judiciário; e aprovou que as regras do salário-mínimo vão corrigir a pensão dos aposentados. Vale a regra do quanto pior, melhor. O governo atual ficará com o melhor. Até 2018, o gasto adicional será em torno de R$ 13 bi. O pior ficará para quem governar de 2019 a 2022. As estimativas são de gasto de R$ 42 bilhões.

O PT e o PSDB estão fazendo a mesma aposta para o futuro. Ambos esperam por uma reviravolta na economia internacional. E na recuperação da credibilidade do país e na volta do crescimento. Há o horizonte de 2017 para quem deseja manter o poder (PT). Há o de 2019 para quem presume estar no poder (PSDB). Mas analistas econômicos independentes estão muito pessimistas.

Amparada na frágil relação entre PT, PMDB e governo, a permanência do vice-presidente da República, Michel Temer, na articulação política do governo está por um fio, e começa a dar sinais de que o rompimento é iminente. Os peemedebistas elevaram o tom e ecoaram as palavras do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que Temer deve deixar o cargo de coordenador da relação política do Planalto com o Congresso. Apesar do afago que partiu da Casa Civil, o PT submergiu. Ainda assim, considera um desastre se o vice-presidente, de fato, abandonar a função estratégica de tentar conter os insatisfeitos da base. “Será um carimbo de que o nosso governo naufragou de vez”, resumiu um cacique petista, sob condição de anonimato. Independentemente da movimentação de Temer, o partido tem dito que deixará o governo após as eleições municipais do próximo ano, com a possibilidade de lançar candidatura presidencial própria em 2018. A nota oficial emitida pelo chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, na quinta-feira à tarde, quando elogiou o trabalho de Temer, foi insuficiente para diminuir a fogueira de vaidades que arde na Esplanada.

Por Pedro do Coutto

Reportagem de Cristiane Jungblut, Maria Lima, Fernando Krakivics e Flávia Barbosa, O Globo de quarta-feira, manchete principal da edição, destaca a aprovação, no Senado, por 39 votos a 32, da Medida Provisória que estabeleceu restrições ao seguro desemprego e ao abono salarial pago por ano aos que recebem até dois salários mínimos. Na realidade, a vitória da maioria, sob o ângulo político, foi a derrota da presidente Dilma Rousseff, do governo e também do PT, cujos integrantes não fizeram um discurso sequer de apoio aos cortes praticados.

Escrevo este artigo depois da aprovação do substitutivo da Câmara à MP 664 que reduz as pensões deixadas por morte dos segurados. Mas o reflexo de ambas as Medidas Provisórias é o mais negativo possível. A oposição ao Poder Executivo não poderia desejar nada melhor. Dilma Rousseff, apoiada num texto de Joaquim Levy, esse homem fatal das histórias de Nelson Rodrigues, enveredou por um caminho absolutamente impopular. Impopular e que, na verdade, não vai levar a economia alguma de gastos públicos. Porque redução de verbas oficiais não pode haver enquanto a dívida interna do país estiver no patamar d 2 trilhões de reais, praticamente 40% do Produto Interno Bruto.

É só fazer as contas. O desembolso com juros passa de 250 bilhões de reais a cada doze meses. O corte exigido por Joaquim Levy (66 bilhões) não dá para cobrir nem um terço do montante dos juros em valores concretos. Eis a questão essencial, como definiu o poeta.

SÓ ILUSÃO

Não adianta contestar. Qualquer contestação inspira-se na fantasia para iludir opinião pública, portanto os eleitores. Por isso é que à medida em que o governo afunda, Dilma Rousseff perde em popularidade, arrastando o PT para o fundo do poço. Aproveito a expressão contida no artigo de Roberto DaMatta, quarta-feira, no Globo. O fundo do poço, expressão atribuída a Poncio Pilatos, reproduzida por Jorge Amado, sobre quem DaMatta escreveu, inspirou também um belo e famoso samba de Noel Rosa. A força da expressão, assim, atravessa, são só os séculos, mas os milênios.

Focalizava o declínio de Dilma Rousseff, em consequência o fortalecimento da oposição e o esvaziamento do governo e da legenda do Partido dos Trabalhadores. Esse processo continuará. Prova disso é a declaração do presidente nacional do PT, Rui Falcão, matéria de Sérgio Roxo, O Globo, ao defender a perda do mandato da Senadora Marta Suplicy junto a Justiça Eleitoral. Destacou um ato, de “oportunismo eleitoral” de parte dela, tentando candidatar-se a prefeita de São Paulo pelo PSB.

ENFRAQUECIMENTO

Oportunismo eleitoral? Isso significa tacitamente reconhecer o enfraquecimento da legenda petista. Pois se ela muda de partido para obter votos que possam leva-la à vitória, claro, é porque esses votos escaparam das ruas onde o PT dominava. A verdade, assim, tanto mora num poço como nas palavras que se tornam capazes de iluminar seu fundo. Roberto Damatta redescobriu a frase. Ajusta-se bem à situação de hoje do governo e do país.

HOMEM BOMBA – O engenheiro Ricardo Pessoa firmou um acordo de delação premiada para revelar o que sabe sobre o escândalo da Petrobras(Marcos Bezerra/Estadão Conteúdo)

Apontado como homem-bomba entre os empreiteiros investigados na Operação Lava Jato, o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, vai prestar depoimentos na próxima semana em Brasília para detalhar o papel de políticos envolvidos no escândalo do petrolão.Ele assinou um acordo de delação premiada no último dia 13 e citou, entre outros parlamentares, o senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão como um dos beneficiários do esquema de fraude em contratos e distribuição de propina envolvendo a Petrobras. De acordo com a coluna Radar on-line, também foi citado o nome de Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz. O advogado teria recebido dinheiro para abrir caminhos no TCU nas obras de Angra 3.

Pessoa é apontado pelos investigadores como chefe do “clube do bilhão”, cartel de empreiteiras que combinava preços de licitação e desviava recursos para o pagamento de vantagens indevidas a ex-diretores e parlamentares. A proximidade do empreiteiro com o ex-presidente Lula provoca pânico no Palácio do Planalto, já que o empresário admitiu ter destinado recursos de propina para as três últimas campanhas eleitorais do PT à Presidência da República. Em 2006, por meio de caixa dois. Em 2010 e 2014, em doações registradas na Justiça Eleitoral.

Ele também pagou 3,1 milhões de reais a José Dirceu para obter favores do PT, além de ter financiado com caixa dois a campanha de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo em 2012.

Um indivíduo provoca pesadelos no PT: Ricardo Pessoa, o dono da UTC Engenharia, apontado pelo Ministério Público como coordenador do suposto cartel de empreiteiras. Ele era também, até outro dia, amigão de Lula. Consta que os meses que passou na prisão abalaram suas certezas sobre essa amizade. E ele estaria disposto a falar. Vai depor na semana que vem, em Brasília, depois de ter feito um acordo de delação premiada, que, por alguma razão, demorou bastante a sair.

A presidente Dilma Rousseff – revela a repórter Andreia Sadi, Folha de São Paulo de segunda-feira – decidiu cancelar sua participação no programa organizado pelo PT, sob o motivo preponderante de não desejar, na fase atual, se vincular à imagem desgastada do Partido dos Trabalhadores, agravada com a prisão do ex-tesoureiro Joao Vacari Neto. O tempo que caberia à presidente da República foi ocupado pelo ex-presidente Lula, acrescenta a matéria. Com isso, torna-se flagrante a divergência essencial entre Dilma Rousseff e a agremiação, com a primeira querendo distância da segunda. Para Andreia Sadi, figuras dos bastidores petistas interpretaram a decisão como uma tentativa da chefe do Executivo se descolar da legenda, ao mesmo tempo deslocando o relacionamento para segundo plano, um espaço mais distante do centro do poder. Assessores da presidente, inclusive, disseram que a ausência é uma forma de blindar a presidente da República

Por Rogério Jordão

 

O PT terá grande dificuldade para recuperar sua imagem, se é que um dia conseguirá. Com seu tesoureiro preso e a sigla exposta já há tempos a uma saraivada de denúncias, o PT como marca política parece irreversivelmente danificada.Apesar dos pesares, o PT ainda é, entre os partidos, o que tem mais simpatizantes. Segundo o Datafolha de abril, 13% dizem preferir o PT, à frente de PSDB (7%) e PMDB (6%).

Essa preferência, porém, já foi bem maior. Em 2010, no final de 8 anos de governo Lula, quase um em cada três brasileiros (29%) se diziam simpáticos ao PT.A preferência ao PT evaporou em 5 anos. A popularidade do partido desabou junto com a popularidade de todo e qualquer partido político: atualmente 66% dos brasileiros rejeitam os partidos (antes eram 51%). Será a rejeição ao PT ou à política em geral?

Possivelmente as duas coisas, pois para muita gente, em especial os mais jovens, o PT é sinônimo de governo e de política. Sinônimo, pois, de tudo o que está errado (os serviços públicos ruins, a precariedade da saúde, a educação insuficiente), ao mesmo tempo que encarnação da “política”, essa instituição “maléfica”.

Mesmo assim, na última eleição 11,8 milhões de pessoas votaram em deputados federais do PT, superando o PMDB (10 milhões) e PSDB (9,1 milhões). Mas esses números também declinam: o partido elegeu menos deputados agora do que em 2010. Pela curva das preferências eleitorais, dificilmente a oposição perderá a próxima eleição.Seja como for, os partidos políticos são veículos. No caso do PT, este se propôs ao longo de sua história a defender os trabalhadores, em uma linha social democrata – nunca foi um partido revolucionário.

Com ou sem PT, com ou sem os partidos atuais, os problemas e desafios brasileiros continuarão. Não se resolverão por mágica, muito menos sem conflito de interesses. Quem dará conta? Quem está aí para defender quais interesses? (Yahoo/Notícias)

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou, durante uma palestra em Florianópolis, que o governo mente ao dizer que combate a corrupção. Segundo Barbosa, quem cumpre este papel são a Polícia Federal, a Justiça e o Ministério Público Federal. Ao falar sobre corrupção e fazer críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT), Barbosa foi aplaudido várias vezes durante sua palestra sobre ética e administração, na noite desta quinta-feira, no centro de convenções Centrosul. “Quem está combatendo é o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Justiça. Eles não têm nada a ver com isso. Nunca se combateu tanto a corrupção, mentira”, afirmou Barbosa. O ex-presidente do STF não poupou críticas ao modelo político atual, que, segundo ele, favorece à prática da corrupção. Ao responder uma pergunta de uma pessoa da plateia, Barbosa disse que não poderia quantificar se a corrupção apontada ao Partido dos Trabalhadores (PT) era maior, menor ou igual aos governos anteriores. No entanto, disse que o PT tem adotado uma retórica “um pouco cínica”.
27
fev

Encontro

Postado às 19:49 Hs

FRENTE DE ESQUERDA: Sociedade civil ampliará discussão em encontro

Um movimento político articulado e organizado por vários segmentos da sociedade civil como bancários, médicos, advogados e jornalistas realizarão um encontro para discutir o momento político brasileiro e suas consequências e repercussões políticas na cidade e no país no próximo sábado, dia 28/02.

Professores, intelectuais e integrantes dos partidos do PSOL, PCdoB, PT, PSTU além de outros, se juntarão ao grupo que visa fortalecer o movimento na busca da abertura de discussões mais amplas como a reforme c, a regulamentação da mídia e outros temas.

O encontro acontecerá as 09 h no auditório do sindicato dos empregados no comércio de Mossoró.

O engenheiro baiano Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC e coordenador do cartel de empreiteiras no esquema de corrupção da Petrobras, fez chegar à VEJA um resumo do que está pronto a revelar à Justiça caso seu pedido de delação premiada seja aceito:

1) O esquema organizado de cobrança de propina na Petrobras foi montado em 2003, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, então amigo do empreiteiro. O operador era o tesoureiro do PT Delúbio Soares, réu do mensalão.

2) A UTC financiou clandestinamente as campanhas do hoje ministro da Defesa, Jaques Wagner, ao governo da Bahia em 2006 e 2010. A campanha de Rui Costa, em 2014, também foi financiada com dinheiro desviado da Petrobras.

3) A empreiteira ajudou o ex-ministro e mensaleiro petista José Dirceu a pagar despesas pessoais a partir de simulação de contratos de consultoria. Dirceu recebeu 2,3 milhões de reais da UTC somente porque o PT mandou.

4) O presidente petista da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, sempre soube de tudo.

5) Em 2014, a campanha de Dilma Rousseff e o PT receberam da empreiteira 30 milhões de reais desviados da Petrobras.

Ricardo Pessoa pode demonstrar que esse dinheiro saiu ilegalmente da estatal, através de contratos superfaturados, e testemunhar que o partido conhecia a origem ilícita. Também pode contar que o esquema de propinas foi montado pelo PT com o objetivo declarado de financiar suas campanhas eleitorais.

O presidente do BNDES (mantido no cargo), Luciano Coutinho, avisou Pessoa que o tesoureiro de Dilma, Edinho Silva, o procuraria para pedir dinheiro, conforme VEJA revelou três semanas atrás. Pessoa confirma que deu mais 3,5 milhões de reais à campanha presidencial petista após ser procurado por Edinho e a revista acrescenta agora que a conversa entre eles teve duas testemunhas.

6) O suposto ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ciente de que Pessoa estava prestes a denunciar Lula, Dilma e Dirceu, procurou os advogados do empreiteiro, e o acordo de delação premiada que ele negociava com os procuradores da Operação Lava Jato foi suspenso.

Ao contrário do que pregam OAB, Kennedy Alencar, Ricardo Noblat e o próprio ministro, as reuniões secretas não partiram dos advogados, mas sim de Cardozo, disposto a cometer qualquer tipo de abuso para obstruir o inquérito.

Em suma: se Ricardo Pessoa, em vez de ceder à pressão petista, denunciar à Lava Jato toda essa máfia infiltrada na máquina pública, e se os investigadores conseguirem demonstrar item por item, então o impeachment de Dilma na base legal do artigo 85, inciso 5, ou a cassação de seu mandato na da lei federal nº 9.504 são muito pouco para o bem do Brasil: o PT tem de ser extinto e os mandantes do esquema têm de apodrecer atrás das grades. (Veja)

Por Ranier Bragon e Márcio Falcão 
Folha

Depois de ficar fora da Mesa Diretora da Câmara e do comando das principais comissões da Casa, o PT também não terá papel de destaque na comissão de reforma política foi instalada na tarde desta terça-feira (10) na Câmara dos Deputados.

Em acordo com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi eleito para o comando da comissão o deputado Rodrigo Maia (RJ), ex-líder do DEM na Câmara e ferrenho opositor das gestões do PT no governo federal.

A relatoria da comissão ficou com o deputado Marcelo de Castro (PMDB-PI). O PT ficou apenas com a primeira vice-presidência.

Cunha afirmou que o acordo para que o DEM comande a comissão parte do pressuposto de que é preciso que a oposição tenha papel de destaque nas discussões para que não tente inviabilizá-la.

“Se você quer ter um planejamento para votar, você não pode restringir a comissão à maioria. Você não ache que vamos começar um processo delicado desse com obstrução [da oposição] por ser uma comissão constituída apenas da base governista”, afirmou o presidente da Câmara.

ATÉ SETEMBRO

Na sessão de instalação, Cunha voltou a defender que as modificações no sistema políticos sejam aprovadas e promulgadas até setembro com o objetivo de já valer para as eleições municipais de 2016.

A derrota do PT é mais uma sofrida na composição dos postos-chave da Câmara na gestão de Cunha. Aliado visto como pouco confiável pelo Palácio do Planalto, o peemedebista foi eleito para o comando da Câmara no dia 1º derrotando o PT e o governo.

Logo de início, elegeu a reforma política como prioridade. Entre outros pontos, o PMDB irá defender mudanças na forma como são eleitos os deputados federais. Hoje isso ocorre por meio de uma fórmula que leva em conta a votação de todos os candidatos do partido e da coligação, além do voto na legenda. O PMDB quer mudar o sistema para o chamado “distritão”, em que são eleitos os mais votados.

 

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